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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Dengue: As sete perguntas mais frequentes sobre o assunto

 

Especialista em infectologia, da Rede Mater Dei de Saúde, esclarece as principais dúvidas sobre dengue, com orientações práticas sobre prevenção, contaminação, vacinas e tratamentos.
 

O Brasil está vivendo um aumento significativo de casos de dengue desde o início do ano. Segundo dados do Ministério da Saúde, os casos prováveis de dengue no país já passam de 760 mil neste ano, ultrapassando a pior semana da doença em 2023 com 111 mil casos. De acordo com o Ministério, o aumento de casos se deve a fatores correlacionados: o calor excessivo e as chuvas intensas, além do ressurgimento recente dos sorotipos três e quatro do vírus da dengue no Brasil. Diante disso, a Rede Mater Dei de Saúde, com ajuda de um Infectologista, tira algumas dúvidas frequentes sobre o assunto. 

Informar a população é uma questão de saúde pública nesse momento. Diante disso, Rodrigo Farnetano, Coordenador da Clínica de Infectologia da Rede Mater Dei de Saúde Belo Horizonte esclarece abaixo, as dúvidas sobre cuidados, transmissão e vacinas. Confira:

 

RESPOSTAS PARA AS DÚVIDAS MAIS COMUNS SOBRE DENGUE

 

1.Quantos tipos de dengue existem?

Quatro. O vírus da dengue é dividido em quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). No Brasil, predominam os sorotipos DENV-1 e DENV-2. Segundo informações da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o DEN-3 é o responsável por causar as formas mais graves da doença.

 

2. Como é transmitida a doença? 

O vírus é transmitido para humanos por meio da picada de mosquito fêmea infectado. Após o período de incubação (4-10 dias) de seus ovos em lugares com água parada, o mosquito infectado é capaz de transmitir o vírus pelo resto de sua vida, que dura cerca de 30 dias.
 

3. A dengue pode ser transmitida de uma pessoa para outra?

Não. A única forma de transmissão do vírus da dengue é pela picada do mosquito fêmea do Aedes aegypti. Para que haja a contaminação é necessário que o mosquito esteja contaminado com um dos quatro sorotipos do vírus da dengue. A transmissão direta de um indivíduo para outro não é possível.

 

4. Durante a doença, quais medicações e hábitos devem ser evitados para não intensificar os sintomas?

É preciso tomar diversos cuidados ao ser diagnosticado com dengue, durante a doença, anti-inflamatórios não devem ser utilizados e se a pessoa faz uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, como aspirina (AS), ela deve consultar seu médico para receber as devidas orientações sobre o uso dessas medicações. Além disso, atividades físicas devem ser suspensas para depois ser retomadas de forma lenta e gradual, preferencialmente sob orientação de um profissional de saúde.
 

5. É comum existir casos assintomáticos de dengue? Como agir nesses casos?

É bem comum, mais comum do que as pessoas imaginam. Uma em cada duas pessoas são infectadas pelo vírus da dengue e não tiveram sintomas. Nesses casos essas pessoas não irão correr risco de terem complicações da dengue.
 

6. O período de chuvas pode aumentar o número de mosquitos circulantes? Quais são as medidas preventivas a se tomar em casa (jardim, quintal, varanda) depois das chuvas?
Durante e após o período das chuvas, terá eclosão dos ovos com as larvas do mosquito Aedes aegypti. Diante disso é preciso inspecionar as casas e o entorno à procura de poças que possam ficar com água parada, seja qualquer recipiente, vasinho, latinha ou pote que possa ter acumulado água e que ninguém vai perceber.


7. Quem pode tomar a vacina de dengue? 

O público-alvo, em 2024, serão crianças e adolescentes, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações por dengue. O esquema vacinal é composto por duas doses com intervalo de três meses entre elas.


 

Rede Mater Dei de Saúde


Como o Ovo Pode Impulsionar sua Saúde Cerebral e Muscular


No mundo da nutrição, os ovos se destacam por possuírem uma riqueza de benefícios para a saúde que merece ser destacada. Gostaria de compartilhar com vocês informações valiosas sobre como os ovos são um verdadeiro tesouro nutricional, especialmente quando se trata da saúde do nosso cérebro e músculos. 

Os ovos são uma fonte incrível de colina, um nutriente essencial que desempenha papéis vitais em nosso corpo. A colina é um componente essencial dos fosfolipídios, que compõem as membranas celulares e desempenham um papel fundamental na saúde do cérebro. Além disso, a colina é o precursor da acetilcolina, um neurotransmissor que desempenha um papel crucial na função cognitiva, incluindo memória e aprendizado. 

