Você
tinha o sonho de morar em outro país, trabalhar, estudar, ficar fluente em
outra língua e agora descobriu que são muitos os desafios da vida no exterior.
Você
sente falta da comida brasileira, percebe que dominar o idioma local não é tão
simples, que fazer amizades e se perceber como membro de um novo grupo social
requer paciência e persistência. A psicoterapia
pode te ajudar a atravessar esse momento e a se fortalecer para obter o melhor
dessa experiência.
A terapia pode ajudar a lidar
com os desafios da vida no exterior
Quando
chegamos a um novo país, passados os momentos iniciais de admiração, encanto e
alegria, a realidade bate à porta e você começa a perceber que haverá dias
muito bons e também dias muito difíceis, com imprevistos e problemas
semelhantes aos que você teria se ainda estivesse na sua terra natal. E
dependendo do tamanho das suas expectativas, lidar com isso sozinho pode minar
as suas energias.
Viver
no exterior envolve todas as experiências da vida que você tinha antes: coisas
dão errado, imprevistos acontecem, ficar doente e sentir saudade também fazem
parte. Porém, isso tudo acontece em uma cultura diferente e em muitos casos,
quando o imigrante embarca sozinho nessa jornada, não conta com uma rede de
apoio de conhecidos.
Luto
Geralmente
o imigrante acaba sentindo uma sensação muito semelhante ao luto, por tudo
aquilo que foi "deixado para trás", incluindo a despedida da família e
amigos. Podem aflorar sentimentos de saudade, culpas, mágoas e arrependimentos
relacionados a situações e pessoas que ficaram na terra natal. Questionamentos
como "O que eu estou fazendo aqui?", "Será que vale a pena tudo
isso?" se tornam frequentes nesse momento.
É
preciso desenvolver o autoconhecimento e compreender se algumas emoções são
causadas pela dificuldade de adaptação ou se estão relacionadas aos conflitos
anteriores que não foram resolvidos.
Um completo estranho
É
natural que você tenha uma sensação de não pertencimento à cidade, ao país, ao
grupo social no qual você está agora. Esse sentimento de inadequação contribui
para a fragilidade emocional devido, principalmente, à falta de identificação.
Enquanto você estava no seu país, você tinha as suas referências, inclusive
geográficas, como locais que você gostava de frequentar ou passar férias,
aquele restaurante preferido, aquele parque que você frequentava aos finais de
semana, a casa daquele amigo/amiga que você sempre visitava, um grupo de amigos
da balada, a galera do escritório… Agora você precisa se reinventar e se
descobrir novamente como pertencente a um espaço, físico e social. É hora de
estabelecer novos contatos, novas amizades e novos lugares. E isso pode se
tornar uma tarefa árdua dependendo da forma como você encara as situações. Ter
domínio do idioma te ajuda muito nessa fase, pois a língua é parte da cultura e
saber se expressar facilita a integração social.
O desafio da adaptação
cultural
Um
dos grandes desafios da vida no exterior é a adaptação cultural. A adaptação em
si e todas as mudanças influenciam seu humor e é preciso aprender a lidar com
isso de maneira mais leve. Se você não cuida da sua saúde mental, fica muito
difícil manter a sua força e equilíbrio para seguir em frente e conseguir
aproveitar o melhor da sua experiência, vivendo o presente e construindo o
futuro. Afinal, você viajou cheio de planos, não foi?
A
forma como você vai gerenciar suas emoções pode te ajudar ou te fazer desistir
da aventura antes de experimentar todas as possibilidades que morar fora pode
te proporcionar. É preciso, mais do nunca, ser muito resiliente.
Enfrentar
os desafios que aparecerão na sua jornada é extremamente importante para que
você não desista dessa experiência. Você desenvolverá novas habilidades que nem
sequer imaginou tê-las. Garanto que vai valer a pena.
Emoções à flor da pele
É
preciso entender que morando no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo,
aquelas emoções básicas continuarão existindo. Portanto, tristeza, medo e insegurança
continuarão fazendo parte da vida e aprender a acolher essas emoções e a lidar
de forma mais saudável com elas será fundamental para garantir uma vida com
mais qualidade, em qualquer continente que você escolha para viver.
