Aos poucos, as empresas estão retomando suas atividades e um dos maiores gastos, segundo pesquisas, é com o consumo de energia pelo mau uso de ar-condicionado. Cerca de 60% dos gastos de uma loja comercial é com o equipamento. Em academias, esse gasto gira em torno de 65% a 70% e, supermercado, de 35% a 40%. No entanto, nesse momento tão delicado de retomada, a atenção com o desperdício é ainda maior. Além disso, se adotado projeto adequado e sistema automático de controle e monitoramento do aparelho, a economia de energia gerada é de aproximadamente 30% no horário comercial, das 8h às 18h.
Hoje, existem sistemas
de automação sem fio que fazem o controle e o monitoramento online desses
equipamentos. Inclusive, acaba de ser lançado no mercado um medidor pontual de
energia para ar-condicionado em modelos monofásicos ou trifásicos, com baixo
custo, wifi e registro pela internet. Esse medidor exclusivo para o aparelho
também está mais acessível financeiramente, com custo médio de R$ 900, ante R$
2 mil a 3 mil.
Aliado a essas
tecnologias, para garantir eficiência do uso do sistema de ar-condicionado
visando a economia de energia na sua empresa é preciso de um bom projeto, que
inclui as seguintes premissas:
1 - o equipamento
precisa ser projetado para a quantidade de calor que de fato o seu ambiente
gera (carga térmica), em sua maioria exige uma temperatura entre 22 e 24 graus;
2- garantir a qualidade
de ar do ambiente incluindo um sistema de renovação que tem a função de captar
o ar externo e jogar para o interno, ajudando o equipamento a manter a
temperatura desejada, quando controlado;
3 – a distribuição de ar
precisa ser uniforme. Ou seja, o equipamento precisa ser bem distribuído para
atender de forma eficiente o ambiente. Não adianta instalá-lo no canto de uma
sala muito comprida. É preciso ter diversas máquinas em locais adequados;
4 – a limpeza e a
filtragem adequadas são fundamentais para que o equipamento funcione com maior
eficiência.
Além desses itens, é
preciso avaliar a infraestrutura do prédio para garantir a eficiência do
equipamento, considerando o isolamento de temperatura do telhado e da parede
que pode ser de dois tipos: num dia muito quente tanto ele pode esquentar mais
ou então, pode expelir esse calor. Isso vai exigir tipos de forros e materiais
específicos.
O projeto também precisa
contemplar o sistema de isolamento de entrada e saída de ar, analisando as
características de portas e janelas que podem ser de PVC (impede entrada de ar
quente) ou de películas refletivas (evita entrada de calor com cortinas ou
persianas).
Caso a porta seja muito
usada, o ideal é colocar modelos automáticos e caso tenha que ficar aberta a
cortina de ar é uma opção, reduzindo quase 20% do consumo de ar gerado.
Também é preciso evitar
infiltrações que geram correntes de ventos indesejadas num ambiente
climatizado.
Projeto de instalação
O sensor de temperatura
deve ser instalado no local correto. Geralmente, as empresas com sistemas
centrais, como ambiente corporativo (call center, academias e outros) instalam
o sensor na sala de máquinas. Na verdade ele precisa ser instalado no ambiente
que está sendo climatizado onde se possa de fato medir a temperatura real.
Outro ponto importante é
instalar a máquina externa num local onde o ar possa ser dissipado
adequadamente. Lembrando que o sistema de ar-condicionado tem a função de fazer
a transferência de calor. Ou seja, dentro do ambiente ele capta o calor e
transfere para máquina de fora que o dissipa. Pesquisas apontam que uma máquina
externa mal instalada e suja gasta 15% a mais com energia.
Na questão da regulagem
do equipamento, podemos fazer uma analogia com motor de carro. Se ele não tiver
muito bem regulado funciona fraco, mas gasta o mesmo, ou até mais, comparado a
quando funciona bem. No caso do ar-condicionado é a mesma coisa, o fluído refrigerante,
chamado popularmente de gás, deve ser bem regulado para não gerar desperdício
de aproximadamente 20%, uma vez que o motor vai trabalhar mais e gelar menos.
Uso correto do
ar-condicionado
Também podemos fazer uma
analogia a um carro 1.0 que acelera na subida tentando chegar a 150km/h. Ele
vai gastar mais gasolina e forçar o motor a toa, já que não tem força para
isso. No caso do ar-condicionado é semelhante, se diminuir a temperatura do
controle para 17 graus quando estiver muito quente, ele vai gastar mais para
tentar esfriar o ambiente, apesar de tender a atingir ao máximo a temperaturas
próximas a 20 graus, assim como carro não atinge a velocidade esperada. Dessa
forma, é importante conseguir otimizar temperatura configurada para maior
eficácia e evitar desperdício.
Pesquisas mostram que no
Estado de São Paulo, a média de temperatura extrema, maiores que 38 graus
acontece poucas semanas no ano. Portanto, mantenha o controle em 23 graus para
deixar o ambiente agradável sem gastar mais.
Quando o clima estiver
ameno, a dica é ligar apenas algumas máquinas para economizar energia, já que a
totalidade de maquinas foram projetadas para um dia critico. Em relação a
cortina de ar, só use quando o ambiente de fora estiver mais quente, caso
contrário, desligue-a porque ela impede a troca de temperatura.
Por fim, essas dicas
aliadas a um sistema de controle automatizado do aparelho, são fundamentais
para ajudar as empresas a economizarem com energia nesse processo de retomada,
já que executam todas essas escolhas de forma automática, garantindo a
temperatura de conforto sem desperdícios.
Leandro Solarenco - engenheiro, especialista em
projetos e master coach, CEO da Vetor Frio & Clima, empresa especializada
em ar condicionado para negócios, oferendo projetos, instalação e manutenção,
as levando do nível Start ao Premium, e da ProHound, startup focada em gestão
4.0 ao oferecer automação para redução de consumo de energia e monitoramento de
temperatura e umidade neste mesmo segmento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário