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sábado, 31 de maio de 2025

Pesquisa revela preocupações dos brasileiros com uso da internet por jovens e destaca urgência de apoio à saúde mental nas escolas


  • Estudo inédito realizado com a população conectada aponta que 90% dos brasileiros acreditam que os adolescentes não recebem o apoio emocional e social necessário.
  • 7 em cada 10 acreditam que a presença de psicólogos nas escolas poderia transformar essa realidade.
  • Bullying e violência escolar são um dos principais desafios de saúde mental apontados por 57% da população.

 

O Porto Digital — maior distrito de inovação da América Latina — apresenta os resultados de uma pesquisa nacional realizada em parceria com a Offerwise, especializada em estudos de mercado na América Latina e no universo hispânico. O levantamento ouviu uma amostra de brasileiros conectados de todas as regiões e classes sociais, com 18 anos ou mais, para entender suas percepções sobre os dilemas enfrentados por crianças e adolescentes, especialmente no ambiente digital. Os dados revelam um alerta claro: 9 em cada 10 brasileiros acreditam que os jovens não recebem apoio emocional e social suficiente, enquanto 70% defendem a presença de psicólogos nas escolas como caminho essencial para mudar esse cenário. 

Os dados reforçam a urgência de ações coordenadas que promovam ambientes mais seguros e saudáveis para o desenvolvimento das novas gerações. Segundo o estudo, 4 em cada 10 pais utilizam regularmente ferramentas específicas de controle parental – como aplicativos ou configurações no celular – sendo 65% dos pais de crianças até 12 anos os que mais utilizam esse tipo de ferramenta, enquanto 20% dos respondentes têm a intenção de adotar esse tipo de recurso no futuro. Outro dado de destaque é sobre o monitoramento parental da vida digital dos filhos: cerca de 93% dos pais dizem acompanhar o que os filhos fazem online, mas isso tende a diminuir conforme eles envelhecem. 

A percepção de risco com o uso da internet é generalizada, mas não se restringe ao ambiente digital. Bullying e violência escolar (57%), ansiedade e depressão (48%), e pressão estética (32%) são os três principais desafios enfrentados pelos jovens hoje, segundo o levantamento. As mulheres demonstram maior sensibilidade em relação às questões emocionais (54%), enquanto os homens manifestam mais preocupação com aspectos financeiros e desemprego (40%) e de perspectiva de futuro (27%). 

“O cuidado com a juventude deve ser um compromisso compartilhado, que envolve escolas, famílias, empresas e governos. Essa pesquisa evidencia que não basta apenas discutir inovação tecnológica – é preciso humanizá-la e colocá-la a serviço da sociedade”, afirma Pierre Lucena, presidente do Porto Digital. 

Ainda de acordo com o levantamento do Porto Digital e da Offerwise, os pais têm buscado alternativas para proteger os filhos no ambiente digital, com destaque para o controle do tempo de navegação e uso de ferramentas de monitoramento. Entre crianças de até 12 anos, o controle tende a ser mais rígido e constante. No entanto, apenas 20% dos pais pretende utilizar futuramente alguma ferramenta de controle. A supervisão também tende a diminuir com a idade dos filhos. Entre os adolescentes de 13 a 17 anos, os pais ainda acompanham, mas de forma mais flexível, permitindo maior autonomia – o que aumenta a necessidade de espaços de acolhimento e orientação. 

O uso da internet por crianças e adolescentes preocupa a população, levando muitos pais a monitorarem o acesso dos filhos diante de um ambiente amplo e repleto de riscos. Apesar de ainda ser um tema relativamente novo no cotidiano familiar, ele já é central nas discussões sobre a criação e proteção das novas gerações. 

“Os resultados da pesquisa nos mostram que a população enxerga a necessidade de um esforço conjunto para criar espaços mais seguros e de apoio nas escolas, especialmente diante do uso precoce e intenso das redes sociais. A parceria da Offerwise com o Porto Digital, nos dá essa visibilidade a esses desafios e traz um campo de análise para orientar ações mais eficazes, que conectem inovação tecnológica à promoção do bem-estar das novas gerações”, explica Julio Calil, General Manager da Offerwise.  

"O futuro da inovação está diretamente ligado à forma como cuidamos dos nossos jovens. Não basta apenas impulsionar avanços tecnológicos — é fundamental criar pontes entre a tecnologia e a transformação social real. A pesquisa conduzida em parceria com a Offerwise reforça que a construção de um ecossistema inovador passa, obrigatoriamente, pela promoção da saúde emocional e do desenvolvimento humano desde cedo", conclui Lucena.


Bebê reborn: 49% dos brasileiros acham que apego emocional deve ser desencorajado, revela pesquisa

Em meio à onda de vídeos com adultos simulando maternidade com bonecas, a maioria dos brasileiros ainda reage com estranhamento e alerta sobre risco de fuga da realidade


Estudo aponta julgamento generalizado e desconfiança sobre o vínculo afetivo com bonecos hiper-realistas. Para 31%, a prática pode até fazer mal emocionalmente

Cuidar de uma boneca como se fosse um bebê real, com direito a mamadeira, passeio de carrinho e hora do sono? Para quase metade dos brasileiros, esse tipo de afeto é problemático. Segundo pesquisa inédita da Hibou, instituto especializado em monitoramento e insights de consumo,  49% da população acredita que o apego emocional a bebês reborn deve ser desencorajado, por representar um distanciamento emocional da realidade. E mais: 31% avaliam que essa relação pode causar danos emocionais. O estudo, realizado com 1.594 pessoas (maiores de 18 anos) nos dias 21 e 22 de maio de 2025, mostra que embora o fenômeno esteja em alta nas redes sociais, o julgamento social ainda pesa  e o espaço para empatia é mínimo.


