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sexta-feira, 29 de abril de 2022

Conteúdo gerado por usuários nas redes sociais tem que compor estratégia de marketing de empresas, dizem especialistas

 

Millennials ainda são maioria dos geradores de conteúdo; Jahe Marketing levantou alguns dos números mais interessantes para quem quer acertar o tom de voz das marcas

 

 

Você sabia que, globalmente, 76% dos consumidores compram um produto porque viram a recomendação de outra pessoa antes de fechar negócio? Esse é um dos números revelados pelo relatório State of the User-Generated Content 2022, da plataforma TINT. O material revela outras estatísticas interessantes, como o fato de que: 

 

·  72% dos consumidores acreditam que as avaliações e depoimentos enviados pelos clientes são mais confiáveis do que a própria marca falando sobre seus produtos. 

 

·  64% dos consumidores se sentem mais propensos a compartilhar conteúdo de marcas que também compartilham material de outros clientes. 

 

Mas o que está por trás de todos esses números? “Pense na quantidade de informação gerada por outros usuários da internet que consumimos. Não estamos falando de filmes, séries ou músicas que escolhemos em plataformas de streaming. São vídeos caseiros sobre como fazer um reparo em casa, debates no Twitter, conteúdos de influenciadores no Instagram e no TikTok, ou resenhas de livros em sites de e-commerce”, diz Thaís Faccin, sócia da Jahe Marketing. Tudo isso tem nome: é o conteúdo gerado por usuários, ou UGV (user-generated content), em inglês. 

 

“Ele sempre existiu – desde os primórdios da internet em casa, nos fóruns e canais de vídeo e mais recentemente, nas redes sociais. A diferença é que, com o passar do tempo, cada vez mais marcas passaram a notar a importância desse tipo de conteúdo para convencer os consumidores de que o seu produto vale a pena”, complementa Satye Inatomi, também sócia da Jahe Marketing. 

 

De acordo com elas, a maior parte dos criadores de conteúdo ainda se concentra entre os millennials ou geração Y – 70% do que é encontrado online. Mas a geração Z – nascida a partir da década de 2000 (e já chegando a seus 20 e poucos anos) – já representa 35% do UGC e deve crescer cada vez mais. 

 

Nos Estados Unidos, a geração Z representa cerca de 20% da população dos Estados Unidos, pouco atrás dos millennials, com 22%. Esses, junto com a próxima geração (apelidada de Alfa), já são a maior parte da população do país. 

 

“O quadro no Brasil é parecido. A população brasileira vem envelhecendo, mas em 2019, a quantidade de pessoas com menos de 30 anos representava ainda 42% da população, de acordo com o IBGE e, aqueles de até 17 anos eram 24%.  O fato é que a geração Z tem quase duas vezes mais chances de fazer uma compra com base na recomendação de um influenciador do que os millenials”, diz Faccin.

 

Ou seja, é crucial para marcas e companhias aqui e no exterior: a) manter uma conversa autêntica com esses usuários e b) investir em pesquisa e análise de dados para compreender o que eles esperam das marcas.

 

A rede de comida mexicana Chipotle, nos Estados Unidos, virou case de sucesso no TikTok em abril de 2022 com o desafio do lid flip (ou, “virada de tampa”) cuja inspiração surgiu com um funcionário real da companhia, especialmente hábil em montar embalagens de burrito. Apenas nos seis primeiros dias do desafio, foram mais de 111 mil vídeos enviados por fãs, e recorde de vendas junto à geração Z (ou zoomers). 

 

“Por que as pessoas aderiram à campanha? Porque ela foi baseada em um desafio divertido, de uma marca que já possuía boa penetração nesse segmento. Repare como o material é baseado, principalmente, em usuários da rede e outras pessoas reais, e não em vídeos de banco de imagem ou montagens institucionais. Faz toda a diferença”, explica Inatomi. 

 

Elas afirmam, contudo, que isso não significa que toda a comunicação de uma marca deve estar voltada a essas faixas etárias. Mas é importante que as companhias estejam atentas às tendências que estão norteando a comunicação de forma geral e tomem decisões baseadas em dados, dizem.

 

Veja dicas da Jahe Marketing para sua marca se comunicar melhor com os geradores de conteúdo: 

 

·  Escolher uma faixa geracional e entender como ela está se comunicando. Não importa o recorte, mais do que estatísticas, pessoas são… pessoas. Não é preciso ter alguém dessa faixa etária na equipe para chegar a uma voz geracional, mas é preciso estudar como esse consumidor se comporta e falar no seu tom. 

 

·  A comunicação hoje tem de ser tão diversa quanto o mundo é. Isso significa que, em determinadas ações, será preciso criar recortes em sua campanha para falar com o  público-alvo da marca.

 

·  A melhor campanha do mundo, com o máximo de engajamento, irá falhar se o seu produto não possuir qualidade. Toda a ideia do UGC gira em torno da boa e velha propaganda boca a boca (ou buzz marketing). O elogio que o consumidor potencial encontra online é cada vez mais importante para uma venda bem-sucedida.  

 

 

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