De acordo com a
Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos Estados Unidos, terapia ABA é o único
método eficaz, capaz de proporcionar melhora na qualidade de vida e até mesmo
independência
Estão na casa dos milhões o número de pessoas com o
diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA) no Brasil. O último
levantamento, realizado com base em números Internacionais, constatou cerca de
2 milhões de casos somente em 2015. De lá para cá, poucos estudos foram feitos
para acompanhar o crescimento em casos de autismo, algo que deve mudar após a
inclusão do TEA nos censos demográficos realizados pelo IBGE nos próximos
anos.
Enquanto o Brasil não desenvolve programas
específicos para estudo e tratamento do TEA, órgãos e instituições como, por
exemplo, o IEAC (Instituto de Educação e Análise do Comportamento), têm buscado em países mais desenvolvidos alternativas de tratamentos e
estudos. Um deles é a Análise do Comportamento Aplicada (ABA).
A ciência ainda não encontrou a cura para o TEA,
mas, de acordo com a Associação para a Ciência do Tratamento do Autismo dos
Estados Unidos, o ABA é considerado o único tratamento
que possui evidência científica suficiente para ser considerada eficaz no tratamento
do autismo, principalmente, se for iniciado nos primeiros anos de vida do
paciente.
A terapia ABA é uma ciência
baseada em estudos e testes, que tem como objetivo analisar o comportamento
humano. O tratamento abrange o ensino intensivo e individualizado das
habilidades essenciais para que crianças autistas possam conquistar a melhor
qualidade de vida possível, a especialista Michelli Freitas, pedagoga e
diretora do IEAC, explica: “As habilidades a serem ensinadas dependerão das
características e necessidades particulares da criança, ou seja, do seu
repertório.”
Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, pelo
psicólogo e professor Ole Ivar Lovaas, em 1987, foi pioneira ao indicar
intervenções baseadas em ABA como formas de tratamento ao
TEA. Desde então, vários estudos têm mostrado que cerca de 80% dos casos de
autismo que são submetidos a tratamentos baseados em análise do comportamento
aplicada, apresentam boa ou excelente evolução.
A pedagoga MIchelli Freitas, especialista no
programa ABA, ressalta que a terapia deve ser iniciada o
quanto antes, assim, a avaliação inicial identificará os comportamentos que
estão em déficit e os que estão em excesso, bem como o plano de intervenção
individual que será elaborado e colocado em prática.
“Recomenda-se que a intervenção seja realizada
diariamente, ao menos 2 horas por dia. Também é importante que sejam feitas
estimulações contínuas com situações no dia a dia da criança. Quanto mais
estimulada e ensinada ela for, melhores resultados serão obtidos com o tratamento.”
A terapia ABA apresenta
vários benefícios aos pacientes, permitindo o aprimoramento em
habilidades como:
- Aprendizagem
- Autocuidado
- Mando (ou seja, fazer pedidos)
- Imitação motora
- Interação social
- Linguagem
- Percepção visual
As interferências baseadas em ABA
podem ser aplicadas em diferentes ambientes. “Um dos benefícios da terapia ABA é que ela pode ser realizada, tanto no ambiente doméstico,
como em uma clínica médica, durante o maior período de tempo possível. Mas deve
seguir quatro etapas: avaliar da criança, traçar os objetivos do tratamento,
fazer os programas de ensino e registrar os dados de resultados do tratamento”,
esclarece Michelli.
Embora não exista cura para o Transtorno do
Espectro Autista (TEA), as alternativas de tratamento para amenizar os sintomas
podem proporcionar aos pacientes a melhora na qualidade de vida e até mesmo a
independência.
Instituto de Educação e Análise do Comportamento
(IEAC) é uma instituição que tem como objetivo capacitar pais e profissionais
com o uso da Análise do Comportamento Aplicada (ABA), e
tratamentos baseados em evidência científica, mediante o ensino de habilidades
de vida, linguagem e desenvolvimento para crianças e adolescentes com atraso no
desenvolvimento, como o autismo, por meio da realização de cursos de formação,
pós-graduação e eventos na área. https://ieac.net.br
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