A campanha “Cão-Guia: quanto
vale o seu olhar?” – conduzida pelo Instituto IRIS via plataforma de crowdfunding
Kickante – tem por objetivo arrecadar R$ 140 mil para custear a reposição
de quatro cães-guia. A “vaquinha virtual” está disponível no site até o dia 20
de julho. http://www.kickante.com.br/campanhas/cao-guia-quanto-vale-o-seu-olhar
“Antes eu
era vista como uma ceguinha, agora eu sou vista como uma cidadã. Há nove anos,
eu não sei o que é cair na rua”, conta Liana Maria Conrado sobre a experiência
de ser guiada pelo labrador Sirius. A cantora lírica integra um grupo de
deficientes visuais que precisam aposentar os amigos caninos em curto prazo.
O
casal
Genival e Kátia Santos – donos de Leila e Sam, respectivamente –
também aguardam a aposentadoria dos labradores que permitem uma rotina de
independência. “É uma questão de prioridade máxima, porque é muito difícil para
uma pessoa que perde o cão-guia, por aposentadoria ou outro motivo, voltar à condição
anterior após estar plenamente adaptada. É pior do que perder a visão”, afirma
a cientista de dados Kátia.
Mas, quanto vale o olhar de um
cão-guia? Para um deficiente visual – que ganha mobilidade, inclusão social, qualidade
de vida e companhia permanente – o valor é simplesmente incalculável. No
entanto, o custo envolvido no treinamento, cerca de R$ 35 mil, é alto para uma
organização sem fins lucrativos. Neste cenário, a ONG IRIS lançou uma campanha
para arrecadar fundos via crowdfunding, pela plataforma Kickante. “Cão-Guia:
quanto vale o seu olhar?” tem duas metas: a primeira é arrecadar R$ 140 mil
na vaquinha virtual para repor quatro cães para deficientes que precisam
“aposentar” os guias atuais (após oito a nove anos de serviços prestados); a
segunda, depois de superar a meta inicial, é tornar o Instituto
autossustentável.
De acordo com Thays
Martinez, presidente do IRIS, a proposta é aposentar os cães –
em médio prazo, 10 cães-guia precisam ser repostos – e entregar novos para
deficientes inscritos em uma lista que reúne 3 mil pessoas. O IRIS tem planos
de intensificar o treinamento no Brasil; nos últimos dois anos, a organização
já treinou no país 10 cães-guia. Com doações a partir de R$ 10, a organização
espera mobilizar brasileiros dos quatro cantos do país. Para doar: http://www.kickante.com.br/campanhas/cao-guia-quanto-vale-o-seu-olhar.
Para se ter uma ideia da gravidade
do problema, o Brasil possui 6,5 milhões de pessoas com deficiência visual –
582 mil cegos e seis milhões com baixa visão, de acordo com o Censo 2010
conduzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IRIS,
entidade sem fins lucrativos criada para promover a inclusão social
prioritariamente das pessoas com deficiência visual por meio do cão-guia,
estima que existam apenas 100 cães-guia no país. A organização brasileira
atua em parceria com a Leader Dogs for the Blind, ONG
instalada em Rochester (Michigan, Estados Unidos).
Segundo Thays, a parceria permite a
doação de cães-guia aos brasileiros, que precisam viajar para os Estados Unidos
para um período de treinamento conjunto. “São 26 dias de capacitação dos
condutores com os novos cães-guia, um treinamento que tem o objetivo de adaptar
ambos a uma nova rotina. Nesse período, um instrutor brasileiro ministra aulas,
em português, que incluem conhecimentos sobre cuidados diários com os cães, trajetos
(em cidades e zona rural) e condução. Todo o treinamento é feito nas
dependências da Leader Dogs for the Blind”, detalha. https://www.youtube.com/watch?v=9e9hbpKHWGY
IRIS
O Instituto de Responsabilidade e
Inclusão Social (IRIS), entidade sem fins lucrativos, foi fundado em 2002, em
São Paulo (SP), com a missão de desenvolver atividades que acelerem o processo
de inclusão social das pessoas com deficiência visual. A prioridade
institucional é a difusão do cão-guia como grande facilitador do processo de
inclusão. O Instituto é um dos poucos no Brasil com um instrutor reconhecido
pela International Guide Dog Federation (Inglaterra), especialmente qualificado
pela Royal New Zealand Foundation for the Blind – Guide Dog Services
(Nova Zelândia) entre 1996 e 1999. www.iris.org.br
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