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segunda-feira, 30 de junho de 2025

Regras da Anvisa para o uso de semaglutida visam proteger a saúde dos olhos

Além de retenção da receita médica, bulas deverão informar sobre condição ocular rara que pode causar perda súbita de visão; o Dr. Matheus Silva explica a doença 


Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, atualiza as regras para a comercialização de medicamentos que contêm semaglutida na composição. Presente em marcas como Ozempic, Rybelsus e Wegovy, a substância ativa é indicada no tratamento do diabetes do tipo 2, obesidade e sobrepeso. 

A semaglutida imita a ação do hormônio GLP-1, produzido naturalmente pelo intestino e que atua no controle da glicose no sangue e no apetite, sinalizando ao cérebro a sensação de saciedade. Isso fez com que a substância fosse cada vez mais utilizada para a perda de peso. 

No entanto, análises do Comitê de Avaliação de Risco em Farmacovigilância da Agência Europeia de Medicamentos identificaram a neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica (NOIA-NA), uma condição ocular grave, como possível evento adverso raro ao uso de semaglutida. 

“A NOIA-NA ocorre quando os vasos sanguíneos que irrigam o nervo óptico ficam estreitados ou bloqueados, resultando em danos ao nervo”, explica o Dr. Matheus Bedendo Rodrigues da Silva, oftalmologista do H.Olhos, Hospital de Olhos da rede Vision One. 

“O principal sintoma é a perda súbita e indolor da visão em um olho, que pode ser temporária ou permanente. O paciente também pode enxergar de forma desfocada, principalmente na metade inferior do campo visual, ter dificuldade para reconhecer rostos ou identificar cores”, complementa o médico. 

A neuropatia óptica isquêmica anterior não arterítica é mais comum a partir dos 50 anos e, de acordo com o oftalmologista, “alguns fatores de risco são o diabetes descontrolado, a hipertensão, doenças cardíacas, apneia obstrutiva do sono ou colesterol elevado, que podem levar à redução do fluxo sanguíneo para o nervo óptico”. 

O Sistema VigMed, disponibilizado pela Anvisa e que recebe informações sobre efeitos adversos de medicamentos e vacinas no Brasil, registrou 52 notificações de suspeitas de distúrbios oculares relacionadas à semaglutida. Os dados também contribuíram para a criação de novas regras em relação ao uso da substância. 

Uma delas é que, e que já está em vigor, é que todos os medicamentos com semaglutida ou substâncias que imitam a ação do hormônio natural GLP-1 em sua composição, terão retenção da receita médica. Além disso, a Anvisa determinou que as bulas deverão trazer informações sobre a possível reação adversa para a saúde ocular, mesmo que seja rara. 

“É muito importante que, ao fazer uso desses remédios, a pessoa realize exames oftalmológicos regulares e fique atenta a qualquer sintoma que possa indicar problemas na visão, especialmente se fizer parte do grupo de risco para NOIA-NA”, alerta o Dr. Matheus Silva. A recomendação da Anvisa é para que os profissionais, ao prescrever estes medicamentos, orientem seus pacientes sobre o risco para a saúde ocular e os sinais de alerta.


Com poucos profissionais, psiquiatria da infância e adolescência enfrenta desafios no Brasil

 

Dados do estudo Demografia Médica mostram que existem 827 psiquiatras da infância e adolescência certificados no país; oferta de cursos lato sensu contribui para suprir lacuna na qualificação médica e ampliar o cuidado especializado a crianças e adolescentes
 

O Brasil conta atualmente com 6,69 psiquiatras por 100 mil habitantes, número abaixo da média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), estimada em cerca de 14 profissionais para a mesma população. Os dados são do estudo Demografia Médica no Brasil 2025, realizado pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com a Associação Médica Brasileira (AMB), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e o Ministério da Saúde. 

Dentro desse cenário, a psiquiatria da infância e adolescência, subespecialidade que requer formação complementar, enfrenta obstáculos adicionais. De acordo com o Dr. Marcelo Generoso, médico e coordenador da Pós-Graduação em Psiquiatria da Infância e Adolescência da Afya Educação Médica em São Paulo, o número de vagas para residência médica nessa área ainda é restrito e concentrado regionalmente, dificultando o acesso à formação especializada. “Além disso, é uma área que exige competências específicas, como a habilidade de dialogar com crianças, adolescentes, famílias e instituições escolares, o que pode gerar insegurança para profissionais que não passaram por uma formação adequada”, explica o especialista.
 

Mais de 1 milhão de crianças e adolescentes dentro do Espectro Autista no país

A carência de profissionais qualificados é ainda mais crítica diante do aumento dos diagnósticos de transtornos do neurodesenvolvimento. Segundo o Censo 2022, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 1 milhão de crianças e adolescentes brasileiros entre 0 e 14 anos foram diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA). A maior prevalência ocorreu na faixa etária de 5 a 9 anos (2,6%), seguida pelas de 0 a 4 anos (2,1%) e de 10 a 14 anos (1,9%). 

O diagnóstico precoce é um fator decisivo para o desenvolvimento e a qualidade de vida dessas crianças. “Sabemos que intervenções precoces, especialmente aquelas voltadas ao desenvolvimento de habilidades sociais e comunicativas, são determinantes para o prognóstico do TEA. A atuação de profissionais capacitados é essencial para garantir abordagens baseadas em evidências e ajustadas às necessidades individuais”, destaca o Dr. Marcelo Generoso. 