Estudos têm demonstrado consistentemente que uma dieta rica em colina está associada a melhorias na função cerebral em todas as idades. Desde o desenvolvimento cognitivo na infância até a preservação da função cerebral durante o envelhecimento, a colina desempenha um papel essencial em manter nossos cérebros afiados e nossas mentes alertas. 

Mas os benefícios dos ovos não param por aí. A colina também desempenha um papel importante na saúde dos nossos músculos. Ela está envolvida na síntese de fosfolipídios, que são essenciais para a integridade das células musculares. Além disso, estudos têm sugerido que a suplementação de colina pode melhorar o metabolismo de gorduras e proteínas musculares, promovendo uma composição corporal saudável e a manutenção da massa muscular magra. 

Portanto, incluir ovos em sua dieta regular pode ser uma estratégia simples e eficaz para apoiar a saúde do cérebro e dos músculos. Mas lembre-se, a chave para uma alimentação saudável é a moderação e a variedade. Os ovos podem ser uma parte importante de uma dieta equilibrada, mas é importante combiná-los com uma variedade de outros alimentos nutritivos, como frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras. 

Se você tem alguma preocupação com o consumo de ovos, como o colesterol, fique tranquilo. Estudos recentes têm sugerido que o colesterol presente nos ovos tem um impacto mínimo nos níveis de colesterol sanguíneo em pessoas saudáveis. Além disso, os ovos são uma fonte de proteína de alta qualidade, vitaminas e minerais essenciais, tornando-os uma escolha nutritiva para a maioria das pessoas. 

Portanto, da próxima vez que você estiver planejando suas refeições, não se esqueça dos ovos. Eles são mais do que apenas um café da manhã clássico - são uma poderosa fonte de nutrição que pode impulsionar sua saúde cerebral, muscular e geral. Então vá em frente, quebre alguns ovos e desfrute dos muitos benefícios que este alimento simples e versátil tem a oferecer.

Lúcia Endriukaite - Formada pela Faculdade de Nutrição-Universidade de Mogi das Cruzes, especialista em Fitoterapia pela ASBRAN com Pós-graduação em Fitoterapia Clínica (Faculdade do Litoral Paranaense), Bases Nutricionais para Atividade física (FMU), em Administração de Serviço de Nutrição e Dietética (São Camilo). Com uma vasta experiência na área de nutrição, Lúcia Endriukaite ministra palestra em escolas técnicas, universidades e em eventos do setor do agronegócio, em âmbito nacional. É responsável por pesquisas técnicas, elaboração de informativos e encartes educativos para a população e profissionais, no Instituto Ovos Brasil. Além de atender em seu consultório particular na área da educação, é docente convidada em cursos de Pós-Graduação.


A importância de tratamentos complementares na luta contra a fibromialgia

Especialista de Santos mostra como acupuntura e fisioterapia podem aliviar sintomas da doença



O Fevereiro Roxo é o mês dedicado a aumentar a conscientização sobre doenças crônicas sem cura, entre elas a fibromialgia. Obter um diagnóstico precoce e de estratégias eficazes de manejo para melhorar a qualidade de vida dos pacientes é sempre importante e entre as abordagens complementares, a acupuntura e a fisioterapia têm se mostrado aliadas poderosas no alívio dos sintomas.

 

Segundo o fisioterapeuta Leandro Daval, do Instituto Pierin, a acupuntura se destaca no tratamento da fibromialgia “por seu papel como regulador energético, proporcionando sensação de alívio da dor e bem-estar".

 

Essa técnica milenar chinesa tem ganhado reconhecimento no meio médico ocidental por sua capacidade de modulação da dor, atuando diretamente nas fontes de desconforto dos pacientes.

 

Além da acupuntura, a prática de exercícios físicos controlados é essencial para quem sofre com essa condição. Daval ressalta que "além da acupuntura atuar de forma modulatória no controle da dor, sabemos que a atividade física controlada, através de exercícios criteriosos, ajuda a melhorar essa condição de dor crônica da fibromialgia".

 

Segundo o fisioterapeuta, exercícios de baixo impacto, como hidroterapia e Pilates, especialmente quando realizados no final do dia ou no período noturno, podem melhorar significativamente a qualidade do sono dos pacientes, contribuindo para um controle mais efetivo da dor.

