Entre 12% e 15% dos pacientes hipertensos
apresentam
quadros mais graves, com resistência a medicamentos.
Doença cresce entre jovens
quadros mais graves, com resistência a medicamentos.
Doença cresce entre jovens
A hipertensão
arterial é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento das
doenças cardiovasculares, com a possibilidade de ser "controlado ou
modificado".
"Dados
do Ministério da Saúde mostram que, no Brasil, a hipertensão arterial é
responsável por 50% dos infartos, 80% dos acidentes vasculares cerebrais (AVCs)
e 25% dos casos de insuficiência renal", destaca o Prof. Dr. Roberto Kalil
Filho, diretor do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês.
Em um estudo
da American Heart Association, publicado em 2015, sobre o número de mortes
causadas por hipertensão arterial, o Brasil ocupa o sexto lugar, entre os 190
países analisados. O tratamento adequado da hipertensão arterial reduz a
morbi-mortalidade por doenças cardiovasculares.
No entanto,
embora mais de 35,5 milhões de brasileiros apresentem quadro de hipertensão
arterial, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o controle da
doença, que varia de acordo com a região, precisa ser aprimorado no
País. Estima-se que somente 20% dos pacientes hipertensos em tratamento
medicamentoso apresentam valores de pressão arterial dentro das metas
estabelecidas.
Como
resultado, dados de 2015 apontam que as doenças cardiovasculares corresponderam
a cerca de 33% dos óbitos e 13,4% das internações de adultos com idade igual ou
superior a 20 anos.
Em países
como Canadá e Finlândia, que desenvolveram programas específicos de prevenção e
controle da hipertensão arterial, a taxa de controle da doença atingiu 70% e
foi associada a significativa redução da mortalidade por doenças
cardiovasculares. Nesses programas, além do envolvimento de instituições de
saúde, sociedades científicas e entidades governamentais, a participação de
cada indivíduo é fundamental.
"A
necessidade de alertar a população a respeito da importância do diagnóstico
precoce e do tratamento adequado é urgente", ressalta Kalil.
Além disso,
entre 12% e 15% do total dos pacientes hipertensos brasileiros poderão
apresentar quadros mais graves, denominados Hipertensão Arterial Resistente
(HAR), quando não há resposta ao tratamento, mesmo após o uso de três
medicamentos diferentes.
Outro aspecto
que tem alertado os especialistas é o crescimento entre a população mais jovem,
revelado por pesquisadores da Universidade da Carolina do Norte, em Chapel
Hill, nos Estados Unidos. O estudo mostra que aproximadamente 20% dos
indivíduos entre 24 e 32 anos têm hipertensão arterial - e metade deles não
sabe disso.
No Brasil,
dados iniciais também sugerem haver crescimento da população de hipertensos,
quando avaliada a faixa da população com menos de 35 anos. Entre os
fatores possivelmente associados a este cenário estão a hereditariedade,
hábitos alimentares inadequados, sedentarismo e obesidade.
A hipertensão
arterial é mais prevalente e causa mais lesão em órgãos alvo na raça negra.
Este fato deve ser considerado como relevante pelas autoridades de saúde no
Brasil, visto que os negros representam 54% da população brasileira, segundo o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ações no Dia
Nacional de Combate à Hipertensão Arterial
Em resposta a
este cenário nacional preocupante, o Hospital Sírio-Libanês iniciou uma série
de ações: criou o Serviço de Hipertensão Arterial do Centro de
Cardiologia e promove uma campanha para alertar a população em geral e os
seus pacientes, aproveitando o Dia Nacional de Combate à Hipertensão Arterial,
que será comemorado no próximo dia 26 de abril.
Nesta quinta-feira
(20/4), realizou um talk show com a presença do cantor e
compositor Gilberto Gil e participação de especialistas que integram o novo
Serviço de Hipertensão Arterial. O evento, gratuito e aberto ao público,
aconteceu no Anfiteatro do Instituto Sírio-Libanês de Ensino e Pesquisa, com
transmissão ao vivo pela página do Hospital Sírio-Libanês no Facebook, na qual
os internautas formularam perguntas aos médicos integrantes da mesa redonda.
"Queremos
divulgar informações sobre a importância do controle precoce da Hipertensão
Arterial como medidas de promoção de saúde e prevenção de complicações
cardiovasculares. Para dar maior visibilidade a esta campanha, convidamos o
Gilberto Gil para ser o nosso 'embaixador' na divulgação desta iniciativa, que
visa alertar a população sobre essa doença silenciosa e preocupante, que atinge
mais pessoas a cada dia e precisa ser diagnosticada e tratada em tempo
hábil", destaca Kalil.
O talk
show marcou o lançamento do Serviço de Hipertensão Arterial do
Centro de Cardiologia, destinado especialmente ao diagnóstico e tratamento
da Hipertensão Arterial de Difícil Controle, ou Hipertensão Arterial Resistente
(HAR). Além da abordagem clínica, o objetivo é investigar as potenciais causas
dos quadros mais graves e desenvolver linhas de pesquisa que proporcionem
avanço nas opções de terapia hoje existentes.
O novo
Serviço vai atuar com os casos que precisam de um outro tipo de
acompanhamento, pois já não respondem aos tratamentos mais tradicionais.
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