Além do TEA, transtornos como TDAH, ansiedade e depressão também são frequentes na infância e adolescência, exigindo avaliação e acompanhamento especializados. “Esse é um período crítico de formação emocional, social e cognitiva. Quando transtornos não são identificados e tratados precocemente, os prejuízos podem se agravar”, acrescenta. 

Os cursos de pós-graduação lato sensu têm se consolidado como uma alternativa viável para médicos que desejam se qualificar na área de psiquiatria da infância e adolescência. Com 20 unidades em todo o país, a Afya Educação Médica oferece atualmente mais de 70 cursos de pós-graduação, com destaque para os programas em psiquiatria e psiquiatria da infância e adolescência. Além da qualificação técnica, esses cursos também geram impacto social relevante: somente em 2024, as unidades da Afya realizaram cerca de 50 mil atendimentos médicos gratuitos, dos quais aproximadamente 10% foram de crianças e adolescentes.


Afya
Mais informações em Link e ir.afya.com.br.



Mesmo alimento, calorias diferentes: entenda como a microbiota interfere no emagrecimento

 Nutróloga explica como a composição das bactérias intestinais afeta a forma como o corpo absorve calorias e armazena gordura; veja 5 dicas para cuidar do seu intestino 

Duas pessoas podem ingerir o mesmo alimento, mas metabolizar de forma diferente

 

Você já ouviu dizer que o intestino é o “segundo cérebro”? A ciência já estuda há anos o papel das bactérias intestinais em funções como imunidade, saúde mental e até no controle de peso. E uma das descobertas mais curiosas dessa área é que a microbiota pode interferir na quantidade de calorias que o corpo realmente absorve dos alimentos.

A explicação é simples e, ao mesmo tempo, surpreendente: algumas bactérias intestinais extraem mais energia dos alimentos do que outras. Isso significa que duas pessoas podem comer exatamente o mesmo prato, mas metabolizar de forma diferente. “É como se, para uma pessoa, uma maçã tivesse 90 calorias, e para outra, apenas 60, afirma a médica nutróloga Fernanda Vasconcelos, do Instituto Qualitté.

A seguir, a médica esclarece as principais dúvidas sobre a influência da microbiota no emagrecimento e como melhorar esse equilíbrio.


Como a microbiota interfere no peso? 

A diferença está na forma como as bactérias fermentam os alimentos e liberam compostos que impactam o metabolismo, como os ácidos graxos de cadeia curta. Essas substâncias influenciam na saciedade, na inflamação e na forma como armazenamos gordura.

Segundo revisão publicada no World Journal of Gastroenterology, cientistas observaram que alterações na composição da microbiota estão associadas à maior extração de calorias da dieta, menor diversidade bacteriana e desequilíbrios que favorecem o acúmulo de gordura, especialmente em pessoas com obesidade.


Microbiota equilibrada emagrece?

Não é automático, mas ajuda. Ainda de acordo com a revisão no World Journal of Gastroenterology, pessoas com obesidade tendem a apresentar menor diversidade de bactérias no intestino, o que prejudica funções como absorção de nutrientes e regulação do apetite.

 

Obesidade também muda a microbiota?

A relação entre microbiota e peso é de mão dupla. Um desequilíbrio nas bactérias intestinais pode contribuir para o ganho de peso, e a própria obesidade pode alterar a composição dessas bactérias. Por isso, manter uma microbiota saudável é parte importante de um plano de saúde integral e preventivo.


O que prejudica o equilíbrio intestinal? 

  • Dietas ricas em ultraprocessados, açúcares e gorduras ruins
  • Uso frequente de antibióticos sem necessidade
  • Estresse crônico e noites mal dormidas
  • Falta de fibras, frutas e alimentos fermentados


Como cuidar melhor do intestino? 

A Dra. Fernanda lista cinco atitudes simples que ajudam a manter a microbiota saudável, e, de quebra, favorecer o emagrecimento:

  • Inclua alimentos com fibras (frutas, legumes e grãos integrais) na dieta diária
  • Evite ultraprocessados e bebidas açucaradas
  • Consuma alimentos fermentados, como iogurte natural
  • Priorize o sono e mantenha uma rotina ativa
  • Evite antibióticos desnecessários

Segundo a médica, entender a influência da microbiota é um passo importante para personalizar estratégias de emagrecimento. “Num futuro bem próximo, os alimentos não vão mais ter uma caloria fixa. A forma como nosso corpo responde a eles depende da microbiota que carregamos”.


GSK lança chatbot gratuito sobre prevenção ao HIV

O chatbot adapta suas respostas com base no nível de conhecimento sobre o assunto, histórico e localização do usuário
 


Durante a Feira Cultural da Diversidade LGBT+, em São Paulo, a GSK lançou uma solução inovadora no WhatsApp, que transforma o canal de comunicação em uma ferramenta empática e educativa com foco na prevenção ao HIV. A ferramenta possui uma linguagem acessível e abordagem personalizada, esclarecendo dúvidas sobre HIV e PrEP (Profilaxia Pré-Exposição), ajudando a identificar os métodos de prevenção indicados para cada perfil de pessoa e fornecendo informações sobre serviços de saúde próximos.
 

Mesmo com a disponibilização da PrEP oral no SUS, muitos brasileiros ainda não conhecem essa estratégia de prevenção ao HIV. Segundo o Ministério da Saúde, aproximadamente 46 mil novos casos de HIV foram registrados em 2023¹. A prevalência de HIV entre gays e homens que fazem sexo com homens é de 18,4% no Brasil², e o estande instalado em um dos principais eventos voltados à comunidade LGBT+ buscou levar mais informações de prevenção, por meio de uma ferramenta empática e acolhedora. 