 

"A melhora da qualidade do sono, consequentemente, melhora a controlar a dor", destaca o especialista, enfatizando a importância de um tratamento holístico que considera não apenas a condição física, mas também o bem-estar geral do paciente.

 

O Fevereiro Roxo serve como um lembrete da necessidade de compreensão, apoio e acesso a tratamentos eficazes para aqueles que vivem com fibromialgia e outras condições crônicas sem cura.

 

Por meio da educação e da conscientização, é possível contribuir de maneira coletiva para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes, promovendo um futuro menos doloroso para todos aqueles afetados por estas condições. 

 



Instituto Pierin
Avenida Pedro Lessa, número 3097, no bairro do Embaré, em Santos
Telefone: (13) 99680-0960. Instagram: @institutopierin



“Precisamos falar sobre o assunto”: médico intensivista da Unimed Araxá destaca a importância do diálogo sobre o transplante de órgãos

 

Dr. Luiz Felipe de Ávila Daher, coordenador da UTI do Hospital Unimed Araxá, afirma que o ato é fundamental para oferecer uma segunda chance de vida a muitos pacientes

 

 

No Brasil, mais de 60 mil pessoas aguardam por um gesto de solidariedade que pode salvar vidas: o transplante de órgãos ou tecidos. Os números do Ministério da Saúde sobre a fila de espera destacam a urgência de pacientes com condições graves, como insuficiência hepática, renal ou cardíaca e que correm risco de vida.

 

Segundo o médico intensivista, Luiz Felipe de Ávila Daher, coordenador da UTI do Hospital Unimed Araxá e Conselheiro Administrativo da Unimed Araxá, a doação de órgãos é fundamental para oferecer uma segunda chance de vida a muitos pacientes. “O Brasil é o segundo maior transplantador de órgãos do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos, e possui o maior sistema público de transplantes do mundo. Em 2020, por exemplo, mesmo com a pandemia de Covid-19, foram realizados mais de 15 mil transplantes no país, sendo 6.447 de órgãos sólidos (rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas e intestino) e 8.690 de tecidos (córnea, pele, osso, tendão, válvula cardíaca e medula óssea). Esses números só foram possíveis graças à doação de 3.760 pessoas, sendo 2.700 falecidas e 1.060 vivas”, comenta o médico.


 

Legislação e recusa

 

Órgãos e tecidos podem ser captados de pessoas vivas, como rins, fragmentos do fígado ou pulmão, e, mais comumente, de pessoas que tiveram morte cerebral. A legislação brasileira estabelece critérios específicos para a doação.

 

Apesar dos avanços, a recusa familiar é um grande desafio. Em 2022, a taxa atingiu 47%, a maior em uma década. “A decisão cabe exclusivamente à família, destacando a importância de diálogos antecipados sobre a vontade de ser doador. As principais razões para a recusa são a falta de informação, desconhecimento da vontade do falecido, desconfiança no sistema de saúde e questões religiosas”, comenta Dr. Luiz Felipe.

 

Desmistificar alguns conceitos pode ser crucial para incentivar a doação de órgãos. “A doação é voluntária, gratuita e não traz benefício financeiro para o doador ou sua família. Além disso, a retirada dos órgãos é feita com cuidado, respeitando a aparência do corpo do doador, e a distribuição é justa e transparente, seguindo critérios técnicos e éticos”, explica.

 

A doação de órgãos é um procedimento seguro e regulamentado, seguindo normas e protocolos do Sistema Nacional de Transplantes. “É essencial falar sobre o assunto e, cada vez mais, informar a população sobre a importância desse gesto que salva vidas”, finaliza.



Epidemia de dengue sobrecarrega hospitais em todo o Brasil

Pneus abandonados são um dos criadouros do Aedes aegypti,
mosquito transmissor da dengue

Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista observa expressivo aumento nas queixas relacionadas à dengue no Pronto Atendimento
 

 

O Brasil enfrenta uma explosão de casos de dengue que resulta em sobrecarga nos serviços hospitalares em nível nacional. A Secretaria Estadual de Saúde reportou um aumento de 330% nas notificações relacionadas ao problema nas últimas sete semanas. Embora nem todos esses casos tenham sido confirmados, a suspeita requer atenção imediata e uma abordagem cuidadosa. O tratamento para casos de dengue envolve procedimentos específicos, como a administração de soro, realização de exames e monitoramento constante do paciente. Além disso, a sobrecarga é agravada pelos casos de síndrome gripal.

