Pelo fato
de conviverem com as pessoas de maneira mais próxima, dentro das casas, os cães
e gatos acabam sendo conhecidos como potenciais causadores de alergia. A
concepção é um mito, pois qualquer animal de pelo ou pena - cavalos, pássaros,
hamsters – pode gerar reações em indivíduos suscetíveis. De acordo com o
alergista Diener Frozi, a questão é cercada por crenças populares que nem
sempre são confirmadas pela medicina.
“Os
animais que possuem pelo mais curto não provocam menos alergia. A questão está
ligada também à descamação da pele, urina e até mesmo saliva do pet”, esclarece
o médico. Até mesmo as fezes secas de passarinho causam alergias, pois
podem conter fungos. Dessa forma, às vezes o alérgico pode desenvolver crises
apenas ao frequentar um lugar com os animais, como a casa de amigos.
Muitas
famílias acreditam que precisam se desfazer do cão ou gato após a descoberta da
alergia. Antes de tomar qualquer atitude, no entanto, é importante confirmar o
diagnóstico por meio de exames específicos. “Muitas vezes, uma criança que
convive com animais pode apresentar quadro alérgico por outras razões, como
ácaros, fungos, poeira e mudanças bruscas de temperatura. Sem investigar a
fundo a natureza da reação, os pais poderiam acabar a afastando do bichinho sem
necessidade e causando piora no quadro em razão do aspecto emocional”, destaca
Frozi.
Ao chegar
ao consultório médico, o paciente deve passar por análise minuciosa, que vai
indicar os principais hábitos e condições em que surgem as crises alérgicas. A
partir da avaliação da história clínica, o alergista solicita exames
confirmatórios para avaliar o grau de sensibilização: testes de puntura,
conhecidos também como “prick test”, realizados no antebraço do paciente,
identificam alergias respiratórias e alimentares, bem como o exame de sangue
para dosagem de imunoglobulina E, anticorpo específico para cada substância
suspeita. “Com isso, é possível orientar o tratamento e até mesmo as
vacinas mais adequadas, no caso de imunoterapia”, explica o doutor.
Responsável
pelo projeto “Viva Sem Alergia”, em Duque de Caxias, cidade da Baixada
Fluminense, o especialista esclarece que a melhor postura para alérgicos que
convivem com animais é sempre limpar o ambiente diariamente. “O recomendado é
evitar que o cão suba em estofados e camas e retirar tapetes, carpetes e outros
objetos que possam acumular pó. O banho semanal ou quinzenal já é suficiente
para manter o animal limpo. Mais do que isso pode ser prejudicial para
eles”.
Sobre o
Viva Sem Alergia
O projeto
social Viva Sem Alergia atende pacientes da Baixada Fluminense, na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro, com objetivo de tratamento, controle e
prevenção de alergias e doenças imunológicas. Na unidade de saúde localizada em
Duque de Caxias, os pacientes realizam exames gratuitamente, como o teste
cutâneo para detectar os alérgenos aos quais são mais suscetíveis. Em caso de
diagnóstico confirmado de asma, o tratamento é iniciado com kits alérgicos com
broncodilatadores em forma de sprays inalatórios, as conhecidas “bombinhas”,
distribuídas sem custo. A oferta é possível graças a parcerias com instituições
como a Cruz Vermelha de São Gonçalo.
Viva Sem Alergia
Rua Conde de Porto Alegre, nº 119, Edifício Uba - 8º andar
Jardim Vinte e Cinco de Agosto - Duque de Caxias (RJ)
Funcionamento: segunda a sexta, das 8h30 às 17h; sábados, das 8h às 12h.
Agendamento de consultas: 21-3848-5389
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