Desenvolvido pela empresa Smarters, o chatbot intitulado "Tudo sobre PrEP" oferece uma jornada educativa e anônima, para o público geral, guiando o usuário e adaptando as respostas com base no seu nível de conhecimento sobre o assunto, em seu histórico de uso da PrEP e na sua localização. O serviço está disponível 24 horas por dia e funciona como um importante ponto de apoio ao promover conversas sem julgamentos, com conteúdos relevantes e orientações práticas, já que o preconceito e a desinformação ainda dificultam o acesso e a busca de opções de prevenção e tratamento. 

“Combater o preconceito e o estigma relacionados ao HIV é fundamental para criar uma sociedade mais justa, acolhedora e saudável, especialmente para a população LGBT+. Para fortalecer a prevenção, sabemos que o conhecimento de forma simples, acessível e sem julgamentos é essencial. Portanto, a iniciativa revoluciona o acesso à informação, potencializando o aumento do conhecimento das pessoas, gerando resultados reais na adesão à PrEP no País”, destaca Roberta Corrêa, Diretora da Unidade de Negócios de HIV da GSK/ViiV Healthcare. 

A PrEP é uma das estratégias de prevenção, indicada para pessoas a partir de 15 anos de idade, com pelo menos 35 quilos, sexualmente ativas e em maior risco de contrair o HIV2. A versão oral é oferecida gratuitamente pelo SUS e pode ser utilizada de duas formas: de forma contínua, com o uso diário de dois comprimidos, ou sob demanda, com doses específicas antes e após a relação sexual2. Já a PrEP injetável, ainda não disponível no Brasil3, é aplicada por injeção intramuscular na região glútea4. O estudo ImPrEP CAB Brasil5 trouxe evidências promissoras sobre o uso do cabotegravir injetável, aprovado pela ANVISA, apontando maior adesão em comparação com a PrEP oral e nenhum caso de infecção pelo HIV durante o uso5. 

“O chatbot ‘Tudo sobre PrEP’ representa o que acreditamos ser o futuro das conversas sobre a saúde das pessoas: acessíveis, personalizadas, baseadas em ciência e construídas com empatia. Nossa tecnologia permite que esse diálogo aconteça no ritmo e no contexto de cada pessoa, respeitando sua privacidade e ajudando a tomar decisões com mais informação e segurança”, esclarece Diego Bujaldon, Chief Project Officer do Smarters. 

A GSK lançou também o site “Tudo sobre PrEP”, com informações sobre diferentes métodos de prevenção ao HIV e dados sobre o cenário da epidemia no Brasil. A plataforma complementa o novo chatbot, que pode ser acessado gratuitamente pelo WhatsApp, por meio do número (21) 2018-1028. Para iniciar a conversa, é só digitar um “Olá” e a inteligência artificial guiará o usuário conforme suas dúvidas e nível de conhecimento sobre o assunto.

 

Ficha técnica: 

Chief Project Officer: Diego Bujaldon

Chief Operating Officer: Cesar Gnecchi

Project Direction and Coordination: Ana Carolina Panossian e Natalia Duarte Benites

Operations Management: Luisa Lucchesi

API and Software Development: Guilherme Massarani Alves e Paulo Feresin

UX Team: Maria Vitória Lima e Rodrigo Oliveira

Quality Assurance Team: Rebeca Yp Wah Mak e Vitor Brito

Business Intelligence Team: Andressa Bissoli, Eduardo de Mello Freire Peres e Victor Hugo Ferreira

Natural Language Processing & Intent Modeling Team: Leandro Fernandes, Thiago Cordero de Oliveira e Patrícia Santos

Conversational Flow Development Team: Vinicius Cardoso Siqueira, Iris de Jesus Moraes, Camila de Oliveira Brichta, Rafael Ferreira Caetano e Kethyllen Loncloff Deliperi.

 





Material destinado ao público em geral. Por favor, consulte o seu médico.



GSK
ViiV Healthcare



smarters
https://smarte.rs/.



Referências:

1. Ministério da Saúde. Ministério da Saúde. Boletim epidemiológico HIV/Aids 2024. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/central-de-conteudo/boletins-epidemiologicos/2024/boletim_hiv_aids_2024e.pdf/view - . Acessado em: Junho/2025.

2. Ministério da Saúde. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) de risco à infecção pelo HIV, 2025. Disponível em: . Acessado em: Junho/2025.

3. DRAUZIO. Qual a diferença entre a nova PrEP injetável e a PrEP oral disponível no SUS?. Disponível em: < Link>. Acessado em: Junho/2025

4. ImPrEP CAB Brasil. Informações Gerais Sobre PrEP Injetável. Disponível em: <Link>. Acessado em: Junho/2025

5. GRINSZTEJN, B. et al. ImPrEP CAB Brasil: Enhancing PrEP coverage with CAB LA in Young Key Populations. Conference on Retroviruses and Opportunistic Infections (CROI 2025), 9-12 Março, São Francisco, Califórnia – Estados Unidos das Américas. Apresentação oral. Disponível em: < https://www.croiconference.org/wp-content/uploads/sites/2/posters/2025/192-2025.pdf>. Acesso em: Março 2025.


