Quilinhos a mais, estrias e
flacidez em certas regiões do corpo. Essas são reclamações frequentes
pós-gestação. Tratá-las pode não ser fácil, especialmente se considerarmos a
rotina de mãe de filho pequeno, que não é nada leve. Cuidados com a pele,
acompanhamento com nutricionista e a prática de atividades físicas são
fundamentais nessa recuperação, mas, em alguns casos, a cirurgia plástica pode
ser a melhor alternativa para alcançar o resultado estético desejado.
Nos Estados Unidos, tem se
tornado cada vez mais popular um pacote de cirurgias plásticas chamado “mommy
makeover”, que inclui procedimentos para rejuvenescer o corpo após o nascimento
do bebê. As mais populares são a plástica no abdome (abdominoplastia), a
lipoaspiração e as cirurgias para levantar os seios (mastopexia).
Segundo o cirurgião plástico
Roger
Vieira, membro da
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e da American
Society of Plastic Surgeons (ASPS), esse aumento na demanda de mulheres recém-saídas
da gravidez pode ser percebido também nos consultórios brasileiros. “A cirurgia
plástica pode garantir excelentes resultados para pacientes que desejam recuperar
o corpo que tinham antes da gravidez, mas é preciso controlar a ansiedade. Não
dá para sair da sala de parto já pensando em uma lipoaspiração ou uma
abdominoplastia, por exemplo. Em geral, o aconselhável é esperar, no mínimo,
seis meses para realizar qualquer procedimento”, recomenda.
Roger explica que é
possível, sim, realizar um “pacote” de cirurgias plásticas, combinando dois ou
mais procedimentos em uma só operação, como propõe o “mommy makeover”, mas
deve-se obedecer critérios de segurança ao paciente, avaliando muito bem o
número de intervenções associadas e o tempo gasto dentro do bloco cirúrgico. “O
organismo feminino passa por uma série de alterações não só durante, mas também
após a gestação. Logo, a avaliação médica é absolutamente indispensável, pois
não são todas as mães que devem, precisam ou podem passar por essas
intervenções cirúrgicas”.
Para a psicóloga Renata
Feldman, que, em sua pesquisa de mestrado, estudou questões relacionadas à
maternidade no mundo contemporâneo, o fim da gravidez marca uma fase em que a
mulher deixa de ser o centro das atenções, posto que passa a ser ocupado pelo
bebê recém-nascido. “As mudanças corporais vividas na gravidez são percebidas
como algo natural e bonito, gerando nas mulheres uma postura positiva de
aceitação. Ao fim da gestação, porém, quando o bebê passa a ser o centro das
atenções e não mais a mulher, ela se sente novamente pressionada a atender às
exigências de um padrão de beleza imposto culturalmente, sentindo muitas vezes
urgência em recuperar o corpo que tinha antes”, afirma. Com isso, muitas mães
se deixam levar pelo imediatismo e acabam esquecendo que o puerpério tem um
ciclo natural, contemplado por novas transformações físicas, psíquicas e
hormonais.
Para Roger, a cirurgia
plástica pode ajudar a mulher a recuperar a autoestima e a satisfação com o
próprio corpo depois da gravidez, mas sempre com a orientação médica adequada.
“Também considero importante o planejamento familiar. Se a mulher quiser ter
outros filhos em um futuro próximo, não vale a pena realizar as cirurgias
naquele momento”, opina. “Para as interessadas, minha orientação é procurar um
cirurgião plástico de confiança e ter uma conversa sincera sobre insatisfações
e expectativas. Em conjunto, médico e paciente podem decidir qual é o melhor
momento para realização da cirurgia”.
Saiba mais sobre os
procedimentos mais requisitados após a gravidez.
Abdominoplastia
O abdômen é o local onde as
maiores alterações físicas e hormonais da gestação ocorrem. Em decorrência do
crescimento uterino, pele e músculos da barriga se distendem, favorecendo o
surgimento de estrias, diástase e flacidez. Estas mudanças tendem a regredir no
período de seis meses após o término da gestação, mas, caso não ocorram, a
abdominoplastia pode ajudar a recuperar a silhueta desejada.
Lipoaspiração e
lipoescultura
São procedimentos de alta
eficácia estética, que muitas vezes podem ser realizados em conjunto com a
abdominoplastia ou a mamoplastia. São mais recomendados para aquelas
gordurinhas localizadas, não só na região abdominal, mas também nas coxas,
glúteos e quadril. Assim como descrito acima, a orientação é que a mulher
aguarde pelo menos seis meses para avaliar a realização do procedimento.
Cirurgia no seios
Durante e principalmente
após a gestação, as mamas ganham volume devido à produção de leite. É de
fundamental importância aguardar o período mínimo de seis meses após o término
da amamentação para que os seios retornem à forma natural pré gravidez. É muito
comum a queixa de flacidez, queda e estrias após esse período de lactação. A
cirurgia de lifting mamário, conhecida com mastopexia, promove a retirada do
excesso de pele, elevando o mamilo e, dessa forma, corrigindo a flacidez.
Quando se deseja um aumento mamário associado, podem ser utilizadas próteses de
silicone. Para as mães que fizeram o implante antes da gravidez, não há
alteração significativa na amamentação.
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