 

A complexidade desses atendimentos tem um impacto direto na dinâmica geral dos hospitais. Como consequência, há atrasos pontuais no atendimento. No entanto, a Santa Casa de Bragança Paulista dedica todos os esforços para minimizar esses impactos, garantindo que todos os pacientes, independentemente da razão de sua visita ao hospital, recebam a atenção necessária.

 

“A situação não se limita a Bragança Paulista, sendo uma realidade que afeta instituições públicas, privadas e filantrópicas em todo o país. Tanto o Ministério da Saúde quanto a Secretaria Estadual de Saúde estão mobilizados para lidar com esse cenário. O enfrentamento dessa demanda requer uma resposta conjunta e coordenada, e há um alinhamento eficaz entre as autoridades de saúde para lidar com a situação”, fala o Diretor Técnico do Complexo Hospitalar Santa Casa de Bragança Paulista, Dr. Filadelfo Gândara Martins Neto.

 

O Diretor ressalta ainda que, neste momento, é fundamental reconhecer o empenho das equipes de saúde que enfrentam uma pressão crescente. “Queremos destacar a importância de a população se envolver urgentemente na eliminação dos locais de reprodução do mosquito transmissor e adotar medidas preventivas, como o uso de repelentes. Podemos superar esses desafios juntos”, conclui.


Trabalho: Problemas no ombro estão entre as 10 principais causas de afastamento pelo INSS

Distúrbios do ombro são influenciados por fatores biomecânicos
 relacionados ao trabalho, como flexão ou abdução dos ombros
por tempo prolongado, postura estática ou com carga no
membro superior, ou vibrações
  
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Doenças do manguito rotador aparecem na 6ª posição do ranking, e outras lesões, em 10ª; SBCOC explica e dá orientações para prevenção

 

Articulação com o maior arco de movimento do corpo, o ombro figura em ranking dos dez principais problemas que mais resultaram em benefícios por incapacidade temporária (antigo auxílio-doença) concedidos no Brasil pelo INSS em 2023. Segundo dados do Ministério da Previdência Social, doenças do manguito rotador foram o 6º motivo que mais levou a afastamento de trabalhadores (35.267 benefícios).

 

O manguito rotador é um grupo de quatro unidades músculo-tendão, cuja função é a de estabilizar e propiciar os movimentos do ombro

 

“Normalmente, as pessoas que desenvolvem esse problema exercem atividade com sobrecarga repetitiva ou levantam peso excessivo, acima do ombro, por longos períodos, o que causa danos nos tendões do ombro”, explica o presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo (SBCOC), Carlos Henrique Ramos.

 

Além de dor no ombro, que pode piorar à noite ou ao submetê-lo à esforços, como levantar peso, outros sinais do problema são perda de força para executar simples tarefas, como se vestir ou pentear os cabelos, e inchaço aparente no ombro lesionado.

 

“Percebendo alguma situação anormal, é importante que se busque logo por uma avaliação com especialista em ombro e, sendo diagnosticada a síndrome do manguito rotador, tratamento conservador é indicado, com a prescrição de medicamentos para diminuir a dor, além de repouso”, fala o ortopedista.

“Quando os tratamentos não apresentam melhora significativa, é sugerida cirurgia”, completa.

 

 

Outras lesões

 

O ombro aparece mais uma vez no ranking das principais causas de afastamento do trabalho, na 10ª posição, com lesões não especificadas (28.320 registros).

 

“Os distúrbios do ombro são influenciados por fatores biomecânicos relacionados ao trabalho, como flexão ou abdução dos ombros por tempo prolongado, postura estática ou com carga no membro superior, ou vibrações”, pontua o presidente da SBCOC.

 

Prevenir as lesões que atingem o ombro é possível com ações tanto do trabalhador quanto do local de trabalho. “A prática de atividade física, como musculação, ajuda no fortalecimento e na promoção de maior estabilidade à região do ombro, mas é importante que os exercícios sejam feitos sob supervisão de um educador físico”, ressalta.

 

Já a empresa, a recomendação é que o empregador “realize um mapeamento de sobrecargas biomecânicas para controlar os fatores de risco relacionados aos membros da equipe e melhorar o desempenho dos seus funcionários”, conclui.

