Especialista fala sobre a nova medida do
Conselho Federal de Medicina, que recomenda a indicação de exames para DSTs por
todas as especialidades médicas
Com
o objetivo de auxiliar na detecção precoce de doenças como HIV, sífilis e
hepatites B e C, o Conselho Federal de Medicina (CFM) agora recomenda a
realização de exames para DSTs esteja incluída nos check-ups de todas as especialidades
médicas. Quando diagnosticadas tardiamente, essas doenças podem estar em
estágios avançados, o que dificulta o tratamento.
Segundo
a especialista em infectologia que integra o corpo clínico do Delboni Medicina Diagnóstica,
Dra. Ligia Pierrotti, a medida só tende a trazer benefícios, pois em muitos
casos o tratamento é dificultado pelo estágio avançado da doença. A médica
destaca as principais doenças sexualmente transmissíveis e como funcionam os
exames necessários para os diagnósticos:
HIV
No
exame para detecção da doença é feita por testes sorológicos, que detectam
anticorpos contra o HIV no sangue do paciente e, quando detectados, significa
que o resultado é positivo. Todo teste sorológico positivo precisa ser
confirmado por um novo teste, em uma nova amostra de sangue do paciente. Também
existem testes que identificam antígenos do vírus presente no sangue os
pacientes, e o próprio vírus, por métodos de biologia molecular. Segundo a CFM,
25% dos casos de HIV no Brasil são diagnosticados já em estágio avançado.
Sífilis
O
exame para detecção é semelhante ao de HIV - também realizado por teste
sorológico, que uma busca por anticorpos no sangue. De acordo com a Dra. Ligia
Pierrotti, o diagnóstico da doença é feito tardiamente, porque na maioria dos
casos os pacientes que tiveram contato com a sífilis não percebem a doença,
visto que a “lesão primária se manifesta como uma ferida indolor”, ,
explica.
Hepatites
B e C
Para
detectar as hepatites B e C há dois tipos de exames: a sorologia, e o teste
molecular, que identifica o material genético do vírus no sangue, positivo a
partir do primeiro dia de infecção.
Para
Ligia Pierrotti, a recomendação do CFM possibilitará o acesso ao diagnóstico
das Doenças Sexualmente Transmissíveis para um maior número de pacientes,
possibilitando as medidas de tratamento e manejo adequadas para a prevenção das
complicações dessas doenças. Como doenças muitas vezes assintomáticas, o
diagnóstico das Doenças Sexualmente Transmissíveis é possível apenas por testes
laboratoriais. Além disso, “detectar a doença no seu início é importante também
para o início precoce do tratamento e diminuição do risco de transmissão. Mas
vale ressaltar que, independentemente do resultado, “a prevenção de toda doença
sexualmente transmissível, pela prática do sexo seguro, é essencial”.
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