É como se 2016, quando a crise bateu no fundo do poço, o desemprego quebrou
recordes e os negócios ficaram estagnados, realmente não tivesse terminado em
31 de dezembro último. A letargia persiste. O fechamento de contratos é pífio e
todas as decisões de compra no universo corporativo são postergadas. Por isso,
é forte o sentimento de que nosso ano novo começará somente em março, mais
precisamente às 13 horas do dia primeiro, quando as empresas reabrem e as
pessoas voltam ao trabalho depois do longo feriado do rei Momo.
A mais grave consequência de 2017 ainda
não ter começado é que, na prática, por consequência, o terrível 2016 ainda não acabou.
O Brasil segue o mesmo ritmo modorrento, despertando certo ceticismo no
empresariado quanto à capacidade de reação. Com certeza, o ano passado, que insiste
em não terminar, continua sua recessiva trajetória, constituindo-se em um dos
mais difíceis momentos de toda a história econômica de nosso país.
Por isso, é de se esperar que, após o desfile da última escola de samba e o
retorno ao trabalho do derradeiro folião, possamos, finalmente, comemorar a
passagem do ano, saudando 2017 com força, energia e novo ânimo. Mais do que
nunca, ao invés de reclamar de nosso tardio Réveillon,
é preciso acreditar que, terminado o Carnaval, o Brasil realmente inicie um
processo consistente de retomada do crescimento, dos investimentos e da geração
de empregos.
Acreditar
nessas perspectivas é fundamental para redespertar o ânimo dos empresários.
Muitos venceram o ceticismo e se prepararam com vistas a uma retomada econômica
do ano novo. É o caso de nossa empresa, que investiu R$ 45 milhões na compra de
novos equipamentos, dentre eles quatro guindastes de grande porte e última
geração, cujos modelos são inéditos no País. Assim, que venha o ano novo depois do
Carnaval!
Esses 14 meses de 2016,
o ano mais
longo de nossa história, haverão de terminar, deixando amargas lembranças para
os brasileiros, mas também algumas lições importantes, que precisam ser
assimiladas. Nosso país parece ter dificuldade de aprender com os erros do
passado, repetindo equívocos que acabam custando muito caro para as empresas,
os trabalhadores e a sociedade como um todo.
Esperamos que, nesta quarta-feira de cinzas com jeito de ano novo, floresça um
novo tempo de mais transparência e ética na política, lucidez na gestão da
economia e credibilidade. Esses são elementos essenciais para vencermos a crise
e ingressarmos em um fluxo duradouro de crescimento sustentado.
José Henrique Bravo Alves - vice-presidente Comercial da Locar Guindastes e Transportes Intermodais.
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