Todo mundo já ouviu falar, mas quase ninguém tem

A presença dos reborns no imaginário coletivo é forte. 74% dos entrevistados já ouviram falar, conhecem alguém que tem ou tiveram algum contato com o termo. Apenas 1% declarou ter ou já ter tido um. Outros 2% nunca ouviram falar, o que mostra que o tema chegou à superfície da sociedade, mesmo que o uso real ainda pareça restrito.


“É exagero”, dizem muitos. “É só moda”, dizem outros

Quando questionados sobre o que leva alguém a comprar um bebê reborn, 27% dos brasileiros disseram achar a prática estranha ou exagerada, enquanto 21% enxergam como uma moda passageira. Poucos associam o reborn a algo emocional: apenas 9% veem como companhia afetiva ou terapêutica, 10% como hobby ou colecionismo e 15% como entretenimento para crianças. Ou seja, o estranhamento supera em muito a compreensão.


Benefício emocional? Brasileiro ainda duvida

A ideia de que os bebês reborn possam ajudar emocionalmente ainda encontra resistência. 40% não veem nenhum benefício na prática, e 31% acreditam que o uso pode até ser prejudicial emocionalmente. Apenas 1% acredita firmemente nos benefícios, e 12% consideram que pode ajudar em alguns casos. Um grupo de 16%  ainda não sabe o que pensar.

“O tema dos bebês reborn ainda está muito distante da realidade do brasileiro médio, que tem a vida real como prioridade mais urgente. Para muitos, parece algo que viralizou e foi  alimentado por um hype midiático. Ao mesmo tempo, chama atenção o fato de que, mesmo achando estranho, a maioria prefere não interferir. Isso, de certa forma, revela um olhar mais introspectivo das pessoas: se não afeta minha vida, eu sigo em frente”, avalia Ligia Mello, CSO da Hibou


Ver adulto com reborn na rua? A maioria se incomoda

A cena de um adulto empurrando um reborn no carrinho ou dando mamadeira em público é, para muitos, difícil de digerir. 38% dizem que achariam absurdo, mas não fariam nada. Outros 12% sugeririam que a pessoa pensasse o comportamento, e 4% dizem que confrontariam diretamente. Apenas 1% teria empatia ou carinho. Há ainda 21% que simplesmente nunca pensaram sobre o assunto.


A linha entre afeto e fuga da realidade: um espelho da sociedade

Quando perguntados sobre como essa relação afetiva deveria ser tratada, 49% responderam que deveria ser desencorajada, pois representa risco à saúde emocional. Outros 28% acreditam que o vínculo deve ser monitorado por profissionais de saúde, e 17% acham que só deveria acontecer em casos específicos, como luto ou terapia. Apenas 4% veem o apego como algo legítimo como qualquer outro tipo de vínculo, e 2% acham que deveria ser incentivado como estratégia terapêutica.

 



Hibou

“Divórcio do sono”: saiba como a medicina pode salvar sua relação

Médico e professor da Afya Educação Médica, Marcelo Andrade Starling, explica como a ciência do sono pode ajudar a evitar que problemas noturnos prejudiquem os relacionamentos


Em um mundo cada vez mais agitado, a qualidade do sono costuma ser negligenciada. No entanto, a Medicina do Sono ganha protagonismo como área essencial da saúde, dedicada a diagnosticar e tratar os inúmeros distúrbios que afetam o descanso noturno — e, consequentemente, a qualidade de vida durante o dia.

 

Uma pesquisa encomendada pela ResMed em 2025, empresa global especializada em soluções para saúde respiratória e do sono, entrevistou mais de 30 mil pessoas em 13 países e identificou uma tendência crescente: casais estão optando por dormir em quartos separados. O fenômeno, conhecido como “divórcio do sono”, tem como principal causa o ronco e outros ruídos noturnos. Segundo o estudo, três em cada dez entrevistados (32%) apontam o ronco, a respiração ruidosa ou ofegante do parceiro como grandes perturbadores do sono.

 

De acordo com Marcelo Andrade Starling, especialista no tema e professor da Afya Educação Médica em Belo Horizonte, esses desconfortos podem estar relacionados a diversos distúrbios, como insônia, apneia do sono, ronco crônico e comportamentos involuntários durante a noite, como movimentação excessiva. “A Medicina do Sono busca compreender e tratar esses problemas, promovendo uma melhor qualidade de vida — e, muitas vezes, preservando a harmonia conjugal”, explica.

 

Segundo o médico, dormir bem juntos é possível. “Tratar o problema do sono é também cuidar da conexão do casal. O ‘divórcio do sono’ é um termo popular que descreve a situação em que parceiros precisam dormir separados porque o descanso de um está comprometendo o do outro”, afirma.

 

O estudo também revelou que 18% dos casais já adotaram permanentemente o “divórcio do sono”. Entre os que dormem separados, 31% disseram que o relacionamento melhorou, enquanto 30% perceberam piora. Já no aspecto da intimidade, 28% relataram melhora na vida sexual, e 22% sentiram o contrário. Para Starling, antes de recorrer à separação de camas ou quartos, é fundamental investigar as causas dos distúrbios e buscar soluções médicas e comportamentais. 

 

Ele reforça que a qualidade do sono de um parceiro influencia diretamente a do outro. “Dormir juntos significa compartilhar um espaço com interações contínuas durante a noite. O sono ruim afeta o humor, a paciência e a comunicação, o que pode gerar tensão e desgaste emocional. Por isso, é essencial que ambos priorizem o sono como um compromisso conjunto”, afirma. 


Entre as recomendações do especialista estão estratégias simples e eficazes: estabelecer uma rotina para dormir, evitar o uso de telas antes de deitar, não consumir alimentos pesados, álcool ou cafeína à noite, e criar um ambiente favorável ao descanso. “Ensinar o corpo e a mente a reconhecerem a hora de descansar faz toda a diferença. A cama deve ser um lugar sagrado, reservado apenas para dormir”, conclui. 




Afya
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Conspiração contra você mesmo/as

Ao trafegar por vias públicas, vemos policiais que buscam, pela própria ostentação da sua existência, conter os mais incautos no manejo de seus veículos. Muita gente, logo que o\as vê, passa a dar sinais de luz para o\as condutore\as dos carros com os quais cruza. À sorrelfa, alertam o\as “colegas” sobre as autoridades rodoviárias. É como se dissessem: “Suspendam por um instante as infrações que vêm cometendo.”

Por outro lado, não se contam sobre nossas autoridades policiais rodoviárias as melhores histórias: grosseria, autoritarismo, multas à socapa, corrupção, chantagem, formação de quadrilha, ineficiência. Não tenho ouvido elogios à Polícia Rodoviária, nem como instituição. O IPEA, “revela que é alto o medo da violência no Brasil e baixa a confiança nas polícias que combatem os crimes mais próximos do cotidiano do cidadão.

Mais da metade dos brasileiros sentem ‘muito medo’ de sofrer agressão. A pesquisa também ouviu a opinião dos entrevistados sobre as instituições policiais. Apenas a Polícia Federal (PF) teve índice acima de 10% na resposta ‘confia muito’. As polícias civis e militares dos estados atingiram apenas 6% das respostas ‘confia muito’. Cerca de 9% disseram ‘confiar muito’ na Polícia Rodoviária Federal (PRF)” (FENAPRF, 08jul12).

“Para a especialista em segurança pública e professora da Universidade Federal Fluminense (UFF) Jacqueline Muniz, a corporação precisa de um resgaste institucional. ‘A PRF precisa passar por um processo de reinstitucionalização e resgaste de sua credibilidade, atualizando uma doutrina da força com protocolos públicos e publicados’” (Brasil de Fato, 05out23). A percepção é a de uma relação inadequada entre cidadã\o e autoridade.

Dificilmente nasceria daí alguma colaboração. Não gostamos da Polícia; não confiamos na Polícia; queremos enganar a Polícia. Contudo, paradoxalmente, esperamos bons resultados da atividade policial. Parece-me que, por decorrência dessa relação desqualificada, não poderíamos pedir tanto. Por sobre isso, todavia, emergem outros problemas.

Primeiro, não queremos que a Polícia disponha de meios para trabalhar. É verdade que a instituição tem, ou deveria ter, uma função orientadora, todavia, a sua principal atividade é de controle e repressão. Para tanto, ela precisa de meios. Considero que seus recursos mais eficientes são os que combateriam as principais causas de acidentes: para reprimir a velocidade excessiva, radares; para evitar que bêbados dirijam, bafômetros.

Aí, duas questões verdadeiras a favor da cidadania. Uma, os radares não podem ser “escondidos”; é necessário anunciar a sua instalação. Duas, ninguém pode ser obrigado a produzir prova contra si, então, nenhuma pessoa está obrigada a soprar um “bafômetro”. Também pretendo ver cumpridas as garantias cidadãs, mas, então, devo tomar em conta que os radares serão de pouca utilidade para coibir velocidade excessiva e que os bafômetros serão inúteis.

Segundo, a Justiça não decide uniformemente sobre a identificação válida do estado de bêbado, ou de embriaguez. Na falta de meios melhores, consideram-se as vestes desalinhadas, a fala arrastada, o hálito alcoólico, o andar titubeante, o reflexo fotomotor lento, o controle muscular perturbado. Ora, a legislação pertinente fala em concentração específica de álcool no sangue, logo, tem que ser medida, não pode ser suposta.

À sua vez, o STJ avocou a si a tarefa de estabelecer como se identificará a condição etílica. Daí resultou súmula 620, cujo teor assente que “para comprovar a embriaguez, objetivamente delimitada pelo art. 306 do CTB, é indispensável a prova técnica consubstanciada no teste do bafômetro ou no exame de sangue. Comprovar a embriaguez alcoólica, é indispensável a prova técnica consubstanciada no teste do etilômetro ou no exame de sangue”.

Vale o “bafômetro”; o “bafômetro” é recusável. Estamos em um impasse. Há a lei, tentamos contornar a lei. Ao tempo em que nos alarmamos em face do morticínio de guerra em nossas estradas, intentamos driblar a repressão aos excessos; resistimos à punição por nossas transgressões ao Código de Trânsito. Reflexos da ideologia da malandragem, um pouco do Brasil, uma ladinagem que nos sobra contra nós.

 

Léo Rosa de Andrade
Doutor em Direito pela UFSC.
Psicanalista e Jornalista.


Discutir em público? Veja quais são as consequências!

Especialista em relacionamentos Henri Fesa alerta para os impactos emocionais e sociais causados por brigas de casal na frente de outras pessoas


Discussões fazem parte de qualquer relacionamento, mas quando ultrapassam a intimidade do casal e acontecem em público, o impacto pode ser bem maior do que se imagina. Situações como brigas durante um jantar com amigos, ou aquele silêncio constrangedor após uma discussão dentro do carro com outras pessoas presentes, contribuem para criar uma imagem negativa da relação, mesmo que, em casa, os desentendimentos sejam resolvidos. 

O problema é que o público raramente acompanha a reconciliação. O que fica registrado na memória dos outros é o clima ruim, o tom elevado da voz, a troca de farpas e os olhares cortantes. Com o tempo, isso pode afastar convites, gerar julgamentos e fazer com que o casal seja rotulado como “problemático”, ainda que essa não seja a realidade da maior parte do tempo juntos. 

“Esse tipo de exposição gera consequências emocionais e sociais duradouras. Além do desgaste da própria relação, há o comprometimento da rede de apoio. Amigos e familiares passam a tomar partido ou evitam convites para não presenciarem momentos desconfortáveis. Isso enfraquece os laços e isola o casal socialmente”, explica Henri Fesa, Médium especialista em relacionamentos e fundador da Casa de Apoio Espiritual Henri Fesa. 

O ideal, segundo Henri, é que os parceiros tenham acordos sobre como agir em situações de tensão quando estão acompanhados. “O casal precisa ter maturidade para segurar a conversa até estarem sozinhos. Criar códigos silenciosos para indicar que algo incomodou, e depois conversar com calma, ajuda a evitar explosões desnecessárias”, orienta. A preservação da imagem do casal é, em muitos casos, uma forma de cuidar do relacionamento como um todo. 

Por fim, ele alerta que o respeito ao ambiente e às pessoas ao redor também é uma forma de respeito mútuo entre o casal. Evitar brigas públicas não significa reprimir emoções, mas escolher o momento certo para expor sentimentos e buscar soluções. “Relacionamentos saudáveis não precisam parecer perfeitos para os outros, mas sim proteger sua intimidade do olhar alheio. É nesse espaço protegido que se constrói a confiança”, conclui o especialista.


O Henri Fesa – Médium, auxilia pessoas com problemas espirituais, principalmente, no campo amoroso. Especialista em relacionamentos, possui mais de 30 anos de experiência, criando soluções efetivas com um trabalho de qualidade e sem enrolação. A Casa de Apoio Espiritual Henri Fesa recebe pessoas de todas as religiões e, dentro da crença de cada um, realiza os Trabalhos, atuando com segurança e seriedade, sem a utilização de magias de baixa vibração. Saiba mais aqui!



Geração Z redefine estilo de vida: menos álcool, mais saúde e bem-estar

Divulgação

A Geração Z, composta por pessoas que nasceram nos meados dos anos 1990 e 2010, está demonstrando uma transformação significativa nos hábitos e estilo de vida. Com maior acesso à informação e uma crescente consciência sobre riscos à saúde, a geração Z tem ressignificado o conceito de diversão. As tradicionais noites de excessos estão dando lugar a hábitos mais equilibrados, que valorizam o bem-estar físico e mental. 

Esse tem sido resultados de pesquisas recentes, que indicam uma redução no consumo de bebidas alcoólicas entre esses jovens. De acordo com os estudos, aproximadamente 8% consomem álcool semanalmente, se comparado ao ano de 2006, quando a porcentagem era de 25%. 

A nutricionista especializada em nutrição esportiva, Thainara Gottardi, explica que esse comportamento reflete uma maior conscientização sobre os impactos negativos do álcool na saúde física e mental. “Os jovens estão mais atentos aos efeitos do álcool no desempenho físico e mental. Eles buscam alternativas que promovam energia e disposição, como a prática regular de atividades físicas e uma alimentação equilibrada", destaca.

Os dados indicam que a nova geração está cada vez mais interessada em cuidar da saúde como um todo. Isso inclui reduzir o consumo de bebidas alcoólicas e adotar uma alimentação mais equilibrada, além de investir em práticas como atividade física e suplementação de forma consciente. 

Essa mudança reflete uma nova postura diante da vida: mais preventiva, informada e voltada ao autocuidado. “Inclusive, essa mudança de comportamento representa uma oportunidade para profissionais de saúde e empresas adaptarem suas abordagens e produtos às novas demandas desse público”, afirma a especialista.


Estelionato Sentimental: O Amor Como Isca para Golpes Financeiros


Nos últimos anos, o chamado “estelionato sentimental” tem ganhado espaço no noticiário e, cada vez mais, nas discussões jurídicas. Trata-se de uma prática cruel: alguém finge estar apaixonado — muitas vezes por meio de aplicativos ou redes sociais — com o objetivo de tirar proveito financeiro da outra pessoa. E, com a popularização dos relacionamentos digitais, infelizmente, os casos só aumentam.

Em fevereiro deste ano, a Câmara dos Deputados passou a analisar o Projeto de Lei nº69/25, que propõe incluir o estelionato sentimental como crime específico, com punições mais severas. A proposta define essa conduta como a simulação de um vínculo amoroso para obter vantagem econômica ou material. Para se ter uma ideia da dimensão do problema, dados do Ministério da Justiça revelam que, só em 2022, cerca de 30% dos estelionatos registrados no Brasil estavam ligados a fraudes amorosas.

E a Justiça começou a reagir. No último dia 20 de maio, a Quarta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão importante: reconheceu, pela primeira vez, o chamado “estelionato emocional”. No julgamento do Recurso Especial nº 2.208.310/SP, os ministros concluíram que o réu havia agido de forma premeditada, enganando a vítima com falsas promessas de amor, apenas para obter dinheiro. A relatora, ministra Maria Isabel Gallotti, ressaltou que, embora não se tratasse de um processo criminal, o caso trazia todos os elementos típicos do estelionato: engano, fraude e vantagem ilícita. Foi um marco — e um sinal claro de que o Judiciário está atento ao uso da boa-fé nas relações afetivas como meio para golpes.

Casos assim têm se tornado cada vez mais comuns. Em setembro do ano passado, um homem foi preso no Distrito Federal acusado de aplicar golpes em pelo menos 37 mulheres que conheceu por meio de aplicativos. O prejuízo estimado ultrapassou R$ 50 mil. O padrão se repete: envolvimento rápido, declarações intensas, histórias comoventes e, logo depois, pedidos de dinheiro. E quase sempre com vítimas que acreditaram estar vivendo um relacionamento sincero.

Esses golpistas sabem como explorar a fragilidade emocional. Uma das estratégias mais comuns é o chamado love bombing: exageros afetivos nos primeiros dias de contato, mensagens constantes, promessas de futuro. Quando a confiança está estabelecida, surgem as “estórias tristes” e os pedidos de ajuda financeira.

Curiosamente, esse tipo de golpe não é novidade na ficção. No clássico francês As Ligações Perigosas (1782), adaptado ao cinema por Milos Forman, em 1989, personagens manipulam afetos e sentimentos alheios para alcançar objetivos próprios. Já em O Talentoso Ripley, de Patricia Highsmith, o protagonista assume identidades falsas para conquistar confiança e obter vantagens. A diferença é que, hoje, esses enredos saíram dos livros e das telas para se tornarem parte do dia a dia — e com consequências reais e
dolorosas. 