Desenvolver
o autoconhecimento te ajudará em qualquer lugar do mundo e na sua experiência
como imigrante não seria diferente. O autoconhecimento te faz descobrir o seu
poder interior, o que te ajudará a lidar com todas as situações com as quais
você se deparar.
4 pontos que você precisa
saber para lidar com os desafios da vida no exterior:
1. Cuide de você
Em
primeiro lugar, você precisa estar bem com você mesmo. Isso independe da sua
localização geográfica. Antes de ter qualquer nacionalidade você precisa
pertencer a si mesmo, se sentir seguro sendo exatamente quem você é. Tomar
consciência das suas forças, potencialidades e pontos a desenvolver vai te
ajudar em todas as situações, em qualquer lugar do mundo.
2. Tenha expectativas
realistas
Outro
ponto importante diz respeito às expectativas. Seja realista, pesquise muito
antes da viagem, conheça um pouco mais das características da cultura local,
troque informações em grupos de imigrantes e tudo mais que possa te ajudar a
manter os pés no chão. Isso envolve questões de estudo, trabalho e até mesmo do
clima, se é um lugar muito frio ou muito seco. Pesquise sobre tudo.
3. Cultive a paciência e não
se cobre tanto
Isso
é fundamental. Acontecerão situações inusitadas e você precisa estar preparado
para entender que no tempo certo você estará mais habituado com todas as
novidades. Você vai sim aprender o idioma, você vai sim fazer amizades. E com
certeza trabalhando a sua autoestima e autoconfiança isso pode acontecer mais
rápido e de forma mais leve.
4. Faça terapia
O
mais importante é entender que cada um tem a sua experiência e é preciso
validar seus sentimentos. É tão natural se sentir frustrado e insatisfeito
quanto se sentir feliz e realizado e isso pode acontecer mesmo que você esteja
morando no país dos seus sonhos.
O
desenvolvimento de habilidades para lidar com as mais diversas situações e
entender melhor as suas emoções pode ser a chave para o seu sucesso como
imigrante. Trabalhar as emoções e entender que você pode ser o dono do seu
destino, encarar os problemas, resolvê-los e executar tudo que você planejou é
totalmente possível e a terapia pode te ajudar nesse processo. O mais
importante é que você consiga aproveitar tudo que há de bom nessa experiência e
entender melhor sobre as suas emoções vai contribuir fortemente para que isso
aconteça.
A terapia online
Falar
de emoções e sentimentos fica muito mais fácil na sua língua materna. É muito
mais fácil se expressar e falar de emoções no idioma que você aprendeu desde
criança. Por isso a terapia
online tem se mostrado uma excelente ferramenta para acompanhamento de
brasileiros que moram no exterior. Para lidar com os desafios de morar no
exterior, você pode contar com o apoio de psicólogos que falam o seu idioma.
No
meu trabalho com brasileiros que moram no exterior, percebo alguns pontos em
comum com relação à adaptação, dificuldades e angústias nos momentos iniciais.
Mas também percebo que é uma experiência única para cada indivíduo, pois cada
pessoa carrega consigo uma bagagem de vida, aprendizados, medos e inseguranças
muito particulares.
Por
isso a terapia online tem sido uma ferramenta muito importante para ajudar
individualmente cada pessoa que quer fazer da experiência de morar no exterior
um momento mais leve, para extrair o melhor da cultura, do trabalho e dos
relacionamentos. Com o desenvolvimento do autoconhecimento, é possível tornar
essa experiência a melhor possível, aproveitando tudo que há de bom na sua nova
morada e resolvendo de forma tranquila tudo aquilo que precisa ser resolvido. A
sua experiência pode e deve ser incrível e cuidar da sua saúde mental fará toda
a diferença.
Gisele Aparecida Mezabarba
Mendonça - psicóloga na Vittude - CRP 16/3399. Graduada em Psicologia pela Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Alegre/ES em 2011 | CRP-16/3399. Pós-graduada em Saúde
Mental - 2012. Cursos de Formação em Hipnose Clínica e Hipnose Ericksoniana.
Atualmente é acadêmica de Mestrado (2017 - 2019) em Educação na Universidade
Federal do Espírito Santo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário