As pessoas estão se aposentando cada vez mais
tarde no Brasil. Para manter a boa performance e a mente ativa, é preciso
exercitar o cérebro
Ter
idade para estar aposentado não significa mais estar parado. Prova disso é o
Dr. Márcio Gonçalves, que com 76 anos de idade não quer pendurar o jaleco: ele
exerce a função de cirurgião dentista, tem como hobby passear de moto com a
esposa e credita o segredo da vitalidade ao bom humor...
Esta
disposição toda não vem de graça. Ele é aluno do Método SUPERA, uma rede de
escolas de ginástica cerebral presente em todos os estados do Brasil, que ajuda
muitos idosos a manterem seus cérebros ativos e saudáveis. Suas aulas são na
unidade de Diamantina (MG), onde também funciona até hoje o seu
consultório.
“Este
ano eu completo 54 anos de profissão... e ‘felizinho’!”, brinca, sorridente.
“Preciso me manter ativo para fugir do sofá com pantufas. Nessa idade, tem
que tomar cuidado com isso, então procuro manter a mente sempre acesa”,
continua.
Márcio
exercita o cérebro desde 2015 e já nota melhoras significativas na habilidade
de raciocínio e, principalmente, na qualidade de vida. “Convivendo com pessoas
mais novas, a gente se sente realizado”, diz Gonçalves, referindo-se à troca de
experiências entre os alunos, já que o SUPERA é um curso voltado para todas as
idades.
Inspirado,
ele não planeja se aposentar tão cedo. Logo depois de passar o número do
Whatsapp (o Sr. Márcio ainda é ligado em tecnologia e não gosta de ficar para
trás), conta com orgulho que realiza cirurgias de média e alta complexidade no
Hospital Nossa Senhora da Saúde, em Diamantina, vai ao curso todas às
quintas-feiras (“pontualmente e sem faltas”, faz questão de enfatizar), faz as
tarefas de casa e tem como hobby os passeios e viagens de moto com sua esposa,
de 70 anos.
Além
do Dr. Márcio, quem também espanta o sedentarismo com muito trabalho é a Dona
Ivanira Gomes, que pratica ginástica cerebral no Método SUPERA Curitiba (PR) e
atende como psicóloga clínica aos 74 anos. Ela conta que já começou um
pouquinho mais tarde.
“Fui
professora até os 42 anos, quando encarei o desafio de fazer outra faculdade,
de psicologia. Eu tinha dois filhos pequenos, mas queria muito trabalhar com
algo construtivo e gratificante, e é exatamente o que faço hoje”, conta
Ivanira.
Ela
buscou pelo curso porque estava notando alguns lapsos de memória, comuns para a
idade. Decidiu praticar ginástica cerebral com o objetivo de melhorar esta
habilidade para, assim, ter melhor desempenho profissional.
As
histórias acima são poucas dentre as tantas vidas transformadas pelo curso do
SUPERA. Hoje são 70 mil alunos e 200 unidades em todos os estados do
país.
Estimular
o cérebro desacelera o processo natural de perdas cognitivas decorrentes da
idade e fortalece as reservas cognitivas, retardando assim o aparecimento de
sintomas de doenças como o Alzheimer.
Na
aula de ginástica cerebral, isso acontece por meio de atividades desafiadoras
que tiram o cérebro da zona de conforto: a prática do ábaco treina a atenção e
a coordenação motora fina, Jogos de tabuleiro, jogos online, apostilas com
desafios, neuróbicas e dinâmicas em grupo também estão entre os exercícios para
os neurônios.
Aposentadoria tardia é tendência no Brasil
Segundo
dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), 4,5 milhões de
aposentados não encerraram as atividades trabalhistas no país e a tendência é
que este número aumente cada vez mais.
De
acordo com a pesquisa, as projeções do instituto para 2020 são de 20 milhões e,
em 2060, esse número deve quadruplicar, chegando à casa das 60 milhões de
pessoas com 65 anos ou mais ainda no mercado de trabalho.
“Estes
dados mostram um percentual expressivo de pessoas que têm o desejo e a
necessidade de continuarem trabalhando mesmo após a aposentadoria. É verdade
que isso pode decorrer das próprias limitações impostas pelo valor reduzido ou
insuficiente das pensões e aposentadorias”, conta Thaís Bento Lima, Gerontóloga
da USP (Universidade de São Paulo) e consultora do Método Supera Ginástica para
o Cérebro.
Segundo
ela, estudos científicos comprovam que a necessidade não é apenas financeira.
As pessoas percebem que têm pela frente um curso de vida significativo, afinal,
o processo de envelhecimento é longo e heterogêneo, e estar em atividades
ocupacionais significa também ter uma vida social ativa e ressignificada.
Foi-se
o tempo em que, com o aumento da idade, o profissional se tornava improdutivo.
Hoje em dia, é comum indivíduos do grupo 60+ buscarem uma segunda carreira,
pois têm disposição e potencial para agregar mais valor às empresas.
Dicas
da especialista para manter bom desempenho no trabalho após os 60 anos.
Confira:
-Procure participar de cursos,
palestras e workshops.
- Atualize-se e mostre que você ainda tem muita disposição e
disponibilidade para aprender.
- Exercite suas habilidades mentais, fazendo exercícios de ginástica
para o cérebro. Afinal, se o intuito é trabalhar, vamos manter a mente ativa
também.
- Tenha hábitos de vida saudáveis, pois o autocuidado é essencial para
se ter disposição em qualquer faixa etária.
- Envelheça ativamente: saia de casa, interaja e busque novos projetos
de vida. Com certeza os caminhos para a inserção ou a permanência no mercado de
trabalho, na terceira idade serão mais brandos e satisfatórios.
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