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segunda-feira, 6 de junho de 2016

Mau uso do português afeta jovens em entrevistas



 
Por não saberem corretamente a língua nativa, candidatos são reprovados em processos seletivos e buscam razão para justificar esse fator

Muitos estudantes perdem boas oportunidades de inserção no mercado por conta do emprego inadequado da língua portuguesa. Ferramentas como testes ortográficos e redações funcionam como filtros para eliminar candidatos e muitos acabam não passando sequer na primeira etapa. Para avaliar esse cenário, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios, realizou entre os dias 9 e 20 de maio, uma pesquisa para descobrir “Por que o Português ainda é o maior reprovador em processos seletivos?”. Jovens de 15 a 26 anos, faixa etária mais afetada nas reprovações, deram sua opinião sobre o tema.

Foram 11.616 participantes expondo suas vivências sobre trabalho e entrevistas. Como resultado, 32,75% reconheceram: “As pessoas têm preguiça de ler”, totalizando 3.804 votantes. “Com o fácil acesso à tecnologia e condições de correções automáticas de texto, pesquisar informações resumidas sem a necessidade de fazer uma busca integral sobre determinado assunto, dificultam o enriquecimento do vocabulário e a organização linguística”, esclarece Erick Sperduti, coordenador de recrutamento e seleção do Nube.

Porém, outra parcela considerável dos votantes, 28,88%, alegou “terem se acostumado com o português abreviado nas redes sociais", opção escolhida por 3.355 pessoas. Ou seja, nem todos conseguem se adequar às mudanças exigidas quando o ambiente sai do universo dos perfis virtuais. “Alguns se condicionam muito com esse tipo de 'escrita encurtada' e acabam por cometer erros, tanto na elaboração de algum texto, quanto no envio de um simples e-mail profissional”, explica o especialista.

Já para 22,28%, o problema está no fato de “não haver incentivo para a leitura no Brasil” (2.588). Sperduti, porém, não concorda com essa visão: “A Era Digital também possui seus benefícios e permite o fácil acesso às obras e clássicos da literatura, inclusive por meio de smartphones. O grande problema está na mentalidade do brasileiro em não praticar o hábito da leitura”. E complementa: “incentivos temos tanto do governo como do próprio mercado. Durante a seleção, sempre orientamos a explorarem diferentes títulos”, comenta o recrutador.

Por fim, “a baixa formação dos candidatos” (1.562) e “As empresas exigem muito” (307), receberam 13,45% e 2,64% dos cliques, respectivamente. Para quem se posiciona assim, Sperduti dá a dica: ”como atualmente o inglês é muito requisitado nas organizações, o português torna-se obrigatório, por ser a língua nativa. Não há exageros”, finaliza. Portanto, pelos altos índices de reprovação, quem fala e escreve bem já tem uma vantagem perante a concorrência.



Fonte: Erick Sperduti - coordenador de recrutamento e seleção do Nube

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