Infecções de origem bacteriana podem levar o
paciente à morte em poucas horas, mas é possível prevenir a doença
Com a proximidade do inverno, é natural a
busca por ambientes fechados e protegidos do frio. Mas é justamente por causa
das aglomerações que a estação mais gelada do ano favorece a transmissão de
doenças infectocontagiosas importantes, entre elas a meningite1,
enfermidade que pode levar à morte ou provocar sequelas neurológicas
irreversíveis se não for tratada rapidamente.
Fungos, bactérias e vírus podem levar à meningite,
infecção que provoca a inflamação das membranas que revestem o cérebro e a
medula espinhal. São os casos de origem bacteriana, contudo, os mais
graves. No ano de 2013, por exemplo, foram registradas 1.170 mortes no
País por quadros de meningite causados por bactéria, o que representa quase 19%
do total de pessoas acometidas pela meningite bacteriana naquele período, que
somaram 6.331 casos, segundo dados do Ministério da Saúde.
Já a meningite de origem viral, embora mais
frequente, apresenta uma mortalidade menos expressiva: foram 8.513 casos em
2013, com 109 óbitos, ou 1,3% daquele grupo, também de acordo com os dados do
Ministério da Saúde. Os registros do governo mostram também quais foram, em
2014, os principais agentes envolvidos nos quadros de meningite bacteriana. Dos
5.848 casos dessa enfermidade detectados naquele ano, 44% foram provocados por
apenas duas bactérias: a Neisseria meningitidis, conhecida como meningococo
(28% dos casos), e a Streptococcus pneumoniae, ou pneumoco, com 16%².
“Em termos de
saúde pública, a meningite bacteriana se destaca pela gravidade, pois está
associada a uma mortalidade importante. A meningite meningocócica,
especialmente, evolui de forma bastante rápida e pode com certa facilidade
causar epidemias em moradias estudantis e bases militares, por exemplo.
Se não receber o tratamento adequado com urgência, a pessoa infectada pode
morrer em apenas 24 horas”, afirma o infectologista pediátrico José Geraldo
Ribeiro, professor de
Medicina Preventiva da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais.
Apesar da gravidade da meningite bacteriana,
é possível se proteger da doença por meio da vacinação. Por isso, o Dia
Nacional da Imunização, comemorado em 9 de junho, é uma ocasião importante para
alertar a população sobre os riscos associados às meningites pneumocócica e
meningocócica, reforçando a importância da prevenção. É importante
ressaltar que, como são causadas por bactérias diferentes, essas duas formas
de meningite devem ser prevenidas com vacinas distintas.
Proteção
A vacinação é o meio mais eficaz para a
prevenção das meningites pneumocócicas e meningocócicas. Entre as opções de
vacinas pneumocócicas está a Prevenar 13, da Pfizer, que oferece proteção
contra os 13 sorotipos do pneumococo mais prevalentes em todo o mundo, muitos
deles resistentes a antibióticos. Aprovada em mais de 120 países,
Prevenar 13 pode ser administrada em crianças e jovens de 2 meses a 17 anos de
idade, bem como em adultos com 50 anos ou mais.
Em outra frente, a vacina Nimenrix é indicada
para a prevenção contra a meningite meningocócica provocada pelos sorogrupos
ACWY da bactéria Neisseria meningitidis. Ela pode ser administrada em crianças
a partir dos 12 meses de idade, adolescentes e adultos. Atualmente, no Brasil,
o sorogrupo C é o mais prevalente. “A Sociedade Brasileira de Imunizações e a
Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam a vacina quadrivalente porque
outros sorogrupos, como o W, estão crescendo no País. Além disso, sempre é
possível ter contato com estrangeiros, vindos de países onde predominam outros
sorotipos”, esclarece o médico.
Pneumococo X meningococo
Parte da população é portadora do pneumococo
e do meningococo
sem apresentar sinais ou sintomas, mas mesmo assim é capaz de infectar outras
pessoas. Assim, quando um portador tosse ou espirra, pode transmitir o
micro-organismo às pessoas suscetíveis, principalmente quando há convívio ou
proximidade com o indivíduo. Por isso, o contágio é mais comum entre pessoas
que residem na mesma casa ou compartilham o mesmo dormitório ou alojamento, bem
como em escolas e creches.
Ao penetrarem no organismo, as bactérias
responsáveis pela meningite invadem a corrente sanguínea e chegam ao cérebro.
Os sintomas das meningites pneumocócicas e meningocócicas são semelhantes: dor de cabeça forte, febre, vômito e rigidez
na nuca e, às vezes, manchas vermelhas
espalhadas pelo corpo. O exame laboratorial determina o agente
causador.
Enquanto a doença pneumocócica
(meningite e pneumonia) costuma afetar principalmente populações com o sistema
imunológico notoriamente mais frágil, como pessoas acima de 60 anos e crianças
pequenas, a meningite
meningocócica é frequentemente identificada em crianças menores mas também
presente em outras faixas etárias comoadolescentes e jovens. A doença pode
causar sequelas no sistema nervoso central, provocando alterações motoras e
deficiências visuais e auditivas, bem como ferimentos que podem levar a amputações.
Referências
1.
Sáfadi, Marco e outros. Vacinas
meningocócicas conjugadas: eficácia e novas combinações. Jornal de Pediatria,
vol.82 no.3 suppl.0 Porto Alegre July 2006;
2.
Moraes, Camile, Perfil Epidemiológico da
MeningiteBrasil & Mundo, Grupo Técnico de Vigilância das Meningites,
Secretaria de Vigilância em Saúde. http://www.saude.rs.gov.br/upload/1437759444_Perfil%20Epidemiol%C3%B3gico%20da%20Meningite%20Brasil%20&%20Mundo.pdf.
Acessado em junho de 2016.
PFIZER
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