O diretor
terapêutico da Clínica Grand House esclarece as principais questões que
envolvem o tema e fala sobre a importância da família na recuperação e
reinserção social do dependente
De acordo com o Relatório Mundial Sobre Drogas de
2106, publicado pelo UNODC - Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime,
são 29 milhões de pessoas dependentes de droga em todo o mundo. No Brasil,
especificamente em São Paulo, pesquisa realizada pela Secretaria de Estado de
Desenvolvimento Social, revela que o fluxo de usuários de droga que frequentam
a região da Cracolândia, no centro da capital paulista, cresceu em 160% em
relação ao ano passado. São cerca de 1861 pessoas frequentes por lá.
Os números são alarmantes e demandam grande atenção
na busca de uma solução. Mas, primeiro, é preciso ter conhecimento sobre qual o
perfil do dependente químico e, dessa forma, conseguir auxiliar de forma
efetiva. “O grande estigma que a dependência química carrega é o do
preconceito, principalmente se o portador faz parte das classes mais baixas. As
pessoas tendem a repelir aquilo que não compreendem e evitam contato, até mesmo
por sentirem medo. Assim, já se cria uma barreira que coloca o usuário às
margens da sociedade”, salienta Sergio Castillo, diretor terapêutico da Clínica
Grand House.
Segundo o profissional, a dependência química é uma
doença crônica e multifatorial, isso significa que diversos fatores contribuem
para o seu desenvolvimento, incluindo a quantidade e frequência de uso da
substância, a condição de saúde do indivíduo e fatores genéticos, psicossociais
e ambientais. “Não existe um tratamento universal, que sirva para todas as
dependências nem para todos os indivíduos. Não existe uma ‘receita de bolo’.
O tipo de ajuda mais adequado para cada pessoa depende de suas
características pessoais, da quantidade e padrão de uso de substâncias e se já
apresenta problemas de ordem emocional, física ou interpessoal decorrentes
desse uso”, explica.
E complementa “Por ser uma doença multifatorial,
o ideal é que a avaliação e o tratamento do
paciente envolva diversos profissionais da saúde, como médicos
clínicos e psiquiatras, psicólogos, terapeutas ocupacionais, educadores físicos,
assistentes sociais e enfermeiros”. Quando diagnosticada, a dependência química
deve ainda contar com acompanhamento a médio-longo prazo para assegurar o
sucesso do tratamento, que varia de acordo com a progressão e gravidade da
doença.
Além disso, participação da família também é
fundamental no processo de recuperação do dependente. “O elo entre os membros
de uma mesma família é uma peça chave durante o tratamento, pois, os laços de
afeto vão contribuir para que os indivíduos busquem, juntos, a melhora daquela
condição em que se encontram”, analisa Castillo. E conclui “Se a família não
for tratada e não aderir 100% ao tratamento as chances de recuperação do
dependente químico tornam-se muito reduzidas”.
Clínica
Grand House
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