Especialista
alerta: prevenção ainda é o melhor remédio
Durante a
gestação, as futuras mamães devem frequentar todas as consultas do
pré-natal e seguir uma vida saudável. Porém, é preciso ficar atenta a todos os
sinais que o organismo dá e se importar com eles. Mal-estar, cólicas,
febre e dores corporais, mesmo que leves, significam que existe algo de errado
com o corpo, e no decorrer da gestação, todo cuidado é pouco. Esses sinais
podem indicar a presença de fungos, bactérias, vírus ou protozoários no
organismo da mulher, prejudicando a saúde dela e do bebê. Isso
porque durante a gravidez, o sistema imunológico feminino sofre alterações
que facilitam a proliferação de micro-organismos causadores de doenças,
inclusive, aquelas capazes de atravessar a placenta e prejudicar o
desenvolvimento do feto.
Pensando
nisso, o obstetra e ginecologista do Hospital Vila Nova Cachoeirinha, Maurício
Sobral, listou 5 doenças que podem ser muito perigosas durante a
gestação;
1. Vaginose
Bacteriana – É um distúrbio que afeta a flora vaginal e diminui os
lactobacilos responsáveis por proteger a região, o que leva a uma produção
de um corrimento de cheiro muito forte. E, de acordo com uma pesquisa feita
pela Fundação Oswaldo Cruz, essa condição está associada com a ruptura da bolsa
e o trabalho de parto prematuro. “Normalmente, a vaginose se desenvolve
devido à baixa imunidade e o estresse. O tratamento é feito por via
oral e o diagnóstico só é possível por meio de exames de análise de material
coletado da vagina. Por isso, é importante estar com os exames íntimos em dia e
manter uma vida saudável para garantir a boa imunidade”, explica o
especialista.
2. Hepatite
B – A doença está associada à cirrose hepática e também ao
câncer no fígado. Para se prevenir, basta estar em dia com a vacina. São três
doses que podem, inclusive, ser tomadas durante a gestação. Sua transmissão
ocorre pelo contato com o sangue infectado e relações sexuais. Já o
bebê, corre risco de contágio no momento do parto, por isso, se a mãe estiver
infectada o recém-nascido é vacinado logo após a concepção. No entanto, a
Organização da Saúde não contraindica a amamentação, mesmo que a mulher ainda
esteja com o vírus.
3. Catapora –
Se a infecção ocorre durante a gravidez é preciso ter cuidado, já que o
primeiro contato com o vírus costuma ser o mais grave. No entanto,se for diagnosticada
rapidamente, o tratamento não traz problemas para o desenvolvimento do
bebê. Por outro lado, é muito importante ficar atenta, pois, se o vírus passar
para o feto, pode haver sequelas no cérebro, pele e até risco de aborto. “É
essencial que toda mulher que deseja engravidar esteja em dia com as
vacinas para evitar complicações futuras. A catapora, por exemplo, é um risco
possível de evitar facilmente e, que se tratado com negligência, pode ser muito
perigoso para o bebê”, comenta o médico.
4. Toxoplasmose –
A doença se manifesta por meio de diversos sintomas,
como vômitos, gânglios pelo corpo e sinais comuns da gripe, o
que dificulta o diagnóstico rápido. Uma das formas de transmissão mais
comum é pelas fezes dos gatos. “É recomendável que mulheres gestantes não façam
a limpeza de caixinha higiênica dos animais de estimação e também evitem o
contato com gatos desconhecidos. Outra maneira de contrair a doença é
pelo consumo de carnes cruas e verduras, legumes e frutas mal lavados”, explica.
O risco de transmissão para o recém-nascido é de 25%. No entanto, se a infecção
acontece no primeiro trimestre, 15% dos casos terminam em aborto. Já
no segundo trimestre, 25% dos bebês manifestam problemas oculares.
5. Rubéola –
Quando a doença atinge apenas a mãe, o tratamento é simples, basta
utilizar analgésicos e antitérmicos indicados pelo médico. O grande problema é
quando o vírus invade a placenta e infecta o bebê, pois o seu
contágio pode causar anomalias graves, como surdez e danos na visão. E quando
isso acontece, o acompanhamento com um especialista é imprescindível. Já
que, de acordo com a Sociedade Brasileiro de Pediatria, mães que contraem a
rubéola durante o primeiro trimestre têm 80% de chances de contaminar o bebê. A
contaminação acontece por via respiratória e por meio de gotículas expelidas no
ar. É indicado que antes de engravidar, a mulher faça a sorologia, um exame que
permite saber se a pessoa está imune. E se caso não estiver, deve tomar a
vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. “É
importante lembrar que a vacina tríplice viral não deve ser tomada durante a
gestação”, finaliza Sobral.
Doutor Maurício Luiz Peixoto Sobral, CREMESP 90722 - especialista
em Mastologia, Ginecologia e Obstetrícia. Possui título de Especialista em
Ginecologia e Obstetrícia (TEGO) e Título de Especialista em Mastologia
(TEMA). É preceptor de ginecologia e obstetrícia do Hospital Vila Nova
Cachoeirinha, em São Paulo. Realizou mais de 10.000 partos e cirurgias
ginecológicas ao longo dos 17 anos de formado. Tem larga experiência em
Obstetrícia no atendimento público e privado em grandes Hospitais. Além
de Sócio-diretor da Aclimed - Clínica Médica Aclimação Ltda.
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