Especialistas revelam a lógica emocional por trás de sintomas físicos

 

Dor crônica, insônia e falta de ar podem ser manifestações emocionais encobertas por diagnósticos vagos ou silenciadas por tratamentos paliativos, aponta estudo do IBFT 

 

Dor de cabeça recorrente, tensão muscular, sensação de sufocamento, exaustão sem causa aparente. Para muitas pessoas, esses sintomas são enfrentados com analgésicos, repouso ou exames que não revelam alterações. A ausência de explicações médicas claras, no entanto, não significa ausência de causas. 

De acordo com o psicólogo Jair Soares dos Santos, fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT) e doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores, na Argentina, os sintomas físicos persistentes podem ser a forma que o corpo encontra para expressar dores emocionais ignoradas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), até 30% das consultas em atenção primária envolvem queixas físicas sem causa médica identificável. No Brasil, a Sociedade Brasileira de Clínica Médica aponta que a cefaleia, dores nas costas e distúrbios do sono estão entre os principais motivos de busca por atendimento, mas, em parte dos casos, os exames não apontam alterações.  

Entre os sintomas mais recorrentes observados na prática clínica estão enxaquecas persistentes, distúrbios gastrointestinais, insônia, palpitações e crises respiratórias. “Esses quadros podem desaparecer quando a pessoa consegue acessar a memória emocional associada, compreender sua origem e reorganizar a forma como o sistema nervoso responde a essa lembrança”, explica o psicólogo.

Essa lacuna diagnóstica abre espaço para uma compreensão mais ampla: o corpo como mensageiro de experiências emocionais não processadas.“Todo sintoma tem uma lógica. Quando a mente não consegue elaborar uma experiência, o corpo tenta traduzir o que ficou preso emocionalmente”, afirma o pesquisador. Ele é o criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), abordagem que vem sendo utilizada por terapeutas em mais de dez países para acessar memórias emocionais que, segundo Soares, sustentam sintomas físicos crônicos e sem diagnóstico objetivo.

A proposta do método é acessar de forma segura os registros emocionais que permanecem ativos no inconsciente. De acordo com Soares, “não se trata de ressignificar o passado, mas de reprocessar as experiências que moldaram a forma como o corpo responde à vida. A lembrança continua existindo, mas o impacto deixa de ser somatizado”. A pesquisadora do IBFT Juliana Bezerra Lima Verde  e doutoranda em Psicologia na Universidade de Ciências Empresariais e Sociais (UCES), na Argentina, reforça que muitos sintomas classificados como psicossomáticos são, na verdade, manifestações legítimas de um sofrimento ignorado. “O corpo não mente. Quando ele fala de forma repetitiva, está pedindo escuta, não apenas sedação”, afirma.

O reconhecimento da lógica emocional por trás dos sintomas não invalida a medicina tradicional, mas amplia o campo de atuação no cuidado à saúde. “Não é um ou outro. É somar perspectivas. Um corpo que dói sem causa orgânica detectável está, muitas vezes, apenas cumprindo seu papel: alertar para algo interno que não foi olhado”, diz Jair Soares. 

 

 Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT)

Para mais informações, visite o site ou o Instagram.



Jair Soares dos Santos - psicólogo, terapeuta, hipnólogo, pesquisador e professor, além de ser o fundador do Instituto Brasileiro de Formação de Terapeutas (IBFT). Criador da Terapia de Reprocessamento Generativo (TRG), sua trajetória é marcada por desafios pessoais que o motivaram a buscar soluções eficazes para o sofrimento emocional. Após enfrentar episódios de depressão e insatisfação com abordagens terapêuticas tradicionais, Jair dedicou-se ao desenvolvimento de uma metodologia que pudesse proporcionar alívio real e duradouro aos pacientes. Sua formação inclui graduação em Psicologia pela Faculdade Integrada do Recife e especializações em áreas como hipnoterapia e análise comportamental. Atualmente é doutorando em Psicologia pela Universidade de Flores (UFLO) na Argentina, onde desenvolve uma pesquisa com a TRG em pessoas com depressão e ansiedade, alcançando resultados promissores com a remissão dos sintomas nestes participantes. Há mais dois doutorados com a TRG a serem desenvolvidos neste momento.
Para mais informações, visite o Instagram.


Ceratopigmentação: famosas mudam a cor dos olhos com cirurgia que pode causar cegueira

 


Oftalmologista do CEUB explica por que o procedimento é considerado perigoso e sem respaldo legal no país

 

A busca por olhos claros levou famosas como Maya Massafera e Andressa Urach a recorrerem à ceratopigmentação, procedimento cirúrgico que altera permanentemente a cor dos olhos com a aplicação de pigmentos na córnea. Apesar de viralizar como símbolo de autoestima, a técnica acende alerta entre especialistas de saúde. Núbia Vanessa Lima, oftalmologista e professora de Medicina do Centro Universitário de Brasília (CEUB), explica que o método pode trazer complicações sérias, como infecções, redução da sensibilidade ocular, aumento da pressão intraocular e, em casos mais graves, até cegueira. 

Apesar de ser a mais nova febre da estética, a prática é uma cirurgia invasiva e irreversível, que traz altos riscos para a saúde ocular e não tem autorização legal para uso estético no Brasil. “A ceratopigmentação só é autorizada no nosso país em situações terapêuticas, como na reconstrução do olho após lesões ou doenças”, afirma a especialista. De acordo com Nubia, o pigmento pode se espalhar dentro do olho e provocar inflamações crônicas, dor, glaucoma e danos irreversíveis à retina. 

