O inverno mal começou e as dúvidas e preocupações
com febre, gripe, resfriado, conjuntivite, dor de garganta e uma série de
viroses respiratórias já é rotina para pais e cuidadores. Tudo é intensificado
no inverno, e as temperaturas mais baixas geralmente indicam a necessidade de
uma supervalorização da fragilidade dos pequenos. O que não deixa de ser
verdade, basta observar os prontos-socorros, clínicas e hospitais lotados neste
período.
Para dirimir dúvidas e auxiliar a melhor conduta de
pais e cuidadores, o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, da MBA
Pediatria, especialista pela Unifesp e pela Sociedade Brasileira de Pediatria,
selecionou as principais dúvidas recebidas em seu consultório e lista algumas
dicas para ajudar a proteger as crianças no inverno:
1 - Manter o nariz limpo - Bebês
com menos de 1 ano de idade tendem a respirar quase que exclusivamente pelo
nariz e, por isso, é importante mantê-lo sempre limpo. O uso de soro
fisiológico para limpar o nariz do bebê evita a desidratação e a formação de
crostas no canal, além de impedir que agentes infecciosos que circulam no ar
entrem em contato com a mucosa e o organismo do bebê.
2 - Banho do bebê no frio - Nos
dias mais frios, por mais que queiramos manter os bebês quentinhos, o banho não
deve durar mais que 10 minutos e a temperatura da água não pode ultrapassar os
37°C. Tudo isso ajuda a prevenir o resfriamento do corpo, que pode prejudicar a
saúde do bebê.
No preparo do banho, pré-aqueça o ambiente,
mantenha portas e janelas fechadas, evitando assim a corrente de ar. Deixe a
troca de roupa bem próximo para que o bebê não circule pela casa sem estar
devidamente agasalhado.
No inverno, o ressecamento da pele é frequente e um
dos motivos pode ser a temperatura inadequada do banho. Por isso, mantenha a
água em 37°C.
3 - Vestir o bebê para o frio – É
importante que os pais fiquem atentos quanto à vestimenta escolhida para o dia,
isso porque os pequenos transpiram bastante e a quantidade de roupa pode
incomodá-los, tanto por estarem com calor como com frio, devido ao suor que
esfriou e molhou as peças. Às vezes, a irritação e o choro sem motivo aparente
têm apenas uma causa: o excesso de roupas.
Na hora de dormir, mesmo sendo genuína a
preocupação em agasalhar os filhos para que tenham um sono tranquilo e
quentinho, cuidado para não deixar mantas ou gorros próximos ao bebê, evitando
que durante a madrugada, caso ele acorde ou role no berço, não se sufoque com
estas peças de roupas.
4 – Vacinação em dia – Nesta
época do ano, com poucas chuvas e o ar mais seco, crianças e bebês são alvos
comuns de gripes e resfriados. Isso porque o organismo dos pequenos ainda tem
um sistema imunológico imaturo, podendo sofrer ataques de agentes
infecciosos ao sistema respiratório. Nestas situações, procure sempre um
pediatra para uma avaliação mais criteriosa e diagnóstico precoce. Vale lembrar
ainda que é imprescindível manter a vacinação em dia, desde o primeiro mês do
recém-nascido, para maximizar o potencial protetor para a criança.
5 – Aquecedores e vaporizadores - Quanto
ao uso de vaporizadores no quarto, não há problema, pois o aparelho poderá
ajudar os pequenos a respirar melhor. Já os aquecedores a óleo, aquecidos por
uma resistência elétrica no interior do aparelho para gerar calor, são a melhor
opção por disporem de radiadores pelo qual o ar circula e que mantém o ambiente
quente sem ressecá-lo.
6 – Manter o quarto arejado - Quando
a criança estiver fora do quarto, pais e cuidadores devem abrir as janelas e
deixar o ar circular no ambiente, livrando-o de possíveis agentes infecciosos
que aítenham se alojado. Na hora de dormir, mantenha tudo fechado novamente.
Mantenha também a limpeza do quarto diariamente.
Porém, observe as informações nos rótulos dos produtos utilizados, uma vez que
alguns contêm em sua fórmula componentes químicos que podem agredir
quimicamente a criança. Na dúvida, fale com seu pediatra.
7 - Higiene das mãos - Lavar
bem as mãos das crianças é uma medida muito eficaz para prevenir resfriados e
outras viroses respiratórias no inverno. Principalmente para as crianças em
idade escolar que ficam em ambientes fechados, o que contribui para a
transmissão de doenças por via aérea e também por agentes transmissores que
ficam nas superfícies. Como prevenção, a higienização das mãos deve ser feita
ao chegar da rua, da escola, antes das refeições, após ir ao banheiro ou quando
tossir e espirrar.
O hábito de lavar as mãos começa na infância e,
educadas corretamente, se estenderá por toda vida. Para a higienização correta
das mãos basta usar sabonete comum, esfregando todos os dedos e fazendo
movimentos de fricção entre eles. Pode-se também usar álcool em gel. Toda
criança leva as mãos à boca e ao nariz constantemente, permitindo muitas vezes
a autoinoculação do vírus. Do mesmo modo, é importantíssimo que pais e
cuidadores tenham o mesmo hábito e atenção na lavagem frequente das mãos.
De modo geral, o pediatra Sylvio Renan esclarece
que a intensificação dos cuidados no inverno deve ser seguida durante todo o
ano, sempre com atenção redobrada na higiene, alimentação adequada (no mínimo,
até os 6 meses de idade o único alimento de que o bebê necessita é o leite
materno) e vacinação em dia das crianças. Tudo isso favorece uma melhor
qualidade de vida, de forma saudável e confortável para cuidadores, pais e crianças.
Fonte:
Dr. Sylvio Renan Monteiro de Barros -
Graduado pela Faculdade de Medicina do ABC, com especializações e títulos pela
Unifesp/EPM, Sociedade Brasileira de Pediatria e General Pediatric Service da
University of California (UCLA, Los Angeles, EUA). Atuou por quase 30 anos no
Pronto Socorro Infantil Sabará e foi diretor técnico do Hospital São Leopoldo,
cargo que deixou para se dedicar ao seu consultório, a MBA Pediatria, e à
literatura médica para leigos. É autor dos livros "Seu bebê em perguntas e
respostas - Do nascimento aos 12 meses" e “Pediatria Hoje”.
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