Segundo
a FecomercioSP, em junho, a intenção de consumo das famílias caiu pelo quarto
mês consecutivo, motivada pelo desemprego, dificuldade de acesso a crédito e
queda na renda
Em junho, o Índice de Intenção de
Consumo das Famílias (ICF) apresentou queda de 0,9% em comparação com o mês
anterior e registrou 63 pontos - menor resultado desde o início da série
histórica em 2010. No comparativo com o mesmo período do ano passado, quando
marcou 81,7 pontos, o índice caiu 22,9%.
O
ICF é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) e varia de zero a 200 pontos,
sendo que abaixo de 100 pontos significa insatisfação e acima de 100,
satisfação em relação às condições de consumo.
Dos
sete itens que compõem o indicador, quatro apresentaram retração no comparativo
mensal. Renda Atual foi o que teve a maior queda
no mês (-4,7%) e atingiu 69,6 pontos, o menor nível para o item na série
histórica. As famílias paulistanas nunca estiveram tão insatisfeitas com o
nível da renda, em grande medida por causa da inflação, influenciada pela alta
dos preços dos alimentos. Outro item que contribuiu para a queda do ICF no mês
foi Acesso ao Crédito, que registrou recuo de 3,5% e atingiu 62,3 pontos,
também o menor nível para o item na série histórica.
Segundo
a assessoria econômica da FecomercioSP, estas duas variáveis, renda e crédito,
em seus piores níveis afetam de forma mais significativa as vendas de produtos
mais caros como os duráveis (geladeira, fogão, TV, etc.). Em junho, o item
Momento para Duráveis caiu 4,2% e passou de 39,9 para 38,2 pontos, renovando
também a mínima histórica. Para quase 80% dos paulistanos é um mau momento para
a compra desse tipo de bem.
Apesar
da estabilidade, o item Nível de Consumo Atual encontra-se em 35,2 pontos, o
menor resultado da série histórica e também a pior avaliação entre os sete
itens do ICF no mês. Já para os próximos meses, apesar do item Perspectiva de
Consumo ter registrado alta de 3,9%, seu nível ainda é muito baixo (50,4
pontos). Segundo a pesquisa, 64% dos paulistanos disseram que reduzirão os
gastos de suas famílias nos próximos meses.
Em
contrapartida, os dois itens relacionados ao emprego registraram ligeira alta
em junho. O item Emprego Atual ficou praticamente estável com variação de 0,2%
e ainda na casa dos 87 pontos (87,6 pontos), enquanto o item Perspectiva
Profissional cresceu 1,5%, passando de 96,2 para 97,6 pontos. Mesmo com essa
leve recuperação, os dois itens ainda estão abaixo dos 100 pontos, mostrando a
insegurança da maioria dos paulistanos na atual posição profissional e também a
expectativa de que não deve haver melhoras em um horizonte de seis meses.
Na
avaliação por faixa de renda houve recuo para ambos os segmentos analisados. As
famílias com renda inferior a dez salários mínimos aumentaram a insatisfação em
1,1%, com o ICF passando de 64,2 para 63,5 pontos. Já o ICF das famílias com
renda superior a dez salários registrou leve queda de 0,3%, mas o patamar de
insatisfação mantém-se mais baixo do que o das famílias de menor renda (61,3 pontos
em junho).
Segundo
a Federação, o resultado deste mês mostra que, mesmo com a mudança política no
País, não houve alteração na trajetória negativa de intenção de consumo. Isso
porque a situação econômica permanece a mesma: as famílias a cada dia estão com
mais dificuldade de manter sua cesta de compras no supermercado, sentem a
ameaça do desemprego e esbarram nos juros altos e nas restrições para obtenção
de crédito no sistema financeiro. Entretanto, acompanhando a melhora das
expectativas dos consumidores captada pelo Índice de Confiança do Consumidor
(ICC), foi observada melhora, na comparação mensal, tanto na perspectiva
profissional quanto na perspectiva de consumo.
Para
a FecomercioSP, para que as expectativas se convertam em aumento das vendas,
porém, é preciso que haja melhora efetiva das condições de consumo, com
estabilidade dos preços, do mercado de trabalho e redução das taxas de juros, o
que virá somente com um efetivo ajuste fiscal e o anúncio de medidas de
estímulo ao investimento privado.
Caso
a tendência de melhora das expectativas se consolide, porém, o ano deve
terminar melhor do que começou para o varejo, com vendas melhores no natal na
comparação com a data em 2015.
Metodologia
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: emprego atual; perspectiva profissional; renda atual; acesso ao crédito; nível de consumo atual; perspectiva de consumo e momento para duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório e acima de 100 pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, transformando-se, com base no ponto de vista dos consumidores e não no uso de modelos econométricos, em uma ferramenta poderosa para o varejo, fabricantes, consultorias e instituições financeiras.
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: emprego atual; perspectiva profissional; renda atual; acesso ao crédito; nível de consumo atual; perspectiva de consumo e momento para duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de 100 pontos é considerado insatisfatório e acima de 100 pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, transformando-se, com base no ponto de vista dos consumidores e não no uso de modelos econométricos, em uma ferramenta poderosa para o varejo, fabricantes, consultorias e instituições financeiras.
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