O pós-operatório também pode ser um desafio permanente. Sensibilidade extrema à luz, dor persistente e sensação de ardência são algumas das queixas relatadas por pacientes que fizeram a cirurgia. “Outro agravante é que quem faz o procedimento fora do país e depois enfrenta complicações, dificilmente encontra suporte adequado no Brasil. Isso porque os oftalmologistas brasileiros, que não realizam esse tipo de técnica para fins estéticos, podem não ter familiaridade com os efeitos colaterais e as medidas necessárias para tratá-los”. 

Além dos inúmeros riscos, o pigmento na córnea pode dificultar exames oftalmológicos básicos, como o teste de refração (para identificar o grau de óculos), e interferir em procedimentos futuros, como a cirurgia de catarata ou tratamentos a laser. “Se a pessoa se arrepender, precisa procurar o próprio cirurgião que fez o procedimento. Os médicos aqui podem até tentar ajudar, mas nem sempre têm os recursos ou o conhecimento específico sobre esse tipo de complicação”, ressalta a oftalmologista. 

A professora do CEUB alerta que, antes de tomar qualquer decisão, é essencial se informar bem, buscar a opinião de especialistas e considerar todas as possíveis consequências, especialmente quando se trata de algo tão precioso quanto a própria visão. “A vaidade não pode custar a saúde dos olhos. O olhar é único, e perder a visão por uma escolha estética é algo que ninguém deveria enfrentar”, completa a oftalmologista.


Obesidade infantil cresce no mundo e exige atenção

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 Pediatra do CEJAM destaca que prevenção vai além da alimentação e envolve fatores genéticos, suporte familiar e ações conjuntas entre escola e sociedade 

 

A obesidade infantil é uma preocupação crescente em escala global. Segundo a World Obesity Federation, cerca de 158 milhões de crianças e adolescentes entre 5 e 19 anos vivem atualmente com excesso de peso. A projeção é alarmante: até 2030, esse número pode chegar a 254 milhões.

A pediatra Dra. Gabriela Oliani, da Santa Casa de São Roque, unidade administrada pelo CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com a Prefeitura da cidade, alerta que fatores genéticos e hereditários são responsáveis por 55% a 80% da variação individual nos casos de obesidade. “Isso mostra que, embora alimentação e atividade física sejam fundamentais, a predisposição genética tem grande impacto no desenvolvimento da condição”, explica. 

Antes visto como um problema restrito a países de alta renda, o sobrepeso infantil tem avançado de forma significativa em nações de baixa e média renda, tornando-se uma preocupação mundial. 

Dra. Gabriela destaca que a formação dos padrões alimentares começa ainda na gestação, já que a variedade da dieta da gestante pode expor o feto a moléculas palatáveis e influenciar preferências alimentares futuras.

A amamentação, por sua vez, é fator protetor contra a obesidade, e uma introdução alimentar adequada favorece a formação de bons hábitos desde cedo. “A prevenção começa na base da família. As idades críticas são aquelas que envolvem mudanças nos padrões de vida, como o início da escolarização e a socialização na primeira infância.” 

Entre os riscos à saúde associados à obesidade, a pediatra aponta consequências de curto prazo, como distúrbios respiratórios, dores articulares, alterações alimentares e baixa autoestima. Já no longo prazo, há maior probabilidade de desenvolvimento de diabetes tipo 2, hipertensão arterial e síndromes cardiovasculares na idade adulta. 

A profissional também alerta para os ambientes obesogênicos, que facilitam o acesso a alimentos ultraprocessados e estilos de vida sedentários, contribuindo para o agravamento do problema. 

“A exposição precoce a telas, por exemplo, influencia negativamente a alimentação, estimula o consumo de alimentos calóricos por meio de publicidade e reduz a qualidade e a duração do sono. A recomendação é limitar o tempo de tela a, no máximo, duas horas por dia.” 

A médica destaca que é preciso adotar uma abordagem multifatorial, com incentivo a dietas saudáveis, prática regular de atividade física, controle do sono e envolvimento familiar. “Crianças estimuladas desde cedo conseguem compreender e adotar bons hábitos, especialmente quando se sentem valorizadas e participam das decisões alimentares.” 

Ela ainda enfatiza a importância de um suporte integrado, com médicos, nutricionistas e psicólogos, e a prática esportiva regular: ao menos três vezes por semana, por 50 minutos. 

Complementando as ações familiares, Dra. Gabriela defende o papel fundamental das escolas na prevenção. “A criança, quando bem orientada, replica em casa o que aprende na escola e pode até influenciar positivamente os pais.” 

A especialista reforça, ainda, a necessidade de olhar para os impactos emocionais da obesidade infantil. “Problemas como ansiedade, bullying, baixa autoestima e até depressão estão associados ao excesso de peso. Por isso, é essencial promover uma imagem corporal saudável, baseada na aceitação, em hábitos positivos e no esforço individual, e não exclusivamente na perda de peso. Sempre explico às famílias: primeiro a gente muda os hábitos. Depois, os resultados vêm naturalmente.” 

Além disso, garantir um ambiente urbano seguro e adequado para a prática de atividades físicas também é parte da solução. “Precisamos de praças zeladas, centros esportivos ao ar livre e políticas que incentivem o esporte e a convivência social. A prevenção da obesidade infantil começa em casa, mas deve ser responsabilidade de toda a sociedade.”