Por isso, o alerta é necessário. Desconfie de amores muito rápidos, evite transferências de dinheiro sem checagem, e, acima de tudo, não hesite em buscar ajuda se suspeitar de um golpe. Em tempos de conexões digitais, proteger o coração também é uma forma de proteger o bolso.

 

Marcelo Santoro Almeida - professor de Direito de Família da Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio


O perigo de uma mente em permanente estado de alerta

Mesmo sem ameaças reais, a ansiedade é sustentada por memórias emocionais que mantêm o sistema em constante urgência


Respirar fundo, mas continuar ofegante. Dormir, e acordar mais cansado. Cumprir prazos, sorrir nas reuniões e manter a agenda em dia enquanto, por dentro, tudo parece fora de controle. Assim se manifesta a ansiedade oculta, uma forma silenciosa e socialmente aceita de sofrimento emocional que atinge milhões de brasileiros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil lidera o ranking global de transtornos de ansiedade, com 9,3% da população afetada — o equivalente a mais de 19 milhões de pessoas.

Apesar da frequência com que é banalizada, a ansiedade não é apenas nervosismo passageiro. “Ela pode surgir mesmo em períodos de estabilidade, porque não está relacionada a um perigo real, mas sim a memórias emocionais não processadas que ativam a expectativa de que algo vai dar errado”, afirma o psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) e criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG).

Segundo dados da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), houve um aumento de 25% nos diagnósticos de transtornos de ansiedade no país entre 2020 e 2023. A pandemia acentuou quadros preexistentes e escancarou a dificuldade de lidar com incertezas. Mesmo com a volta à normalidade, muitas pessoas seguem em estado de alerta — especialmente mulheres e jovens adultos, os grupos mais afetados segundo levantamento da Fiocruz.


O disfarce da funcionalidade

De acordo com Soares, a ansiedade costuma se esconder atrás de comportamentos valorizados socialmente, como hiperprodutividade, controle excessivo, perfeccionismo e autocobrança. “É a mente funcionando em modo de sobrevivência. A pessoa sente que precisa manter tudo sob controle, mas, internamente, está em guerra”, observa.

Pesquisa conduzida pela Yale University, publicada na revista Nature Human Behaviour, mostra que indivíduos ansiosos apresentam hiperatividade no córtex pré-frontal ventromedial, área ligada ao monitoramento de risco e tomada de decisão. Em outras palavras, o cérebro ansioso responde a situações neutras como se fossem ameaçadoras. “Muitos pacientes são vistos como extremamente capazes, mas estão constantemente exaustos. Aprenderam que relaxar é arriscado. E isso é fruto de registros emocionais antigos, que ainda estão ativos no sistema”, completa Soares.


Preocupação comum ou ansiedade paralisante

Preocupar-se faz parte da vida. O problema começa quando o pensamento deixa de ser racional e passa a operar por antecipações catastróficas. A American Psychiatric Association (APA) define o transtorno de ansiedade generalizada como um estado persistente de preocupação desproporcional, que interfere no sono, no foco, nas relações e no desempenho diário.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) publicou, em 2023, um relatório indicando que 65% das mulheres brasileiras entre 25 e 45 anos relatam sintomas persistentes de ansiedade, mesmo sem diagnóstico formal. Entre os fatores estão a sobrecarga de tarefas, o medo de falhar e o excesso de vigilância interna. “A mente ansiosa não reage ao agora. Ela responde a experiências antigas, muitas vezes nem percebidas como traumáticas”, explica o psicólogo.


A mente que não desliga

A TRG, desenvolvida por Soares, parte do princípio de que sintomas emocionais são manifestações de registros não compreendidos ou não processados. O método propõe acessar, de forma segura, os eventos que moldaram a percepção de risco do indivíduo.

“Muitas pessoas dizem: ‘Eu só queria conseguir relaxar’. Mas, para elas, relaxar é equivalente a perder o controle — e isso é entendido como ameaça. A mente ativa um sistema de vigilância permanente porque, em algum momento do passado, isso foi necessário para sobreviver emocionalmente”, diz o terapeuta.

A TRG tem sido aplicada em estudos clínicos, como o que está sendo conduzido atualmente na Universidade de Flores (UFLO), na Argentina, no qual Soares é doutorando. Os resultados apontam para a redução significativa de sintomas ansiosos e depressivos a partir do reprocessamento emocional guiado.


O caminho não é suprimir

A proposta da TRG não é eliminar os sintomas, mas reprocessar o que os sustenta. “Uma mente em urgência não precisa de mais produtividade. Precisa de segurança. E segurança emocional não se constrói com esforço consciente, mas com a escuta do que ficou preso no corpo emocional”, conclui Soares.

 



Jair Soares dos Santos - psicólogo, terapeuta, hipnólogo, pesquisador e professor, além de ser o fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT). Criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), sua trajetória é marcada por desafios pessoais que o motivaram a buscar soluções eficazes para o sofrimento emocional. Após enfrentar episódios de depressão e insatisfação com abordagens terapêuticas tradicionais, Jair dedicou-se ao desenvolvimento de uma metodologia que pudesse proporcionar alívio real e duradouro aos pacientes. Sua formação inclui graduação em Psicologia pela Faculdade Integrada do Recife e especializações em áreas como hipnoterapia e análise comportamental. Atualmente é doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO) na Argentina, onde desenvolve uma pesquisa com a TRG em pessoas com depressão e ansiedade, alcançando resultados promissores com a remissão dos sintomas nestes participantes. Há mais dois doutorados com a TRG a serem desenvolvidos neste momento.Para mais informações, visite o Instagram.


Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT).
Para mais informações, visite o site ou o Instagram.



