A poluição difusa deteriora a qualidade da água
e pode prejudicar os mananciais próximos aos centros urbanos
Antes de pensar em
quantificar as agressões ao meio ambiente, o principal desafio dos
ambientalistas é fazer com que a sociedade polua cada vez menos a água. É
preciso conscientizar as pessoas que quanto mais nos desenvolvemos, mais nos
vemos dependentes deste recurso para todas as atividades humanas.
“Trazer os rios para
o foco das atenções da sociedade deveria ser objetivo de cada cidadão.
Integrá-los, revitalizá-los e ampliar seu alcance, tem sido a preocupação de
todos que promovem a educação ambiental”, enfatiza Vininha F. Carvalho, editora
da Revista Ecotour News (www.revistaecotour.tur.br).
A atitude correta
proporcionará o estabelecimento de uma nova cultura referente às águas Separar
água, saneamento e higiene em prioridades e atividades isoladas tem sido um
erro fundamental.
Considerando que apenas 42%
dos distritos brasileiros têm coleta de esgoto e somente 14% têm coleta e
tratamento, é certo que nos próximos anos mais da metade dos municípios
brasileiros podem ter problemas com a qualidade de vida e produtividade da água
potável.
A maior parte do esgoto
brasileiro não é tratada, quando muito, coletada, mesmo com as novas regras
instituídas pela nova política nacional de resíduos sólidos. O destino desses
dejetos são os rios, córregos, praias ou qualquer outra fonte de água natural
mais próxima.
Uma vez utilizada, a água
deve ser coletada em uma rede de esgoto e tratada antes de ser descartada e
atingir corpos d´água. Se isso não acontece, o esgoto polui esses corpos
hídricos, que são os mesmos que abastecem outras comunidades.
A poluição gerada pela
chuva e que escoa para o rio é um dos grandes agravantes da situação de nossos
rios.
“ A poluição difusa
deteriora a qualidade da água e pode prejudicar os mananciais próximos aos
centros urbanos, dificultando o tratamento da água para o abastecimento das
populações”, afirma Vininha F. Carvalho.
Entre as principais fontes
da chamada poluição difusa estão asfalto, restos de cimento e areia,
combustível, óleo lubrificante, tinta e ferrugem, além de lixo não coletado e
aqueles que são atirados nas ruas da cidade. Esses resíduos chegam aos rios
urbanos trazidos pela chuva.
Diversas medidas podem ser
adotadas para minimizar o impacto desses poluentes e todas se relacionam com a
gestão da bacia hidrográfica. Minimizar a área impermeável promovendo a
infiltração no solo, é uma das medidas mais eficazes.
Além dela, é importante
tratar a água proveniente das chamadas "primeiras chuvas", que
corresponde à lavagem da cidade que ocorre no início da chuva. Reduzindo-se o
volume escoado, reduz-se a carga poluidora.
É necessário reduzir o
déficit de infraestrutura por meio de políticas que incentivem maiores
investimentos nos setores relacionados à água. É essencial avançar no
desenvolvimento e implementação de modelos de governança mais transparentes, de
sistemas de gestão menos burocratizados e mecanismos de operação mais
eficientes.
A responsabilidade do poder
público é criar políticas para o controle da poluição difusa e a população,
também, pode contribuir muito com a diminuição do lixo. A solução passa por uma
dinâmica de gestão. Existem vários instrumentos e instituições que,
articulados, podem levar a uma forma adequada de conduzir este processo.
Existem soluções para grandes centros urbanos, pequenos grupos populacionais,
áreas rurais e regiões secas ou úmidas, e até para os oceanos.
“Precisamos ter uma
relação equilibrada com a água. A sociedade deve lutar pelas águas da mesma
forma que um trabalhador reivindica salários e condições sociais mais justas.
Tudo isso é uma questão de educação, e a sociedade não poderá ignorar o valor
imensurável deste precioso líquido”, conclui Vininha F. Carvalho.
Conscientizar a sociedade
sobre a importância vital da água e do saneamento, ressaltando que existem
aqueles que ainda estão sem acesso a esse direito humano básico e serviços que
deveriam estar disponíveis a todos, é defender o meio ambiente e promover o
desenvolvimento sustentável.
Del Valle Editoria
news@revistaecotour.tur.br
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