Psicólogo e psicoterapeuta focado em negócios ensina como os
líderes podem vencer o desafio de motivar suas equipes sem cometer os erros
mais comuns
Atualmente, devido à falta de
tempo, a liderança das empresas acaba ficando estrangulada. Quem explica isso é
Luiz Fernando Garcia, psicólogo
que mais atende empreendedores no Brasil e precursor da psicodinâmica
contextualizada para o ambiente de negócios. “Geralmente, o grande erro que
vemos na liderança de empresas é a delegação superficial, que gera o que eu
chamo de administração iô-iô”, explica o especialista, responsável por atender
e orientar grandes líderes do mercado. “Nestes casos, o líder delega sem
precisão e sem recortes, fazendo com que o funcionário não tenha uma visão
sistêmica do todo e passe apenas a corresponder parcialmente às funções. Ou
seja, o líder delega uma tarefa, o colaborador não entende, faz o que é pedido
para cumprir a demanda e quando o chefe supervisiona, verifica que a mesma não
foi concluída da maneira desejada e repassa a tarefa, daí o termo iô-iô”,
exemplifica.
Questionado sobre o tema, Luiz
Fernando lista as 3 principais atitudes que os líderes devem ter para evitar
problemas e manter a equipe motivada.
1- Reconhecer o esforço
e oferecer feedbacks positivos
“Quando o filho está indo mal
na escola e finalmente chega em casa com uma nota 8, não é saudável que o pai
aja com desdém e exija uma nota 10”, exemplifica o psicólogo. Por isso, ele
garante que o bom líder deve dar feedbacks e fazer elogios eficazes para
garantir motivação na equipe. Mas dar reforço positivo não significa dizer
“parabéns” e “você está indo bem”, conforme explica o especialista. É
importante que um líder aprenda a motivar equipes reforçando o desempenho e sua
eficácia, localizando no espaço e no tempo as atitudes e resultados que
demonstram bom desempenho. “O que mais desmotiva é quando o indivíduo tenta
corresponder, e o tipo de reforço é irônico”, explica, destacando frases comuns
como “hoje vai chover”. Luiz Fernando ainda ressalta que os colaboradores das
gerações Y e Z são mais orientados para os desafios e necessitam de feedbacks
constantes sobre seus trabalhos para serem motivados. “Essas gerações precisam
de monitoria, reforço positivo e feedback constante, porque eles têm propósito
naquilo que fazem”, conta.
2- Criar momentos de
vínculo sistemático
Outra atitude que contribui
para a motivação da equipe é a presença da liderança em momentos vinculares.
“Elas podem ocorrer em reuniões sistemáticas, uma ou duas vezes por semanas, e
podem ser breves, mas devem conter o acolhimento de dúvidas e o direcionamento
de ações para levar o colaborador a ter uma segurança interna e o apoio do
líder”, explica. “Sem esse tipo de conexão, a equipe fica fragmentada e passa a
questionar sua própria autoconfiança, ou colocar em outros os erros mais comuns
do funcionamento da gestão da empresa”, completa.
3- Considerar a
singularidade
Por fim, o especialista reforça
a importância de que os líderes olhem para os liderados com foco na
singularidade de cada pessoa. Questionado sobre as diferenças de gerações, Luiz
Fernando conta que a melhor forma de lidar com essas possíveis divergências é
analisar os tipos psicológicos de cada um. “Quando uma pessoa faz uma análise
de seu comportamento, ela se auto apropria de quem realmente é, deixando de
lado a preocupação sobre o funcionamento de cada geração, e isso permite que o
líder saiba atuar com elas e tenha consciência de como agir com cada um,
independentemente da idade”, completa. “Cada componente da equipe tem suas
características únicas, e o líder precisa levar isso em consideração se quiser
ter uma equipe verdadeiramente motivada”, conclui.
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