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quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Como lidar com os desafios da vida no exterior


Você tinha o sonho de morar em outro país, trabalhar, estudar, ficar fluente em outra língua e agora descobriu que são muitos os desafios da vida no exterior.
Você sente falta da comida brasileira, percebe que dominar o idioma local não é tão simples, que fazer amizades e se perceber como membro de um novo grupo social requer paciência e persistência. A psicoterapia pode te ajudar a atravessar esse momento e a se fortalecer para obter o melhor dessa experiência.


A terapia pode ajudar a lidar com os desafios da vida no exterior

Quando chegamos a um novo país, passados os momentos iniciais de admiração, encanto e alegria, a realidade bate à porta e você começa a perceber que haverá dias muito bons e também dias muito difíceis, com imprevistos e problemas semelhantes aos que você teria se ainda estivesse na sua terra natal. E dependendo do tamanho das suas expectativas, lidar com isso sozinho pode minar as suas energias.

Viver no exterior envolve todas as experiências da vida que você tinha antes: coisas dão errado, imprevistos acontecem, ficar doente e sentir saudade também fazem parte. Porém, isso tudo acontece em uma cultura diferente e em muitos casos, quando o imigrante embarca sozinho nessa jornada, não conta com uma rede de apoio de conhecidos.


Luto

Geralmente o imigrante acaba sentindo uma sensação muito semelhante ao luto, por tudo aquilo que foi "deixado para trás", incluindo a despedida da família e amigos. Podem aflorar sentimentos de saudade, culpas, mágoas e arrependimentos relacionados a situações e pessoas que ficaram na terra natal. Questionamentos como "O que eu estou fazendo aqui?", "Será que vale a pena tudo isso?" se tornam frequentes nesse momento.

É preciso desenvolver o autoconhecimento e compreender se algumas emoções são causadas pela dificuldade de adaptação ou se estão relacionadas aos conflitos anteriores que não foram resolvidos.


Um completo estranho

É natural que você tenha uma sensação de não pertencimento à cidade, ao país, ao grupo social no qual você está agora. Esse sentimento de inadequação contribui para a fragilidade emocional devido, principalmente, à falta de identificação. Enquanto você estava no seu país, você tinha as suas referências, inclusive geográficas, como locais que você gostava de frequentar ou passar férias, aquele restaurante preferido, aquele parque que você frequentava aos finais de semana, a casa daquele amigo/amiga que você sempre visitava, um grupo de amigos da balada, a galera do escritório… Agora você precisa se reinventar e se descobrir novamente como pertencente a um espaço, físico e social. É hora de estabelecer novos contatos, novas amizades e novos lugares. E isso pode se tornar uma tarefa árdua dependendo da forma como você encara as situações. Ter domínio do idioma te ajuda muito nessa fase, pois a língua é parte da cultura e saber se expressar facilita a integração social.


O desafio da adaptação cultural

Um dos grandes desafios da vida no exterior é a adaptação cultural. A adaptação em si e todas as mudanças influenciam seu humor e é preciso aprender a lidar com isso de maneira mais leve. Se você não cuida da sua saúde mental, fica muito difícil manter a sua força e equilíbrio para seguir em frente e conseguir aproveitar o melhor da sua experiência, vivendo o presente e construindo o futuro. Afinal, você viajou cheio de planos, não foi?

A forma como você vai gerenciar suas emoções pode te ajudar ou te fazer desistir da aventura antes de experimentar todas as possibilidades que morar fora pode te proporcionar. É preciso, mais do nunca, ser muito resiliente.

Enfrentar os desafios que aparecerão na sua jornada é extremamente importante para que você não desista dessa experiência. Você desenvolverá novas habilidades que nem sequer imaginou tê-las. Garanto que vai valer a pena.


Emoções à flor da pele

É preciso entender que morando no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo, aquelas emoções básicas continuarão existindo. Portanto, tristeza, medo e insegurança continuarão fazendo parte da vida e aprender a acolher essas emoções e a lidar de forma mais saudável com elas será fundamental para garantir uma vida com mais qualidade, em qualquer continente que você escolha para viver.
Desenvolver o autoconhecimento te ajudará em qualquer lugar do mundo e na sua experiência como imigrante não seria diferente. O autoconhecimento te faz descobrir o seu poder interior, o que te ajudará a lidar com todas as situações com as quais você se deparar.