 

Linha de Cuidados Obesidade 

Desde 2022, o CEJAM atua no enfrentamento da obesidade com um modelo de cuidado integrado, contínuo e eficiente, alinhado às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS). A iniciativa contempla uma linha de cuidado específica para a doença, com ações estruturadas de prevenção, diagnóstico, tratamento e acompanhamento das pessoas com obesidade. 



CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”
@cejamoficial

Cirurgia bariátrica: quando e por que fazer

A cirurgia bariátrica é uma forma de tratamento da obesidade grave, com objetivos que vão além do emagrecimento, e estes incluem melhor controle de doenças relacionadas ao excesso de peso, como o diabetes mellitus tipo 2, a dislipidemia (alterações em colesterol), hipertensão arterial sistêmica, esteatose hepática e outros problemas, como artrose e apneia do sono, por exemplo. 

Segundo o Dr. Eduardo Martins Lara, cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico, do Hospital Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, “em alguns casos poderá ocorrer até mesmo a remissão completa de algumas dessas doenças, além da melhora da qualidade de vida, da autoestima e da expectativa de vida”. 

Mas, ao contrário do que muitos pensam, a cirurgia bariátrica não é indicada para quem quer perder peso sem modificar hábitos de vida, como prática regular de atividades físicas e adoção de alimentação saudável. Ela não é um recurso estético, mas representa uma excelente opção de tratamento de uma doença complexa, crônica e lentamente progressiva, como a obesidade.     

De acordo com o médico, “há critérios claros para eleger o candidato à cirurgia bariátrica, que devem ser seguidos com rigor e baseados no Índice de Massa Corpórea (IMC), na idade, nas comorbidades e no tempo da doença”.

 

Novas diretrizes

Em meados de maio desse ano (2025), o Conselho Federal de Medicina (CFM) publicou a Resolução 2.429/2025, que amplia o acesso à cirurgia bariátrica e metabólica no Brasil e define novo padrão de candidatos ao procedimento cirúrgico. As principais mudanças incluem:

·         Pacientes com IMC igual ou superior a 30kg.m-2 e inferior a 35Kg.m-2 (obesidade grau I) na presença de diabetes mellitus tipo 2;

·         Doença cardiovascular grave, com lesão em órgão alvo;

·         Doença renal crônica precoce em pacientes com diabetes tipo 2;

·         Apneia do sono grave;

·         Doença gordurosa hepática não alcoólica e com fibrose;

·         Afecções com indicação de transplante;

·         Refluxo gastroesofágico com indicação cirúrgica;

·         Osteoartrose grave.

 

Para entender os parâmetros que foram alterados, anteriormente os pacientes com esse mesmo grau de obesidade poderiam ser submetidos à cirurgia bariátrica caso apresentassem diabetes com até 10 anos de evolução e faixa etária entre 30 e 70 anos. Também era exigido que o paciente tivesse acompanhamento por um endocrinologista por mais de dois anos, apresentando refratariedade aos tratamentos propostos. Isso agora mudou.

 

Com a resolução recentemente publicada, os novos critérios para indicação da cirurgia são:

·       Obesidade grau III ou mórbida (IMC ≥ 40 kg/m²), independente da presença de comorbidades;

·       Obesidade grau II (IMC entre 35 e 39,9 kg/m²) com doenças relacionadas à obesidade, como hipertensão arterial, diabetes tipo 2, apneia do sono e artrose, entre outras;

·       Obesidade grau I (IMC entre 30 e 34,9 kg/m²) na presença das comorbidades acima

·       Idade mínima ampliada, com possibilidade de cirurgia em adolescentes acima de 14 anos, mediante avaliação multidisciplinar e consenso familiar;

·       Pacientes com mais de 65 anos, considerando o risco cirúrgico e a expectativa de vida.

 

Mas alguns critérios critério ficaram inalterados:

·       Pacientes com doença psiquiátrica não controlada, uso contínuo de álcool ou drogas ilícitas, ou aqueles que não compreendam o procedimento não podem ser submetidos à cirurgia;

·       Cirurgia bariátrica ou metabólica deve ser feita apenas em hospitais de grande porte que estão estruturados para procedimentos de alta complexidade.

 

Tipos de cirurgia

As cirúrgicas reconhecidas pelo CFM para obesidade e distúrbios metabólicos são:

·       Cirurgias primárias altamente recomendadas: Bypass gástrico em Y de Roux e Gastrectomia vertical (sleeve gástrico). Essas cirurgias são atualmente as mais realizadas no Brasil e no mundo, e devidamente comprovadas em diversos estudos de sua segurança e eficácia.

·       Cirurgias alternativas com indicação principalmente para procedimentos revisionais: Duodenal switch com gastrectomia vertical, Bypass gástrico com anastomose única, Gastrectomia vertical com anastomose duodeno-ileal e Gastrectomia vertical com bipartição do trânsito intestinal.

 

Riscos

O medo dos supostos riscos que podem ser causados pela cirurgia bariátrica ainda chega a ser uma barreira para que pacientes deixem de procurar a assistência médica. Por isso, é sempre recomendável buscar equipes médicas experientes, além de saber se o hospital escolhido está devidamente equipado para a cirurgia. 

O cirurgião do aparelho digestivo e bariátrico do Hospital Edmundo Vasconcelos, Dr. Eduardo Lara, que há 12 anos realiza cirurgias bariátricas, informa que os recursos cirúrgicos evoluíram muito: “Com o desenvolvimento dos materiais cirúrgicos e a assistência de uma equipe médica capacitada, os riscos diminuíram de modo expressivo, mas como todo procedimento invasivo, a cirurgia bariátrica também pode oferecer riscos”, revela.