 

 

Sociedade Brasileira de Cirurgia do Ombro e Cotovelo - SBCOC

Obesidade infantil: Como identificar o sobrepeso e adaptações para uma vida mais saudável

Ao menos 15% das crianças brasileiras têm obesidade, de acordo com levatamento do IBGE 


De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 15% das crianças brasileiras com idade entre cinco e nove anos têm obesidade atualmente. Desse modo, observar os filhos, desde hábitos alimentares, preferências e estimular um ambiente saudável e com moderações, é essencial para promover a qualidade de vida dos pequenos.
 

Coordenadora de Nutrição e Dietética do São Cristóvão Saúde, Cintya Bassi ressalta os principais riscos de obesidade na infância: “Hipertensão e hipercolesterolemia, doenças já associadas à obesidade no adulto, além de resistência à insulina, têm sido cada vez mais frequentes em crianças. Outros fatores, como problemas ortopédicos, respiratórios e dermatites, também costumam se manifestar com maior frequência em crianças obesas”. 

Segundo a especialista, a maneira mais simples de avaliar o ganho de peso excessivo é através da observação dos pais e responsáveis. “Esse ganho de peso deve ser acompanhado de aumento de estatura e aceleração da idade óssea. Porém, quando o peso continua a aumentar e os outros fatores desaceleraram, é o momento de intervir.” Para isso, “o IMC (índice de massa corporal) é bastante eficaz para indicar o estado nutricional, lembrando que os parâmetros utilizados para crianças são diferentes dos que são utilizados para adultos”, complementa a especialista.

 

Educação alimentar, desde cedo

Hoje, devido ao grande número de crianças diagnosticadas como obesas, a preocupação dos pais deve iniciar durante a gestação, com a saúde da mãe, e seguir por toda a infância. “O aleitamento materno é um fator de proteção contra a obesidade; em contrapartida, o descontrole sobre a saciedade, que muitas vezes tem início com a insistência dos pais para que a criança ‘coma tudo’, mesmo demonstrando que está satisfeita, é um fator desencadeante do problema”, exemplifica Cintya. 

Desse modo, alguns hábitos saudáveis devem ser instituídos, como os seguintes, destacados pela nutricionista:

  • Realizar ao menos 5 refeições diárias;
  • Evitar sobrecarga em determinada refeição, especialmente no jantar;
  • Adaptar-se a uma variedade grande de alimentos e preparações;
  • Evitar líquidos calóricos e de baixo valor nutricional, como refrigerantes e bebidas açucaradas;
  • Oferecer lanches e refeições saudáveis para toda a família.

Além disso, Cintya Bassi finaliza com algumas ações práticas para adequação do cardápio infantil: “Substituir leites e derivados integrais pela versão semidesnatado; preferir queijos magros; garantir o consumo de hortaliças e frutas em todas as refeições; reduzir a porção de alimentos; evitar alimentos ricos em gordura, açúcares e de alto valor calórico; evitar fast food e incentivar a atividade física”.

 

Grupo São Cristóvão Saúde


Dia Mundial da Obesidade - Endocrinologista explica os graus de obesidade

Dra. Thais Mussi explica por que é importante buscar ajuda ao chegar ao sobrepeso, antes de se tornar obeso

 

O índice de massa corpórea (IMC) - definido pela divisão do peso do indivíduo (em quilogramas) dividido pelo quadrado da sua altura (em metros), ou seja, IMC= peso (kg)/altura (m)2 – é um cálculo que ajuda a classificar o grau de obesidade. 

“Um IMC entre 25,0 e 29,9 kg/m2 é considerado sobrepeso; entre 30,0 e 34,9 kg/m2 é considerado obesidade grau I; entre 35,0 e 39,9 kg/m2 é considerado obesidade grau II; e, para finalizar, IMC maior do que 40,0 kg/m2 é considerado obesidade grau III”, detalha Dra. Thais Mussi, endocrinologista e metabologista pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM).  

No entanto não basta contar com esse cálculo matemático. Para o diagnóstico de obesidade, os médicos analisam o histórico familiar do paciente, a evolução do peso, o índice de gordura corporal e até mesmo a circunferência abdominal. Além disso, solicitam exames de sangue. 

A principal característica para entender em qual grau de obesidade o paciente está é o IMC. No entanto, existem algumas características notáveis em todos os graus, mudando a intensidade e o risco de vida à medida que vai aumentando. A obesidade grau I, por exemplo, é muito mais leve - e menos perigosa - que a obesidade grau III”, alerta Thais.

 

O que caracteriza a obesidade? 

