Em
anúncio sobre a ampliação da faixa etária de vacinação para meninos de 11 a 15
anos incompletos, o Ministério da Saúde alertou para baixa adesão à vacina
O estado de
São Paulo tem 1,38 milhão de adolescentes do sexo masculino, entre 11 e 15 anos
incompletos (14 anos, 11 meses e 29 dias), que devem ser vacinados
contra HPV. A meta é imunizar 80% desse público, o que representa cerca de 1,1
milhão de jovens. O total de meninas no estado que fazem parte do público-alvo
é 2,2 milhões de crianças e jovens do sexo feminino com idade entre 9 e 15
anos, sendo que a meta também é 80%, correspondendo a 1,8 milhão de meninas.
Desde o início da vacinação, em 2014, foram enviados 1,9 milhão de doses ao
estado para imunização contra HPV. O Ministério da Saúde alerta para a baixa
adesão à vacina. As secretarias estaduais de saúde de todo o país já foram
comunicadas pelo Ministério da Saúde sobre a ampliação da faixa etária de
vacinação de HPV, que tem como objetivo aumentar a cobertura vacinal nos
adolescentes do sexo masculino.
Para o ministro da Saúde, Ricardo
Barros, uma das principais ações para alcançar essa meta é o Programa Saúde na
Escola, parceria do Ministério da Saúde com o Ministério da Educação. “É um de
nossos grandes aliados nessa frente. Com esse projeto, estamos convocando toda
a comunidade escolar, pais e educadores, a atualizarem as cadernetas de
vacinação destes jovens”, afirmou o ministro. Como exemplo bem sucedido desta
iniciativa, o ministro citou o Estado de Santa Catarina e o município de
Niterói que conseguiram, por meio de uma ampla mobilização nas escolares,
ampliarem as coberturas vacinais contra o HPV.
A vacina contra o HPV para os meninos
passou a ser disponibilizada no Sistema Único de Saúde (SUS) em janeiro deste
ano, contemplando os meninos de 12 a 13 anos. Até o ano passado, era feita
apenas em meninas. O Brasil é o primeiro país da América do Sul e o sétimo do
mundo a oferecer a vacina contra o HPV para meninos em programas nacionais de
imunizações.
Com a inclusão desse público,
equivalente a 3,3 milhões de adolescentes no país, a meta para 2017 é vacinar
80% dos 7,1 milhões de meninos de 11 a 15 anos e 4,3 milhões de meninas de 9 a
15 anos. Também terão direito a vacina, a partir de agora, homens e mulheres
transplantados e oncológicos em uso de quimioterapia e radioterapia. Além
disso, cerca 200 mil crianças e jovens, de ambos os sexos, de 9 a 26 anos
vivendo com HIV/aids, também podem se vacinar contra HPV. O anúncio das
mudanças foi feito nesta terça-feira (20) pelo ministro da Saúde, Ricardo
Barros, em coletiva de imprensa.
Para conscientizar os meninos na busca
da vacina, o Ministério da Saúde planeja, para o próximo mês de julho, período
de férias escolares, campanha direcionada a este público, com o intuito de
aumentar a cobertura nessa população. Além disso, a vacina de HPV também fará
parte do elenco de vacinas a serem ofertadas na Campanha de multivacinação que
acontecerá no período de 11 a 22 de setembro. O Dia D da campanha de vacinação
será dia 16 de setembro.
VALIDADE – Dos estoques nacionais da vacina HPV, não existem doses com
vencimento em 2017 nem em 2018. Desde o início da vacinação em 2014, o
Ministério da Saúde distribuiu 26,3 milhões de doses da vacina a todos estados
do país e DF. Destes, cerca de 1 milhão foram encaminhados neste ano.
Atualmente, existem 2,1 mil doses nos estados e municípios para vencerem em
junho e 231 mil doses com vencimento em agosto deste ano. No mês de setembro, o
estoque de vacinas por vencer é de 233,7 mil doses. Outras 1,1 milhão de doses
têm a validade de vencimento no primeiro semestre de 2018, totalizando 1,6
milhão de doses a vencer até esse período.
A coordenadora do Programa Nacional de
Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), Carla Domingues, disse que, embora
uma perda de 5% das vacinas distribuídas nos postos de vacinação, em função de
condições logísticas e operacionais de vacinas, seja considerada aceitável, o
Ministério da Saúde trabalha para que não haja qualquer desperdício. “Queremos
que as doses atuais nos estoques sejam utilizadas no mais curto espaço de tempo
possível, não apenas para que não se percam, mas, principalmente, para que os
jovens abaixo de 15 anos se imunizem contra o HPV, evitando, assim, uma
série de complicações, principalmente os vários de tipos de cânceres” destacou
a coordenadora.
COBERTURA
VACINAL – Desde o início da vacinação em
2014, até 02 de junho deste ano, foram aplicadas 17,5 milhões de doses na
população feminina de todo o país. Na faixa etária de 9 a 15 anos, no mesmo
período, foram imunizadas com a primeira dose 8,6 milhões de meninas, o que
corresponde a 72,45% do total de brasileiras nesta faixa etária. Receberam o
esquema vacinal completo, de duas doses, recomendado pelo Ministério da Saúde,
5,3 milhões de meninas, o que corresponde a 45,1% do público-alvo.
Já em relação aos meninos, de janeiro
a 02 de junho deste ano, 594,8 mil adolescentes de 12 a 13 anos se vacinaram
com a primeira dose da vacina de HPV, o que corresponde a 16,5% dos 3,6 milhões
de meninos nessa faixa etária que devem se imunizar.
ESQUEMA VACINAL
– Meninos e meninas devem tomar duas doses da vacina HPV,
com intervalo de seis meses entre elas. Para as pessoas que vivem com HIV, a
faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses
(intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário
apresentar prescrição médica.
A vacina disponibilizada no SUS é a
quadrivalente e já é ofertada, desde 2014, para as meninas. Confere proteção
contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para
quem segue corretamente o esquema vacinal.
Para os meninos, a estratégia tem como
objetivo proteger contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que
estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa etária para a
vacinação visa proteger meninos e meninas antes do início da vida sexual e,
portanto, antes do contato com o vírus. Vale ressaltar que os cânceres de
garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e
230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal e orofaringe
são atribuíveis à infecção pelo HPV.
Nas meninas, o principal foco da
vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal;
lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo
vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas
por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no
momento do parto.
Quantitativo distribuído aos estados de 2014 a 2017
|
||||
UF |
2014
|
2015
|
2016
|
2017
|
SP |
2.155.770
|
1.654.184
|
1.193.150
|
160.000
|
Vacina HPV no estoque central (SIES)
das unidades federada segundo validade a vencer
Unidade Federada |
Junho |
Julho |
Agosto |
Setembro |
2018 |
Total |
São Paulo |
0 |
0 |
0 |
0 |
19900 |
19900 |
Fonte: SIES.
Dados coletados em 02/05/2017. *Dados coletados de Roraima em 02/06/2017. |
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Nivaldo
Coelho
Agência
Saúde
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