 

Números

Segundo levantamento da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), entre 2020 e 2024, o Brasil realizou 291.731 mil cirurgias bariátricas, sendo 260.380 cirurgias, segundo dados da Agência Nacional de Saúde (ANS), através dos planos de saúde. Os 31.351 procedimentos restantes foram feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mesmo com este volume de cirurgias realizadas anualmente, apenas uma pequena parcela dos pacientes com indicação da cirurgia, aproximadamente 1 %, são de fato submetidos ao procedimento. 

A obesidade é uma doença de elevada prevalência na população brasileira, segundo dados divulgados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan), do Ministério da Saúde, que avaliou mais de 26,2 milhões de pessoas em 2024, das quais 34,66% estavam com algum nível de obesidade.

De acordo com dados divulgados pela SBCBM, o número de pessoas com obesidade mórbida ou índice de massa corporal (IMC) grau III, acima de 40 kg/m², atingiu 1.161.831 milhões de pessoas em 2024 ou 4.63%, o número de pessoas com obesidade grau II soma 2.176.071 de pessoas ou 8.67% da população, e aqueles com obesidade grau I atingiu 5.348.439, representando 21.31% da população. Este é o cenário da obesidade no País, que afeta 8.685.342 milhões de brasileiros, ou seja, 34,61% da população, considerado problema de saúde pública. 


Evidência, protocolo e padronização são fundamentais para o avanço da telessaúde no Brasil

Nos últimos anos, os serviços de telessaúde cresceram expressivamente e vêm se consolidando, cada vez mais, com o passar do tempo. Segundo o relatório HealthTech Report 2023, da plataforma Distrito, a telemedicina projeta movimentar, globalmente, US$ 857,2 bilhões até 2030, representando um crescimento anual de 18,8%. Esse avanço rápido, inicialmente impulsionado por uma conjuntura emergencial gerada pela COVID-19, marcou uma transformação significativa na maneira como o acesso a serviços médicos é concebido e operacionalizado ao redor do mundo.

No entanto, à medida que a utilização desse modelo de atendimento se consolida, a qualidade e a maturidade dos serviços ofertados ainda se mostram limitadas, apesar do avanço em quantidade. Nesse sentido, a incorporação da Medicina Baseada em Evidências (MBE) como fator primordial da telessaúde pode conferir maior efetividade e confiabilidade aos serviços prestados ao paciente.


O crescimento e o amadurecimento da telessaúde no Brasil

No Brasil, entre 2023 e 2024, a Rede Brasileira de Telessaúde realizou aproximadamente, 4,6 milhões de teleatendimentos, incluindo teleconsultas, telediagnósticos, emissão de laudos à distância e teleconsultorias entre profissionais, segundo dados do Governo Federal. Neste sentido, a ampliação desses serviços ajudou a democratizar o acesso remoto à saúde, especialmente em regiões com oferta limitada de profissionais ou infraestrutura de saúde. Além disso, o teleatendimento agregou conveniência, redução de custos e maior agilidade aos processos burocráticos e assistenciais.

Essa integração entre tecnologia e cuidado médico, contribuiu para impulsionar o segmento de saúde digital, especialmente quando apoiada por soluções de suporte à decisão clínica (SDC). No entanto, a rápida ascensão da telessaúde, motivada pela urgência em ampliar o acesso a serviços médicos, ocorreu muitas vezes sem o amadurecimento necessário em termos de qualificação profissional, diretrizes clínicas e padronização dos fluxos assistenciais.

Como resultado, surgiram inconsistências nos atendimentos, diagnósticos imprecisos e limitações no uso de evidências clínicas, além de barreiras no acesso à tecnologia por parte de pacientes e profissionais. Essas fragilidades revelaram a necessidade de estruturar a modalidade com mais solidez, garantindo que ela seja uma alternativa efetiva, e não apenas emergencial.

Diante dessas lacunas, grande parte das instituições do setor de saúde passaram a investir em soluções que pudessem aprimorar e qualificar os serviços prestados aos pacientes. Segundo pesquisa realizada pela Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) em parceria com a Wolters Kluwer Health, nos últimos três anos, 70% das instituições participantes investiram mais de R$100 mil em soluções de suporte à decisão clínica. Além disso, 100% dos respondentes afirmaram que essas ferramentas contribuem para ganhos operacionais e para a redução de custos assistenciais.

Esse dado reflete uma percepção crescente de que a tecnologia por si só não garante qualidade clínica. É necessário que ela esteja apoiada em informações clínicas robustas e atualizadas, em sinergia com a MBE.


A importância da MBE para a evolução da telessaúde

O futuro da saúde digital, sobretudo ao que tange a telessaúde, depende significativamente da MBE para que os profissionais tomem decisões alinhadas às melhores evidências científicas disponíveis, associando esse conhecimento à experiência clínica e aos valores individuais do paciente. A integração da MBE, nesse caso, pode auxiliar na correção de falhas comuns, como a ausência de padronização do cuidado, a variabilidade clínica e os erros médicos.

Na prática, a MBE pode ser aplicada à telessaúde por meio de protocolos clínicos integrados a soluções de suporte à decisão, utilização de guidelines validadose fluxos de triagem estruturados por informações baseadas em evidências. A consolidação desses elementos contribui para garantir não apenas a efetividade, mas também a qualidade e a equidade do cuidado prestado ao paciente.