Falta de ar, dores no corpo, dermatites e infecções fúngicas, impotência e infertilidade, ansiedade, depressão, roncos noturnos e apneia do sono, manchas escuras na pele (principalmente nas axilas, pescoço e virilhas) e uma maior tendência a apresentar varizes e úlceras venosas são algumas das características de pessoas obesas. 

Para o tratamento da obesidade grau I, mais leve, indica-se acompanhamento de um nutricionista, para promover mudanças alimentares; prática de exercícios físicos; e, dependendo do quadro, medicação para ajudar no emagrecimento. 

Na obesidade grau II, o tratamento é praticamente o mesmo, no entanto, a cirurgia bariátrica já é vista como um caminho. 

No caso da obesidade grau III, que é a mais grave, o tratamento envolve vários profissionais, como nutricionista, endocrinologista, cardiologista e psicólogo. “O tratamento continua seguindo a mesma linha dos outros graus: dieta, rotina de exercícios físicos e medicamentos. A diferença, além da necessidade do envolvimento de vários profissionais, é que, na obesidade grau III, a cirurgia bariátrica é fortemente indicada, especialmente, para pacientes que não estão respondendo bem ao tratamento recomendado pelo profissional de saúde (dieta, prática de exercícios físicos e medicamentos)”, esclarece.

 

Sinais de alerta 

Para Dra. Thais, é importante se observar. “Entendemos que a maioria das pessoas não está satisfeita com seu próprio corpo, mas é fundamental se observar para entender quando o excesso de peso deixa de ser uma questão estética e passa a ser uma complicação de saúde”. 

Um dos pontos a observar é se a circunferência abdominal ultrapassa os 88 centímetros, no caso das mulheres; e, os 102 centímetros, no caso dos homens. O outro é estar atento se começar a perder roupas, sentir dores na coluna, transpirar muito, ter muitas noites de sono ruins ou sentir que precisa se esforçar muito para fazer caminhadas leves. 

“A obesidade é considerada uma doença crônica, ou seja, não tem cura e precisa de atenção constante no controle de peso. O estado de sobrepeso é outro sinal que merece atenção. Para reverter esse quadro é importante buscar ajuda médica, para entender qual o caminho a seguir. No geral, ajustes na alimentação e prática de exercícios físicos são as indicações para vencer o sobrepeso e ficar longe da obesidade”, indica a endocrinologista. 



DRA. THAIS MUSSI -Crm 27542-PR 118942-SP RQE 373 - Formada em medicina para Universidade do Vale do Itajaí (Univali); Residência em clínica médica pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Residência em endocrinologia e metabologia pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Membro titulado da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e Membro do Colégio Brasileiro de Medicina do Estilo de Vida (CBMEV); Pós-graduação em Nutróloga pela Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN); Médica integrante da C.A.S.A Sophie Deram- centro de aconselhamento em saúde alimentar. Especializacao em Mindfull Eating. Participação em diversos congressos internacionais voltados a Obesidade e Síndrome metabólica


Atividade física é aliada fundamental para a saúde endócrina

Exercício físico regular faz parte do pilar de tratamento da menopausa, osteoporose, diabetes e obesidade

 

Nos últimos anos, a atividade física se tornou coadjuvante e entrou no pilar da prevenção e manutenção da saúde, incluindo o sistema endocrinológico, responsável pela produção e regulação de hormônios e que desempenha um papel vital na manutenção do equilíbrio do corpo e mente.

 

Ao praticar exercício físico, o corpo libera endorfinas, substâncias químicas que atuam como analgésicos naturais e promovem uma sensação de bem-estar. Essa resposta hormonal positiva não apenas contribui para o alívio do estresse, mas também influencia diretamente a regulação hormonal.

 

Diabetes - Os dados (leia aqui) da Federação Internacional do Diabetes (IDF) apontam que o Brasil ocupa o 6º lugar entre os 10 principais países com adultos (20 a 79 anos) com diabetes em 2021 (e nas projeções para 2045); Somos o 3º país com maior prevalência de diabetes tipo 1 (92.300 pessoas), em pessoas abaixo dos 20 anos de idade, atrás apenas da Índia e Estados Unidos. A endocrinologista Dra. Lorena Lima Amato explica que a prática regular de atividades físicas melhora a metabolização da glicose.

 

Obesidade - Está ligada a disfunções endócrinas, incluindo resistência à insulina e desregulação hormonal. A atividade física não só auxilia na perda de peso, mas também atua como um mecanismo de prevenção, reduzindo os fatores de risco associados à obesidade.

