Adaptações do ambiente de trabalho garantem qualidade de vida e previnem
doenças ocupacionais
Um ambiente de trabalho confortável e seguro é imprescindível para o
bem-estar de todo o colaborador. E, para que esse quadro seja uma realidade,
são necessárias medidas preventivas e adequações periódicas por parte das
empresas e também engajamento do conjunto de colaboradores. Ciência que estuda
as adaptações do posto de trabalho em busca de soluções para melhorar a
qualidade de vida e da atividade laboral, a ergonomia tem como principal foco
trazer, de maneira eficaz, técnicas adaptativas para facilitar as atividades
diárias dos trabalhadores, buscando prevenir patologias que podem surgir por
esforço repetitivo e melhorando o rendimento dos colaboradores junto às
empresas, o que ajuda no desenvolvimento de ações que trarão benefícios para a
empresa e seus colaboradores.
Atividades realizadas em posição indevida, mobiliário mal conservado ou
impróprio, uso incorreto de equipamentos, iluminação deficiente, jornadas
longas e sem pausas, tensão permanente e movimentos repetitivos são gatilhos
frequentes para uma série de males físicos, causando vulnerabilidade nas
equipes e alto índice de absenteísmo por lesões e dores. No Brasil, o tema é
regulamentado pelo ex-Ministério do Trabalho e Emprego (atual Secretaria de
Trabalho, do Ministério da Economia) por meio da NR-17, conhecida também como
Norma da Ergonomia. Com cumprimento obrigatório, a NR-17 estipula parâmetros
para a boa condição de trabalho, com adaptação às características físicas e
psicológicas dos empregados e oferecendo segurança durante o expediente.
Para o diretor-médico da RHMED|RHVIDA https://www.rhmed.com.br/ , dr. Geraldo Bachega,
especialista em medicina do trabalho, a ergonomia é uma efetiva aliada no
ambiente de trabalho, pois sedimenta a segurança dos colaboradores e,
consequentemente, do conjunto da empresa: “Em linhas bem gerais, os principais
parâmetros a serem observados são: levantamento e transporte de descarga; mobiliário;
organização; ruídos; equipamentos; temperatura; umidade; condições ambientais e
organização. Questões ligadas a tempo, ritmo e aspectos operacionais também
devem ser levados em conta. Em cada atividade, a organização precisa focar nas
especificidades e criar um planejamento capaz de abarcar todos os departamentos
da empresa”.
Bachega ressalta que o engajamento das organizações no cumprimento das
normas funciona como medida de prevenção e redução de ocorrências: “Analisar os
ambientes de trabalho, processos e equipamentos que fazem parte das atividades
laborais dos colaboradores é o primeiro passo para identificar a necessidade de
adequação ergonômica. Produz-se um relatório técnico e, a partir das
conclusões, são feitas observações e recomendações de melhorias no ambiente de
trabalho. Os resultados permitem que a empresa se programe e priorize seus
investimentos para diminuir e extinguir as ocorrências causadoras de
mal-estar”, explica o diretor-médico.
Problemas ocupacionais mais comuns
A
Norma de Ergonomia aconselha que a vistoria seja feita a cada alteração no
ambiente de trabalho. O objetivo é maximizar a comodidade e a seguridade do
trabalhador. “Para avaliar a adaptação das condições do meio às características
psicofisiológicas dos colaboradores, o recomendado é a realização de vistoria
técnica periódica a fim de formar parâmetros para adaptação das condições de
trabalho dos colaboradores, oferecendo o máximo de conforto, eficiência e
segurança do trabalho”, esclarece o médico.
Engajar os funcionários na prevenção de riscos ergonômicos é essencial
no efetivo processo de prevenção dentro das organizações. “Eles são as melhores
fontes para indicar, diagnosticar e prevenir problemas. Também, ao se sentirem
seguros e valorizados, terão sua autoestima elevada e reforçarão seu
compromisso com a própria segurança e com a do restante da equipe”, pondera
Bachega.
Entre os problemas ocupacionais mais comuns estão as lesões por esforço
repetitivo (LERs). A doença ocupacional atinge trabalhadores de diversos
setores em todo o mundo. No Brasil, dados do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) revelam que as LER são responsáveis por 11% de todo o universo de
benefícios acidentários liberados pela previdência social em 2017, sendo
fraturas de perna e tornozelo, punho e mão estão as segunda e terceira maior
causa de afastamento.
O médico do trabalho alerta para situações facilmente prevenidas, como a
má postura e suas consequências à saúde: “As LERs configuram a segunda maior causa
de afastamento do trabalho no Brasil, com incidência majoritária justamente
entre os profissionais na faixa etária de maior produtividade, de 30 a 40 anos
de idade. Esforço físico pesado e posturas incorretas provocam fadiga, asma,
dores musculares e fraqueza, além de contribuírem para o agravamento de doenças
crônicas, como hipertensão arterial e problemas de coluna, entre outros”,
observa dr. Geraldo.
O médico salienta que medidas
como rodízio de atividades podem ajudar na ergonomia, mas não extinguem outras
ameaças ao bem-estar do colaborador: “De um modo geral, a ergonomia pode
ser aplicada com exercícios laborais, intervalos regulares e rotatividade de
tarefas, entre outras precauções. São reforços importantes no dia a dia, mas
não chegam a eliminar totalmente riscos e problemas recorrentes. O ideal é que
tais medidas venham acompanhadas de abordagem mais efetiva, com completa
adaptação do ambiente de trabalho às funções desempenhadas e à carga horária do
trabalhador”, conclui diretor-médico da RHMED|RHVIDA, dr. Geraldo Bachega,
especialista em medicina do trabalho.
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