A modalidade, inicialmente impulsionada para suprir uma demanda emergencial, se estabeleceu como um pilar da saúde digital, com potência de permanência e expansão. Para que esse potencial seja cumprido, é necessário avançar do uso pragmático para o uso qualificado da telessaúde. Isso passa por fortalecer os sistemas, qualificar os profissionais e integrar os cuidados a diretrizes clínicas consistentes.

   

Paulo Guedes - Gerente Regional de Vendas da Wolters Kluwer Health no Brasil.


Nova frente fria derruba temperaturas no Brasil: Veja higienizar corretamente os itens de casa e prevenir rinite, bronquite e outras doenças respiratórias

 

                     

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                                                             Especialista da 5àsec explica como evitar a proliferação de ácaros, mofo e outros agentes que agravam crises alérgicas

 

Com a chegada do inverno, muitos itens que ficaram guardados por meses voltam a ser utilizados. Porém, quando não são higienizados corretamente, podem desencadear crises de rinite, bronquite e outras doenças respiratórias. Além disso, a má conservação favorece o acúmulo de poeira, ácaros, mofo e até resíduos químicos prejudiciais à saúde. Pensando nisso, Marinês Cassiano, especialista têxtil da 5àsec, traz orientações práticas sobre como limpar, armazenar e conservar corretamente os itens de casa mais propensos a acumular sujeira e, assim, manter um ambiente mais saudável.

Vale ressaltar que além dos cuidados com os itens, é essencial ter um ambiente arejado. O recomendado é deixar as janelas abertas em diferentes cômodos para permitir a circulação do ar e instalar ventiladores de teto ou de chão para criar uma brisa cruzada, já que isso ajuda a remover a poeira. 


Itens de cama

Para pessoas alérgicas, o recomendado é trocar as roupas de cama semanalmente, pois isso evita a proliferação de ácaros, mofo, o acúmulo de pelos de animais de estimação e até mesmo a presença de pólen e a poeira do dia a dia. As peças são finas e estão em contato direto com a pele, absorvendo o suor e atraindo bactérias que podem prejudicar a saúde. Para os travesseiros e almofadas, a higienização pode ser feita a cada seis meses em uma lavanderia especializada para serem lavados e secos corretamente, visando não danificar a peça. Para o armazenamento, é importante que sejam guardados em um local limpo, que seja livre de umidade e mofo. Outra dica é armazenar os itens em um saco de TNT que, diferente dos sacos plásticos, permite a circulação de ar, evitando o mau cheiro e o surgimento de fungos. Outra opção é colocar no guarda-roupa os antimofos que podem ser encontrados no supermercado e lavar as peças que estão no armário há muito tempo antes de serem usadas novamente.


Tapetes e cortinas

Os tapetes e as cortinas geralmente acumulam poeira e ácaros, além da sujeira externa que o tapete absorve. As cortinas devem ser lavadas duas vezes no ano, mas caso o local conte com muita poluição, o indicado é lavar a cada três meses. Outra dica é limpar os trilhos, varões e ganchos para não acumular poeira. Para os tapetes, é importante que a limpeza seja feita levando em consideração a composição do item, para não danificar a peça. Materiais mais pesados, por exemplo, podem ser lavados no mínimo duas vezes por ano, já os mais leves, podem ser lavados mensalmente. Caso tenha crianças ou animais de estimação, o ideal é fazer uma higienização semanalmente. Se algum morador for alérgico, a recomendação é não utilizar tapetes pela casa, pois podem ocasionar crises.


Almofadas

Com o intuito de deixar o ambiente aconchegante, as almofadas podem acumular poeiras e ácaros, principalmente se ficam em um local externo. O indicado é lavar a cada três ou quatro meses em uma lavanderia especializada. Muitas pessoas têm o hábito de colocar as almofadas no sol, mas este tipo de exposição pode aquecer o interior e aumentar a proliferação de fungos e ácaros, além de danificar a coloração do item.


Bichos de pelúcia

Os bichos de pelúcia, companheiros inseparáveis de muitas crianças, também são grandes acumuladores de poeira, ácaros e micro-organismos que podem agravar quadros de rinite, bronquite e outras doenças respiratórias. Para manter tais itens higienizados e não prejudicar a saúde dos pequenos, a recomendação é que sejam lavados a cada quatro meses. Também é importante que fiquem em ambientes bem ventilados no mínimo uma vez ao mês, para evitar a proliferação de fungos e ácaros. Uma prática simples, mas ainda pouco conhecida, tem ganhado destaque entre pais e cuidadores: colocar os brinquedos no freezer. Segundo especialistas, a técnica é eficaz para combater os ácaros, que não resistem a temperaturas extremamente baixas. Ao serem expostos ao frio por um período adequado, esses micro-organismos são eliminados, reduzindo significativamente os riscos de alergias.

O procedimento é simples: basta colocar o bicho de pelúcia dentro de um saco plástico bem fechado e deixá-lo no freezer por no mínimo seis horas. O ideal é durante a noite. Após esse tempo, recomenda-se deixar o brinquedo em local arejado até que retorne à temperatura ambiente. " Essa técnica não substitui a lavagem periódica, mas é um complemento útil. Sempre que possível, as pelúcias também devem ser lavadas regularmente, conforme a indicação da etiqueta de cada produto. Para não danificar os bichinhos, o mais indicado é utilizar o serviço de uma lavanderia especializada”, finaliza Marinês Cassiano.

 

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