4 pontos que você precisa saber para lidar com os desafios da vida no exterior:


1. Cuide de você

Em primeiro lugar, você precisa estar bem com você mesmo. Isso independe da sua localização geográfica. Antes de ter qualquer nacionalidade você precisa pertencer a si mesmo, se sentir seguro sendo exatamente quem você é. Tomar consciência das suas forças, potencialidades e pontos a desenvolver vai te ajudar em todas as situações, em qualquer lugar do mundo.


2. Tenha expectativas realistas

Outro ponto importante diz respeito às expectativas. Seja realista, pesquise muito antes da viagem, conheça um pouco mais das características da cultura local, troque informações em grupos de imigrantes e tudo mais que possa te ajudar a manter os pés no chão. Isso envolve questões de estudo, trabalho e até mesmo do clima, se é um lugar muito frio ou muito seco. Pesquise sobre tudo.


3. Cultive a paciência e não se cobre tanto

Isso é fundamental. Acontecerão situações inusitadas e você precisa estar preparado para entender que no tempo certo você estará mais habituado com todas as novidades. Você vai sim aprender o idioma, você vai sim fazer amizades. E com certeza trabalhando a sua autoestima e autoconfiança isso pode acontecer mais rápido e de forma mais leve.


4. Faça terapia

O mais importante é entender que cada um tem a sua experiência e é preciso validar seus sentimentos. É tão natural se sentir frustrado e insatisfeito quanto se sentir feliz e realizado e isso pode acontecer mesmo que você esteja morando no país dos seus sonhos.

O desenvolvimento de habilidades para lidar com as mais diversas situações e entender melhor as suas emoções pode ser a chave para o seu sucesso como imigrante. Trabalhar as emoções e entender que você pode ser o dono do seu destino, encarar os problemas, resolvê-los e executar tudo que você planejou é totalmente possível e a terapia pode te ajudar nesse processo. O mais importante é que você consiga aproveitar tudo que há de bom nessa experiência e entender melhor sobre as suas emoções vai contribuir fortemente para que isso aconteça.


A terapia online

Falar de emoções e sentimentos fica muito mais fácil na sua língua materna. É muito mais fácil se expressar e falar de emoções no idioma que você aprendeu desde criança. Por isso a terapia online tem se mostrado uma excelente ferramenta para acompanhamento de brasileiros que moram no exterior. Para lidar com os desafios de morar no exterior, você pode contar com o apoio de psicólogos que falam o seu idioma.

No meu trabalho com brasileiros que moram no exterior, percebo alguns pontos em comum com relação à adaptação, dificuldades e angústias nos momentos iniciais. Mas também percebo que é uma experiência única para cada indivíduo, pois cada pessoa carrega consigo uma bagagem de vida, aprendizados, medos e inseguranças muito particulares.

Por isso a terapia online tem sido uma ferramenta muito importante para ajudar individualmente cada pessoa que quer fazer da experiência de morar no exterior um momento mais leve, para extrair o melhor da cultura, do trabalho e dos relacionamentos. Com o desenvolvimento do autoconhecimento, é possível tornar essa experiência a melhor possível, aproveitando tudo que há de bom na sua nova morada e resolvendo de forma tranquila tudo aquilo que precisa ser resolvido. A sua experiência pode e deve ser incrível e cuidar da sua saúde mental fará toda a diferença.






Gisele Aparecida Mezabarba Mendonça - psicóloga na Vittude - CRP 16/3399. Graduada em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Alegre/ES em 2011 | CRP-16/3399. Pós-graduada em Saúde Mental - 2012. Cursos de Formação em Hipnose Clínica e Hipnose Ericksoniana. Atualmente é acadêmica de Mestrado (2017 - 2019) em Educação na Universidade Federal do Espírito Santo.


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