Universo dos bebês reborn: um refúgio entre o afeto e a solidão emocional

Cuidado com bonecas hiper-realistas pode representar, para algumas mulheres, uma forma simbólica de superar perdas e buscar acolhimento emocional


Brincar de boneca, tão comum na infância como apoio ao desenvolvimento emocional e cognitivo, tem ganhado novas dimensões na vida adulta. Os bebês reborn, antes vistos como objetos colecionáveis ou brinquedos, agora possuem contornos afetivos e despertam vínculos emocionais profundos. Em alguns casos, essa conexão tem contribuído significativamente para o bem-estar de pessoas em momentos de fragilidade emocional.

“Atualmente vivemos em uma sociedade que valoriza a exposição e o compartilhamento de experiências, por isso acho que o recente fascínio coletivo dessas bonecas hiper-realistas está profundamente ligado à intensificação do uso das redes sociais – o que desperta curiosidade e engajamento”, diz a psicopedagoga Paula Furtado.             

Influenciadores digitais têm, na visão de Paula, um grande papel em legitimar certas condutas ao mostrar suas rotinas com esses bebês, e, de certa forma, criam um mundo paralelo onde algumas atitudes lúdicas são socialmente aceitas e até desejadas. “Além disso, acredito que o principal motivo dessa ‘febre’ seja o contexto de solidão emocional, ansiedade e distanciamento, onde essas bonecas acabam oferecendo uma ilusão, de afeto e vínculo, que conforta muitos indivíduos”, enfatiza.


Entre o realismo e a simbologia

O jeito como determinadas mulheres cuidam do objeto como filhas de verdade pode estar relacionado ao quão realistas elas parecem e, em alguns casos, pode ser um substituto simbólico de perdas (como luto ou infertilidade); em outros, uma forma de preencher lacunas afetivas. Paula explica: “Ela é incondicional: está ali sempre disponível, dócil e pronta para receber cuidado, o que pode ser extremamente sedutor para quem vivencia relações humanas desafiadoras. Além disso, não chora, não fica doente, não reclama, não oferece os desafios de um verdadeiro relacionamento.”

Paula, que também é terapeuta, diz que transformar as reborn em um personagem pode reforçar uma idealização e um estado de negação da realidade. Isso pode dificultar a elaboração de dores emocionais e afetar a autoestima feminina, uma vez que algumas mulheres passam a se definir a partir dessa relação. A validação pública vira alimento emocional, o que pode ser perigoso quando não há limites claros entre o simbólico e o real.

“Quando a boneca começa a ocupar o lugar das relações reais, impedindo a elaboração de experiências dolorosas, temos uma fuga, e a pessoa se refugia nessa ilusão para não lidar com a dor, o medo ou a frustração”, explica.


Sem preconceito

Um ponto que a especialista faz questão de destacar é que muitas mulheres que cuidam de reborn enfrentam olhares de julgamento ou piadas, especialmente quando o cuidado ultrapassa os limites do simbólico. Por isso, diversas se refugiam em comunidades on-line ou presenciais onde encontram acolhimento e identificação. Esses espaços, ainda de acordo com Paula, oferecem pertencimento, ainda que reforcem padrões não saudáveis.

É fundamental que se observe este fenômeno com sensibilidade. Por trás de cada bebê reborn existe uma história. Antes de qualquer julgamento, é necessário compreender o que essa boneca representa para a mulher. “Em casos de sofrimento ou prejuízo na vida real, o diálogo familiar e a escuta profissional — por meio de atendimentos psicopedagógicos e arteterapêuticos — podem transformar essa relação simbólica em um caminho de cura, e não de aprisionamento”, finaliza Paula.





Paula Furtado - pedagoga, formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), com especialização em Psicopedagogia, Neuropsicopedagogia, Educação Especial, Arte de Contar Histórias e Arteterapia pelo Instituto Sedes Sapientiae e Leitura e Escrita, também pela PUC-SP. A profissional já trabalhou como professora de Educação Infantil e Ensino Fundamental na rede particular de ensino, e já atuou como assessora pedagógica em escolas públicas e particulares. Paula Furtado atende crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizado. Nesta área da educação, a pedagoga ministra cursos para formação de educadores nas instituições de ensino pública e particular e realiza palestras para pais sobre a importância de contar histórias. Como autora, Paula completa seu trabalho escrevendo diversos livros infantojuvenis (100 obras até o momento) e, dentro de suas atuações de jornada literária, também foi coordenadora e supervisora psicopedagógica em diversas publicações infantis (Contos de fadas, Lendas e Folclore) com a Girassol Brasil e Mauricio de Sousa. A autora complementa suas atividades escrevendo para diferentes revistas de educação sobre temas pedagógicos, além de trabalhar na criação e patente de Jogos Pedagógicos como: Desafio, Detetive de Palavras, De Olho na Ortografia, dentre outros.

 

A família vai aumentar. E agora, o que será dos irmãos mais velhos?

Como tratar a mudança de comportamento
 com a chegada de um novo ser
 Freepik
Psicóloga aborda as mudanças de comportamento da criança com a chegada de mais um integrante


Uma das maiores preocupações de pais e mães quando estão esperando o segundo, terceiro - e as mais corajosas – ainda mais filhos é: como lidar com os mais velhos? A questão que assombra os pais se refere ao medo de que os irmãos com mais idade sofram pelo ciúme que naturalmente vem junto com a chegada de um bebê.

Histórias dramáticas sobre relacionamento entre irmãos fazem parte da cultura da humanidade, vide Caim e Abel, José e seus irmãos e até O Homem da máscara de ferro são só alguns dos exemplos que povoam o imaginário e reforçam o desejo dos pais em evitar esse sentimento entre seus rebentos. 

