Patricia Lima, fundadora
da Simple Organic, esclarece os principais pontos que determinam essas
classificações para não cair no greenwashing
Depois da alimentação saudável, há algum tempo a
onda de consumo de produtos orgânicos, veganos e naturais chegou à indústria de
cosméticos.
Muitas vezes, a compra por impulso não permite uma reflexão sobre o
que determinada nomenclatura representa, ainda assim, é crescente o despertar
das pessoas para a origem dos ingredientes que colocam em contato com a pele.
"Apesar do fato de que estamos cada vez mais ouvindo sobre marcas sustentáveis,
ainda existe muito 'greenwashing', que é a história do marketing verde que não
é verdadeiro, muito mais um discurso de vender a sustentabilidade, a saúde e a
beleza natural sem realmente carregar esses conceitos em toda a sua cadeia
produtiva", alerta Patricia Lima, fundadora da Simple Organic, marca de
cosméticos orgânicos, veganos, naturais e cruelty-free.
A fim de desmistificar os rótulos que estão
ganhando cada vez mais as prateleiras e gôndolas de lojas especializadas e
também conquistando outros mercados como farmácias, supermercados, spas e
concept stores, Patricia Lima apresenta os principais aspectos sobre as
denominações para cosméticos tidos como orgânicos, veganos, cruelty-free,
naturais e sintéticos.
Cosmético orgânico
É aquele desenvolvido e formulado com matérias-primas naturais certificadas, produzido com base nos princípios do aperfeiçoamento dos recursos socioeconômico e da sustentabilidade, sem prejudicar a natureza. Os ingredientes utilizados são livres de pesticidas, utilizando processos naturais para plantar, cultivar e extrair os alimentos da terra. Dessa forma, sua plantação e colheita não agridem o meio ambiente, sendo livres de agrotóxicos e outros agentes químicos.
Para as empresas que certificam cosméticos no
Brasil, um cosmético orgânico deve atender a uma porcentagem mínima de
ingredientes. "A Ecocert, empresa que certifica os cosméticos da Simple
Organic, por exemplo, determina que um cosmético orgânico deve possuir, no
mínimo, 95% das suas matérias-primas certificadas como orgânicas. Os 5%
restantes podem ser compostos por água e/ou matérias-primas vegetais",
esclarece.
Cosmético natural
Um cosmético para ser considerado natural deve possuir no mínimo 95% do total das suas matérias-primas de origem natural e os 5% restantes por matérias-primas orgânicas e/ou sintéticas, desde que esses ingredientes não atendam pelo nome de Parabenos, Petrolatos, Triclosan, Mercúrio, Óleo mineral, Hidroquinona, PEGs, Imidazolidinyl Urea, Diazolidinyl Urea, Lauril Sulfato de Sódio, Lauril Éter Sulfato de Sódio, BHA, BHT e Silicone. "Também não podem utilizar em sua formulação qualquer ingrediente de origem animal", diz.
Cosmético vegano
Trata-se de um produto que não utiliza matérias-primas de origem animal. "Um cosmético vegano não significa que ele seja natural ou orgânico. Ele pode ser inteiramente sintético e, ainda assim, continuar sendo vegano", explica Patricia Lima.
Cosmético cruelty-free
A expressão cruelty-free vem do inglês e significa "sem crueldade". Dessa forma, os cosméticos que compõem essa categoria não realizam testes em animais. Todavia, isso não significa que não há matérias-primas provenientes de origem animal em sua composição. Ou seja, é possível ser cruelty-free, sem ser vegano.
Sintéticos
Ainda são a maioria dos produtos disponíveis no mercado e muitos contam com ingredientes desenvolvidos em laboratório, de origem animal, utilizam corantes, conservantes, silicones, álcool e parabenos, ingredientes que podem trazer risco à saúde. Outro ponto é que muitos deles são testados em animais.
Simple Organic
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