O PIB (Produto Interno
Bruto) dos Estados Unidos registrou queda de 1,4% no primeiro trimestre de 2022
na comparação com o trimestre anterior. O número contrasta com o forte
crescimento de 6,9% apresentado nos últimos três meses de 2021. Os dados foram
divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Escritório de Análises Econômicas do país (BEA, na sigla em
inglês).
De acordo com o órgão, a
queda no PIB foi um reflexo de reduções nos investimentos privados em estoque,
nas exportações e em gastos governamentais. Ao mesmo tempo, as importações –
que são uma subtração no cálculo do PIB – também aumentaram.
Por outro lado, os
gastos dos consumidores (PCE) – que respondem por quase dois terços do PIB
americano e, portanto, são vitais para a economia do país – cresceram no
período, mesmo em um cenário de alta inflacionária. Em março, a inflação
oficial do país foi de 8,5% no acumulado dos últimos 12 meses, o maior patamar
desde 1981.
O relatório do BEA
mostrou ainda que os investimentos fixos não residenciais e os residenciais
também aumentaram.
Esta é a primeira queda
do PIB americano após seis altas consecutivas. A última retração havia
acontecido no segundo trimestre de 2020.
Covid-19
Segundo a análise do
governo, o aumento nos casos de Covid-19 relacionados à variante Ômicron
resultou em “restrições e interrupções contínuas nas operações de
estabelecimentos em algumas partes do país”.
Além disso, os
pagamentos de benefícios sociais para pessoas físicas, de empréstimos
perdoáveis para empresas e de subsídios para governos locais também foram
reduzidos significativamente, na medida em que as provisões financeiras de
vários programas de assistência expiraram ou diminuíram.
Contudo, de acordo com o
relatório oficial do BEA, “os efeitos econômicos totais da pandemia de Covid-19
não podem ser quantificados na estimativa do PIB para o 1º trimestre, porque os
impactos são geralmente incorporados em dados de origem e não podem ser
identificados separadamente”.
Setores da Economia
A diminuição do
investimento privado em estoque foi um reflexo do desempenho das vendas no
comércio (principalmente veículos automotivos) e no varejo (notadamente,
"outros varejistas” e concessionárias de veículos).
Quanto às exportações,
houve reduções generalizadas em bens não duráveis, parcialmente compensadas por
um aumento em "outros serviços empresariais”, que, na classificação
americana, englobam basicamente serviços financeiros.
Para Rodrigo Costa,
especialista em mercado de trabalho dos EUA, a economia americana também está
sendo pressionada por um fator importante: a escassez de mão de obra.
“A taxa de desempregos é
uma das menores do último meio século, mas ainda assim existem mais de 11
milhões de vagas abertas. Os Estados Unidos precisam encontrar maneiras de
incluir mais pessoas economicamente ativas no mercado de trabalho – já que
muitos deixaram de procurar emprego em razão da pandemia e dos benefícios
federais – e atrair imigrantes que possam contribuir com os setores que mais
precisam”.
Rodrigo Costa - CEO da AG Immigration
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