Mais do que imaginação, qualquer um que não seja filho único é capaz de lembrar de situações que sentiu algo parecido em relação aos próprios irmãos. “Claro, ninguém duvida que pais atenciosos queiram muito que seus filhos tenham um bom relacionamento entre si. No entanto, muitas vezes, não esperam de fato que isso aconteça”, afirma a psicóloga e hipnoterapeuta Yafit Laniado, criadora da Relacionamentoria, consultoria especializada no relacionamento entre pais e filhos.

Yafit explica que os pais se acostumaram a considerar normal que os filhos mais velhos sintam que estão perdendo espaço para o bebê recém-chegado e que o ciúme é inevitável, sem que os maiores saibam lidar com este sentimento. 

“Os pais se acostumaram a se preparar para todos os comportamentos indesejados que os mais velhos assumirão por conta do novo membro da família, já esperando algo complexo e difícil para eles. Inclusive, se um deles não apresentar reação, acreditam que seja pelo fato de a ‘ficha ainda não ter caído’ para ele.” 

Em muitas famílias, a mudança comportamental motivada pelo ciúme do caçula é interpretada com alguns comportamentos: negativas para tomar banho, bagunça em seus brinquedos, xixi na cama e outros sinais que os próprios pais diagnosticam como regressão.

“Quando os pais esperam que esse tipo de alteração de comportamento aconteça e o aceitam passivamente, a criança simplesmente responde às expectativas. Por isso, é preciso que a primeira mudança venha dos pais”, destaca Yafit. 

“Para começar, acredite que as crianças podem cooperar tanto ou mais do que um adulto, especialmente após o nascimento de um irmãozinho(a). Elas querem se sentir úteis e percebem que a mãe está convalescendo. Os mais velhos se sentem ‘promovidos’ agora que há um menorzinho dentro de casa que não sabe e não pode fazer nada do que eles sabem e fazem”, explica a psicóloga. 

O passo seguinte é esquecer as interpretações psicológicas, de forma a não associar tudo o que acontece com o ciúme do bebê. Trate com naturalidade os eventuais desvios que aconteçam. 

“Nossos filhos sabem exatamente o que estamos pensando e sentindo. Por isso, se está claro para os pais que o bebê é um presente e que trará alegria e significado para suas vidas, tenha a certeza de que os irmãos mais velhos também sabem. E eles farão de tudo para ajudar. Então, transmita aos outros filhos que aceitem o novo bebê naturalmente, com amor, alegria, carinho e cuidado e eles farão de tudo para corresponder”, diz Yafit. 

“O sentimento de pertencimento fará com que os irmãos mais velhos também se sintam felizes e preenchidos com um novo ser na ‘nossa’ família”, conclui a psicóloga.

Solidão no puerpério? Veja 5 formas de lidar com esse sentimento comum entre mães

Leandra Leal relatou sentir-se só após o nascimento da filha. Psicóloga Perinatal explica que essa sensação é mais comum do que parece, e não está ligada à ausência de ajuda


Nem sempre a chegada de um bebê vem acompanhada apenas de felicidade. Mesmo quando existe uma rede de apoio presente, muitas mulheres relatam um sentimento profundo de solidão no puerpério — período que começa logo após o parto.

Segundo a psicóloga perinatal Rafaela Schiavo, fundadora do Instituto MaterOnline, esse sentimento não está necessariamente relacionado à falta de apoio, mas sim ao peso da responsabilidade materna. “Mesmo com pessoas por perto, a sobrecarga recai quase sempre sobre a mãe, especialmente quando se trata da amamentação, do sono interrompido e da necessidade constante de estar atenta ao bebê”, explica.

Esse tipo de solidão emocional é mais comum do que se imagina e, se não for acolhido, pode desencadear quadros de ansiedade, tristeza intensa e até depressão pós-parto, de acordo com a psicóloga. A atriz Leandra Leal é uma das mães que já falou sobre isso. Recentemente, ela contou que, mesmo cercada de apoio, viveu um sentimento profundo de solidão após o nascimento da filha. 

A seguir, a psicóloga perinatal explica por que esse sentimento aparece e como lidar com ele de forma mais leve e consciente.

1) Valide o que você sente

Sentir-se sobrecarregada ou solitária não significa ingratidão. Reconhecer essas emoções é o primeiro passo para buscar acolhimento.

2) Compartilhe as responsabilidades reais

Não basta ajudar com tarefas da casa. Sempre que possível, divida também os cuidados com o bebê, seja no colo, no banho ou no sono.

3) Evite comparações sociais

Redes sociais mostram apenas recortes da realidade. Cada maternidade é única, e se comparar pode gerar frustração e culpa desnecessárias.

4) Busque apoio psicológico especializado

A psicologia perinatal pode ser uma aliada para atravessar o puerpério e compreender  o que está por trás de cada sentimento.

5) Relembre sua história como filha

Vivências da infância podem emergir com força nesse momento. Entender sua própria trajetória ajuda a construir uma maternidade mais consciente.


31 de maio – Dia Mundial Sem Tabaco

Óleos atuam em regiões cerebrais envolvidas na regulação emocional e nos comportamentos compulsivos
 

O Dia Mundial Sem Tabaco é celebrado em 31 de maio e pesquisas recentes e pequenos ensaios clínicos sugerem que determinados óleos essenciais podem ajudar a reduzir o desejo por nicotina, aliviar sintomas da abstinência e contribuir com o controle da ansiedade — fatores decisivos para quem deseja parar de fumar. Quem explica é a aromaterapeuta, perfumista botânica, naturóloga e especialista em neurociência Daiana Petry.

Um dos principais destaques é o óleo essencial de pimenta-preta (Piper nigrum). Um estudo publicado na Drug and Alcohol Dependence com 48 fumantes demonstrou que a inalação do vapor desse óleo reduziu significativamente a intensidade do desejo por cigarros, além de aliviar sintomas de ansiedade. Em outro experimento com 20 voluntários, a simples inalação do óleo por 2 minutos em um lenço de papel foi suficiente para diminuir a vontade de fumar.

“Outro óleo essencial que se mostra promissor é o de lavanda (Lavandula angustifolia), conhecido por sua ação calmante sobre o sistema nervoso. Em estudo com 60 fumantes no Programa de Tratamento do Tabagismo de Campina Grande (PB), a lavanda reduziu tanto a ansiedade quanto o desejo de fumar em comparação ao placebo”, explica a especialista.

Embora os mecanismos não sejam totalmente compreendidos, os pesquisadores acreditam que esses óleos atuam em regiões cerebrais como a ínsula, amígdala e córtex pré-frontal — áreas envolvidas na regulação emocional e nos comportamentos compulsivos. Além disso, óleos ricos em d-limoneno, como os de laranja-doce, mandarina vermelha e tangerina, podem auxiliar na regulação dos níveis de dopamina, outro neurotransmissor ligado à sensação de prazer e ao vício.

"A aromaterapia não substitui o acompanhamento médico, mas pode ser uma ferramenta adjuvante poderosa e acessível para quem está em processo de cessação do tabagismo", explica Daiana. Além de natural e segura, essa prática pode ser facilmente incorporada à rotina com orientação profissional.

Para quem quer começar, a recomendação da especialista é utilizar os óleos em difusores, pingar uma gota em lenços de papel para inalação rápida durante crises de abstinência ou fazer uso em colares difusores.
 

Fontes científicas:

  1. Rose & Behm, Drug Alcohol Depend., 1994
  2. Cordell & Buckle, J Altern Complement Med., 2013
  3. Cunha et al., J Med Therap., 2018 



Daiana Petry @daianagpetry - Aromaterapeuta, perfumista botânica, naturóloga e especialista em neurociência. Professora dos cursos de formação em aromaterapia, perfumaria botânica e psicoaromaterapia. Autora dos livros: Psicoaromaterapia, Cosméticos sólidos e Maquiagem ecoessencial. Fundadora da Harmonie Aromaterapia.
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Como a música pode ajudar na educação bilíngue?


A música é uma grande aliada no domínio linguístico na educação bilíngue

 

Falar outro idioma tornou-se um aspecto essencial na atualidade. Com isso, a educação bilíngue vem crescendo e se consolidando como uma tendência educacional no Brasil nos últimos anos. De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), somente em 2023 houve um aumento de 64% na procura por modelos de aprendizagem com um segundo idioma. Isso se deve ao fato de que essa metodologia vai muito além do domínio de uma nova língua: ela é benéfica em diversos aspectos essenciais para a formação do estudante. 

Dentro desse contexto, a música emerge como um recurso pedagógico poderoso no processo de aprendizagem de um outro idioma, capaz de conectar domínios linguísticos, culturais e cognitivos. Além disso, as canções alinham-se efetivamente com a metodologia CLIL (Aprendizagem Integrada de Conteúdo e Língua), promovendo o aprendizado por meio de contextos reais e ricos em conteúdo — tudo isso utilizando o idioma-alvo.
 

Os benefícios cognitivos da música

A música desempenha um papel significativo no desenvolvimento linguístico, pois ativa diversas áreas do cérebro relacionadas à memória, ao processamento auditivo e às respostas emocionais, aspectos fundamentais durante a aprendizagem de um segundo idioma. 

Com o uso de canções, especialmente os estudantes mais jovens, conseguem criar uma ponte entre os idiomas. Essa prática facilita a alternância de código (code-switching) e o translanguaging, ou seja, o uso combinado de diferentes línguas para se comunicar e aprender, promovendo conexões significativas. 

A natureza melódica e rítmica das músicas também favorece a internalização de estruturas linguísticas sem a necessidade de instrução gramatical explícita. Além disso, a música contribui para o desenvolvimento da pronúncia, da entonação e da compreensão auditiva dos estudantes.
 

A música como complemento da CLIL

Dado que a CLIL é uma abordagem pedagógica que visa estimular o desenvolvimento simultâneo do conhecimento de conteúdos curriculares e de habilidades linguísticas, a música se encaixa naturalmente nesse modelo ao oferecer conteúdos autênticos, ricos em insumos linguísticos e culturalmente contextualizados. 

Durante uma prática pedagógica sobre ciências ambientais, por exemplo, professores podem incorporar canções sobre a natureza ou mudanças climáticas, oferecendo aos estudantes não apenas conteúdo acadêmico, mas também vocabulário relevante. Dessa forma, a música apoia os quatro Cs da CLIL: Conteúdo, Comunicação, Cognição e Cultura.
 

Desafios pedagógicos

Embora a música traga inúmeros benefícios nessa jornada, seu uso eficaz na educação bilíngue exige um planejamento eficiente. Os professores devem considerar os níveis de proficiência dos alunos, a sensibilidade cultural e a adequação do conteúdo das canções aos objetivos curriculares. 

Para tanto, a contextualização das músicas é fundamental para assegurar que o input linguístico, ou seja, toda a exposição que uma pessoa tem à linguagem, tenha significado e esteja conectado ao aprendizado acadêmico. Em complemento, os materiais de apoio, como fichas de atividades e recursos visuais, podem aprimorar a compreensão e os resultados do aprendizado, bem como o suporte das famílias, por meio do incentivo do uso da língua estrangeira dentro de casa.

Em suma, a música se destaca como uma ferramenta dinâmica e flexível na educação bilíngue. Integrada a outras abordagens pedagógicas, ela pode potencializar a aquisição de línguas e apoiar a aprendizagem de conteúdos acadêmicos, tornando-se um recurso valioso à medida que o bilinguismo ganha cada vez mais espaço no cenário educacional global.

 

Janaína Alves - Coordenadora Pedagógica bilíngue da unidade de Botucatu da Rede de Colégios Santa Marcelina, instituição que alia tradição à uma proposta educacional sociointeracionista e alinhada às principais tendências do mercado de educação.


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