A moldagem de orelha no período neonatal oferece
uma janela de oportunidade para corrigir deformidades auriculares e
malformações sem cirurgia, muito antes do aparecimento das provocações dos
colegas e da perda de autoestima
Para
os bebês com malformações congênitas da orelha, um sistema de tratamento
chamado EarWell pode remodelar suavemente a orelha, evitando a dor
e o custo de uma cirurgia posterior, relata um estudo publicado
na edição de março do Plastic and Reconstructive Surgery®, jornal
médico oficial da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
Mas
o tratamento deve começar cedo - de preferência nas três primeiras semanas após
o nascimento, de acordo com cirurgião Steve Byrd (autor do estudo), em Dallas.
O Dr. Byrd comenta: "O sistema EarWell é eficaz na eliminação
ou na redução da necessidade de cirurgia em todas as malformações
congênitas da orelha, com exceção da mais grave".
Tratamento não-cirúrgico evita consequências posteriores
No
estudo, os pesquisadores revisaram sua experiência com
a correção não cirúrgica das malformações congênitas da orelha em 175 crianças.
“O sistema EarWell é uma técnica relativamente simples para moldar e
remodelar a orelha, aproveitando a maior maleabilidade da cartilagem da
orelha em recém-nascidos. Para melhores resultados, o tratamento deve
iniciar-se nas primeiras três semanas após o nascimento, ou, consequentemente,
mais tarde, em recém-nascidos prematuros”, afirma o cirurgião plástico Ruben
Penteado, (CRM-SP 62.735), diretor do Centro de Medicina Integrada.
A
técnica e a duração do tratamento de EarWell variam de acordo com o tipo
e gravidade da deformidade da orelha da criança. Byrd apresenta no artigo
um sistema de classificação e detalhes técnicos para os cirurgiões plásticos
seguirem no momento de avaliação do melhor tratamento para tipos específicos de
malformações.
Na
maioria das crianças do estudo, as duas orelhas foram tratadas, totalizando 303
orelhas. 98% dos bebês apresentaram deformidades de orelha de tipo
"constritivas" relativamente leves. O tratamento de EarWell
começou em uma idade média de 12 dias e continuou por 37 dias, incluindo uma
média de seis consultas de acompanhamento com o cirurgião plástico.
O
tratamento foi altamente bem sucedido na correção ou redução da gravidade das
malformações congênitas da orelha. Os resultados foram julgados bons/
excelentes em 97% das orelhas com uma deformidade simples e em 88% com
deformidades “mistas”, mais complexas. Cerca de 70% das orelhas com
malformações constritivas foram classificadas como não tendo deformidade após o
tratamento.
“As
complicações consistiram principalmente em lesões cutâneas que cicatrizaram sem
maiores problemas. Em oito casos, o tratamento teve de ser interrompido devido
à uma reação alérgica à fita adesiva utilizada”, diz Ruben Penteado, que é
membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
Embora
o sistema de EarWell não seja novo, o relatório é o maior estudo de malformações
congênitas da orelha tratadas com essa abordagem, incluindo uma abordagem
padronizada para tratamento e avaliação dos resultados. Os resultados apoiam
fortemente o uso do método, especialmente em lactentes com deformidades e
malformações menos graves.
“Mas
a falta de consciência desta alternativa não-cirúrgica é um fator limitante
chave. A oportunidade para o tratamento precoce pode ser dificultada por uma
falha em convencer os pediatras de que a maioria das orelhas dos recém-nascidos
não se autocorrigem. Os pesquisadores também apontam que o sistema de EarWell
é altamente bem sucedido no tratamento de orelhas proeminentes – uma
condição que geralmente passa despercebida pelos pais e pediatras, mas é
provável que piore à medida que a criança cresce”, afirma o diretor do Centro
de Medicina Integrada.
“Podemos
operar as orelhas mais tarde na vida do paciente, o que aumenta a dificuldade
da cirurgia, gera despesas, além da exposição da criança a provocações, bullying
e perda de autoestima. Se o seu bebê tem algum tipo de deformidade na orelha,
os cirurgiões plásticos podem ajudar com ou sem cirurgia. Discuta a opção
não-cirúrgica, como a moldagem da orelha com seu pediatra, e consulte um
cirurgião plástico. Nesse caso, quanto mais cedo, melhor”, defende o médico.
Centro
de Medicina Integrada.
Canal
de vídeos: https://www.youtube.com/user/Medintegrada
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