Outono traz mudanças de temperatura e aumento nos
casos de gripes e resfriados que afetam especialmente pessoas com doenças
crônicas como DPOC e asma, causando crises e internações
O Dia Mundial da Asma é celebrado no dia 02 de maio
para alertar a população mundial sobre a doença e reforçar a importância de seu
tratamento. A data coincide, no Brasil, país no qual a asma é a quarta causa de
internação hospitalar, com o auge do outono, em que termômetros registram
temperaturas mais baixas e o período de seca começa. A pouca umidade e o ar
mais denso favorecem a menor dispersão de poluentes e a irritação das vias
aéreas. Além disso, com a chegada das temperaturas mais amenas, as pessoas
tendem a se aglomerar em locais com pouca ventilação, como transporte público e
escritórios com janelas fechadas, o que propicia a maior proliferação das
bactérias que causam gripes e resfriados. Nessa estação, pacientes portadores
de doenças crônicas, como asma e DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), por
conta desses motivos, podem apresentar crises de exacerbação, isto é, um
agravamento nos sintomas.
O Dr. Mauro Gomes, diretor da Comissão de Infecções
Respiratórias da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, comenta sobre
a importância de observar os sinais do corpo. “Sintomas como cansaço
excessivo, falta de ar e tosse frequente podem ser indícios de DPOC, doença que
associa duas condições que causam a obstrução crônica das vias aéreas dentro
dos pulmões: a bronquite e o enfisema pulmonar”. A doença é
causada principalmente pelo tabagismo e tem diagnóstico difícil, pois seus
sintomas podem ser facilmente confundidos com sinais de envelhecimento. Dados
do Ministério da Saúde estimam que a DPOC afete mais de 7 milhões de pessoas no
Brasil e seja responsável pela morte de 40 mil brasileiros todos os anos[i].
É nessa temporada também que as internações por
asma têm seu maior pico[ii], pois é
quando começam a ocorrer as primeiras frentes frias, promovendo mudanças
bruscas de temperatura que irritam as vias aéreas. A asma é caracterizada pela
inflamação crônica dos brônquios e leva à falta de ar e chiado no peito.Dados
recentes do DATASUS[iii] mostram
que três pessoas, com idades entre 5 e 64 anos, morrem a cada dia por asma no
Brasil.
Dr. Mauro explica porque isso ocorre: “Apesar
de ser uma doença muito conhecida, ainda há muita falta de informação. Embora
91% dos asmáticos considerem a doença como controlada, 72% relatam perceber consequências
da doença no dia a dia. Isso mostra que as pessoas ainda acham que é normal que
indivíduos com asma tenham limitações, como falta de ar. Na verdade, com a
doença controlada por meio da medicação de uso contínuo, o asmático deve levar
uma vida normal com grande qualidade de vida”. A asma, quando não
controlada, causa sintomas diurnos mais de duas vezes por semana, despertares
noturnos, uso de medicamento de alívio (bombinha) mais de duas vezes na semana
e qualquer limitação de atividade, como ausência na escola ou trabalho e
impedimento na prática de atividades físicas.
Gripes e resfriados podem ser mais perigosos para
pessoas que apresentam doenças crônicas, causando piora dos sintomas. Por isso,
a vacinação antigripal também é uma importante ferramenta de prevenção do
agravamento e internações. Neste ano, a campanha nacional de vacinação contra a
gripe começa no mês de abril. É importante destacar que, em portadores de DPOC,
a vacinação reduz em cerca de 70% a mortalidadei. “Por ser
uma doença que afeta principalmente pessoas idosas, é importante a recomendação
da vacinação que previne gripe e pneumonia. Esse cuidado evita complicações
oportunistas e, juntamente com tratamento medicamentoso contínuo, é fundamental
para diminuir as crises e internações”, argumenta o especialista.
Para a prevenção das crises de ambas doenças os
pacientes devem ter atenção nos cuidados necessários. O Dr. Gomes afirma que a
continuidade do uso rotineiro e correto das medicações é um dos pontos
principais para o controle de possíveis anormalidades. “Indivíduos
que apresentam doenças crônicas devem estar atentos aos sinais de piora e
realizar tratamento contínuo para que mantenham a condição sobre controle e tenham
mais qualidade de vida. Além disso, deve-se evitar a exposição a mudanças de
temperatura e o contato com fumaça, poluição e outros fatores agravantes”, finaliza
o especialista.
Boehringer Ingelheim
[i]
Bronquite crônica causa 40 mil mortes a cada ano, revela dados do DATASUS.
[Acesso em 20/03/17]. Disponível em: http://datasus.saude.gov.br/noticias/atualizacoes/564-bronquite-cronica-causa-40-mil-mortes-a-cada-ano-revela-dados-do-datasus
[ii]
Perfil de internações hospitalares por doenças respiratórias em crianças e
adolescentes da cidade de São Paulo, 2000-2004 [Acesso em 21/03/2017]
Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-05822011000400018
[iii] DATASUS. Informações de Saúde
(TABNET) [Internet]. [Acesso em 30 Mai 2016]. Disponível em: http://tabnet.datasus.gov.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário