Aplicação de eletrodos na região afetada pela
doença permite maior autonomia do paciente; tratamento é indicado para pessoas
que já não respondem tão bem à medicação
Ainda
sem cura, o Mal de Parkinson tem se tornado uma realidade cada vez mais comum à
população brasileira. Os sintomas mais impactantes da doença, como os tremores
e a rigidez muscular, porém, podem ser tratados. De acordo com o Dr.
Cláudio Corrêa, coordenador do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do
Hospital 9 de Julho, o tratamento mais atual consiste no implante de eletrodos
na região afetada pela doença.
“Trata-se
da Neuroestimulação Profunda do Encéfalo. Nela, os eletrodos são colocados
estrategicamente, de acordo com o quadro clínico do paciente. Eles funcionam
ligados em uma bateria (neuroestimulador) que é colocada na mesma região que um
marca-passo para o coração”, explica.
Ele
destaca que, embora esse tratamento já seja conhecido, a tecnologia evoluiu e
as baterias, que antes duravam de dois a três anos, hoje tem autonomia de nove
anos ou mais. “Com isso, eles voltam a fazer atividades mais básicas do dia a
dia, como abotoar a camisa ou se alimentar sem a ajuda de outras pessoas”,
afirma.
Isso
acontece porque a neuroestimulação controla os movimentos involuntários e
diminui a intensidade da rigidez muscular, sendo possível, inclusive, reduzir a
quantidade dos medicamentos administrados para o controle da doença.
O
tratamento cirúrgico é indicado para pacientes que já não respondem
satisfatoriamente à medicação e ainda não estão com os movimentos muito
comprometidos. É um procedimento que pode ser realizado com anestesia local e
com baixo índice de complicação operatória.
O
Mal de Parkinson caracteriza-se pela degeneração dos neurônios produtores de
dopamina na parte profunda do encéfalo (substância negra). As causas ainda são
estudadas.
O
conjunto de sintomas é formado pelos movimentos involuntários (tremores), além
de lentidão, rigidez muscular, desequilíbrio, instabilidade postural, caminhada
em marcha característica (em pequenos passos), depressão e alterações na fala,
na deglutição e na escrita.
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