 

Segundo a World Obesity Federation (leia aqui), a estimativa é de que um bilhão de pessoas em todo o mundo - incluindo 1 em cada 5 mulheres e 1 em cada 7 homens - viverão com obesidade até 2030.

 

Menopausa - A atividade física é uma grande aliada para minimizar os sintomas da menopausa e contribui para o controle de peso e metabolismo, que tendem a ficar prejudicados nessa fase de vida da mulher. Além disso, exercício físicos regulares no climatério e menopausa contribuem para o fortalecimento ósseo, para a melhora do humor, na redução do estresse e na saúde do coração, já que as mudanças hormonais na menopausa estão relacionadas a um aumento do risco cardiovascular.

 

Osteoporose – A musculação é muito importante para prevenir osteoporose, pois músculos fortes dão mais sustentação aos ossos. Caso a musculação não seja a prática favorita, a dica é intercalá-la com algum exercício que a pessoa considere prazeroso.

 

A especialista explica que a osteoporose é caracterizada por perda de massa e deterioração de qualidade óssea conforme vamos envelhecendo. De acordo com o IBGE (leia aqui), o número de pessoas com 65 anos ou mais de idade cresceu 57,4% em 12 anos. No Brasil, a projeção de expectativa de vida em 2025 é de 82,1 anos (leia aqui)”, conta Dra. Lorena.

 

“Diante desse panorama, incentivar a prática regular de exercícios torna-se uma responsabilidade coletiva. Os benefícios vão além da estética. Atividade física é sinônimo de saúde e qualidade de vida”, finaliza Dra. Lorena.

 



Dra. Lorena Lima Amato - A especialista é endocrinologista pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), com título da Sociedade Brasileira de Endocrinologia (SBEM), endocrinopediatra pela Sociedade Brasileira de Pediatria e doutora pela USP.
Site: https://endocrino.com/
Instagram: https://www.instagram.com/dra.lorenaendocrino/
www.amato.com.br


Março Amarelo- Mês Mundial da Conscientização da Endometriose


Especialista alerta as mulheres quanto a importância do diagnóstico da doença


O Março Amarelo começou. A Campanha Mundial, tem o objetivo de alertar as mulheres quanto a importância do diagnóstico desta enigmática doença que afeta 1 em cada 10 mulheres em idade reprodutiva.

De acordo com o ginecologista Dr Paulo Cossi, no mundo estima-se que 176 milhões de mulheres sofram de Endometriose. No Brasil mais de 6 milhões de mulheres.

O especialista explica que a endometriose é uma condição na qual o tecido que normalmente reveste o útero cresce fora da cavidade uterina. “A endometriose pode causar sintomas incapacitantes, como dor durante a menstruação (dismenorréia), dor pélvica não-menstrual e dor nas relações sexuais (dispareunia)”, diz Dr Paulo.

Outros sintomas incluem fluxo menstrual aumentado, dor pélvica crônica - que perdura por mais de seis meses, alterações do hábito intestinal, dor durante a menstruação, fadiga e infertilidade. “Estes sintomas podem ter impactos importantes na qualidade de vida destas mulheres”, afirma o especialista.

Geralmente a falta de conscientização por parte das mulheres e dos profissionais de saúde, encarando estes sintomas como normais, resultam em significante demora no diagnóstico e no tratamento. Do início dos sintomas até o diagnóstico leva-se em média de 7 a 10 anos.

“Falta ao trabalho, no ambiente domiciliar ou não, e também a perda de produtividade, são encaradas muitas vezes como “preguiça” pelos profissionais de saúde e pelas pessoas próximas às estas mulheres”, explica Dr Paulo.

Diagnóstico

Não há um exame de sangue capaz de diagnosticar a endometriose, de acordo com o ginecologista.

A Ultrassonografia transvaginal é a primeira modalidade no diagnóstico e, quando associada ao preparo intestinal prévio, tem alta acurácia - igual ou até superior da ressonância magnética. 

A Ultrassonografia-3D melhora o diagnóstico nos casos de adenomoise – que é a endometriose dentro do útero e nos casos de endometriose de vagina, uma das formas mais graves da doença.

 

Tratamento

“O tratamento pode ser realizado com medicamentos no intuito de suprimir as menstruações e melhorar os sintomas. As cirurgias podem ser indicadas em casos que necessite da remoção de lesões e/ou aderências, para melhora na dor e nos casos de infertilidade”, diz Dr Paulo.

