De tempos em tempos, a economia mundial transforma
e adequa suas estruturas, alterando seus processos e procedimentos por
influência de novas demandas do mercado. A intensa competição global e as
rápidas mudanças tecnológicas fazem com que as empresas busquem atualizar suas
formas de desenvolver produtos e ofertar serviços. Levando em conta essa
realidade e a expansão do empreendedorismo, a colaboração em massa vem ganhando
espaço e destaque no mundo corporativo.
Seja qual for o cenário econômico nos próximos
anos, a tendência é que o empreendedorismo continue crescendo no Brasil e no
mundo, mesmo com as dificuldades, burocracias e altos custos que quem quer
abrir um negócio por aqui encontra. De acordo com um levantamento que reuniu
dados da Serasa Experian, Deloitte, PwC e GoDaddy, 36% dos profissionais querem
iniciar uma empresa ou trabalhar por conta própria na próxima década. Se
incluir na lista quem pretende conciliar um emprego com o negócio, o número
sobe para 45%.
A pesquisa ainda aponta que duas em cada cinco
pessoas acreditam que o emprego tradicional deixará de existir no futuro e que,
no lugar, os profissionais venderão suas habilidades a quem precisa. Já 46% dos
gestores de RH esperam que pelo menos 20% da força de trabalho de suas empresas
seja composto por empreendedores, startups e freelancers até 2022.
Os empregos formais tradicionais, com estabilidade
profissional e plano de carreira, deixaram de ser sonho de consumo de muitos
profissionais. O trabalho como freelancer, além de ser resultado de uma nova
economia, com a terceirização dos serviços, a especialização em determinados
segmentos e a sobrevivência em momentos de crise, é uma tendência mundial entre
os que desejam mais qualidade de vida e flexibilidade.
Fundada em 2013 a partir da ideia de se desenvolver
uma alternativa ao engessamento dos modelos tradicionais de trabalho, a Crowd é
um bom exemplo disso. Ela mantém um enxuto time fixo e desenvolve 100% dos seus
projetos de forma colaborativa. Sua atuação é via crowdsourcing, termo vindo da
fusão das palavras crowd (multidão) e outsourcing
(terceirização) e que se refere a um novo conceito de interação social, baseado
na construção coletiva de soluções, desenvolvimento de novas tecnologias,
criação de conteúdo ou prestação de serviços.
Para colocar esse conceito em prática, foi montada
uma rede própria de colaboradores que, com ideias e habilidades distintas,
podem trazer soluções para variadas demandas com custos mais baixos e
resultados de melhor qualidade. Após três anos com um sistema exclusivo para a
Agência, no final de 2016 a Crowd disponibilizou sua plataforma a outras
empresas de comunicação e marketing.
Além de conectar os contratantes aos prestadores de
serviço, o sistema intermedeia as contratações, cuida das questões burocrática,
jurídica e financeira e fornece uma ferramenta de gestão de mão de obra
terceirizada. A Crowd já tem uma rede com mais de 150 empresas e 5 mil
profissionais e estima movimentar mais de R$ 3 milhões até o final deste ano,
chegando a 1.200 empresas e 20 mil freelancers. Para 2018, a meta é alcançar 3
mil clientes, 80 mil profissionais e expandir para o exterior.
Por acreditar em um formato que expande os limites
profissionais para muito além de restrições trabalhistas, geográficas ou temáticas,
um dos grandes objetivos da Crowd é libertar o trabalho das amarras do emprego
fixo e potencializar o conhecimento que está disponível no mundo por meio de
uma rede de profissionais qualificados. As mais variadas áreas do conhecimento
já estão se adaptando a essa realidade e os trabalhos realizados por meio de
projetos com começo, meio e fim, em vez do tradicional emprego fixo, ganham
mais espaço.
Trabalhando como uma grande comunidade, é possível,
sim, manter times permanentes reduzidos e transformar o custo fixo em variável
com mais agilidade, especialização e motivação. As mais diversas áreas do
conhecimento estão se adaptando a essa realidade e os trabalhos realizados por
meio de projetos com começo, meio e fim, em vez do tradicional emprego fixo,
podem – e devem – ganhar cada vez mais espaço.
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