Ainda segundo o ginecologista, a gravidez melhora os sintomas da endometriose, no entanto, não deve ser encarada como modo de tratamento.

“Se você tem algum destes sintomas e tem dúvidas quanto à possibilidade de ter endometriose, procure um médico que tenha “expertise” no diagnóstico e manejo desta enigmática doença. Faça exames em clínicas e serviços especializados na realização de exames pormenorizados, em particular, a Ultrassonografia transvaginal com preparo intestinal”, alerta o ginecologista.

O tratamento deve ser personalizado e discutido entre a paciente e seu médico assistente.

 

Dr. Paulo S. Cossi - Especialista em Ginecologia e Obstetrícia pela FEBRASGO. Especialista em Ultrassonografia pelo Colégio Brasileiro de Radiologia. Mestre em Ciências da Saúde pela Escola Paulista de Medicina – UNIFESP.

 

Dia Mundial de Doenças Raras - 29 de fevereiro

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Câncer infantil raro gera características masculinas adultas em crianças abaixo de cinco anos 

Carcinoma de adrenal, que aumenta a secreção de hormônios, tem maiores chances de cura com diagnóstico precoce, alerta o Hospital do GRAACC, centro de referência para o tratamento de tumores infantojuvenis


 Crescimento acelerado, aumento dos genitais, acne e pilificação (pelos em excesso pelo corpo, inclusive no púbis). Crianças com idade abaixo de cinco anos que manifestem esses sinais devem ser levadas o quanto antes para uma consulta pediátrica, uma vez que são sinais e sintomas que podem indicar a presença de câncer de adrenal, tumor infantil raro causado pela multiplicação descontrolada de células das glândulas adrenais. 

Localizadas acima dos rins, essas glândulas são responsáveis pela produção de hormônios. “Em 80% dos casos, o carcinoma de adrenal provoca secreção hormonal em excesso, o que leva à virilização, ou seja, o surgimento de características masculinas adultas nas crianças de ambos os sexos”, explica a dra. Natália Brenneken Duarte Ambar, oncologista pediátrica do Hospital do GRAACC, especialista em tumores pediátricos. 

É fundamental destacar a importância do diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura sobre a doença. Uma vez identificados os primeiros sinais e sintomas, o pediatra pode realizar a detecção do câncer de adrenal através de exames laboratoriais (dosagem hormonal) e de imagem (tomografia computadorizada e ressonância magnética), com confirmação por meio de estudo anatomopatológico (análise microscópica de tecidos retirados das glândulas adrenais). 

Centro médico de excelência, o Hospital do GRAACC destaca-se ao oferecer todos os recursos essenciais para o tratamento abrangente do câncer de adrenal, que requer intervenção cirúrgica, administração de drogas citotóxicas, realização de quimioterapia convencional e, quando indicado, aplicação de radioterapia. Essa abordagem abrangente e especializada, aliada a uma equipe multidisciplinar, assegura que os pacientes recebam cuidados completos, considerando as complexidades inerentes a este tipo raro de câncer pediátrico. 

De acordo com Ambar, todos os cânceres infantis podem ser considerados raros. “São definidas como doenças raras aquelas que afetam menos de 200 mil pessoas. Nos Estados Unidos, são diagnosticados anualmente 15 mil novos casos de câncer pediátrico. Já no Brasil, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) estima 7.930 casos novos de tumores infantojuvenis para cada ano do triênio 2023-2025, o que corresponde a um risco estimado de 134,81 por milhão de crianças e adolescentes”. 

Nesse contexto, o carcinoma de adrenal está entre os tumores pediátricos mais raros, e corresponde a apenas 0,2% dos cânceres infantis. Nos EUA, são esperados 25 novos casos desse tipo de câncer em crianças por ano. No Brasil, a incidência é 10-15 vezes maior do que a observada nos EUA. 

“Estudar uma neoplasia como essa é extremamente desafiador devido ao baixo número de pacientes, a predominância na população adolescente e a falta de ensaios clínicos”, afirma a médica do GRAACC. “A boa notícia é que esse tumor tem boas chances de cura, desde que diagnosticado precocemente, enquanto está pequeno e localizado, e seja completamente removido por intervenção cirúrgica”, pondera Ambar. “Pela raridade e complexidade da doença, se faz necessário tratamento em centro oncológico pediátrico especializado, como o Hospital do GRAACC, que tem total capacidade de diagnosticar e tratar esses pacientes”, observa.



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