Até outubro,
cobertura vacinal estava em 56,68% para as imunizações infantis, bem abaixo da
meta mínima de 90% a 95%
A pandemia do coronavírus trouxe diversos
agravantes quando falamos de saúde pública e um deles está relacionado a
imunização infantil, incluindo bebês prematuros. E, no contexto das ações do
novembro roxo, mês de sensibilização global para a causa da prematuridade, o debate
se faz ainda mais necessário.
Segundo os índices do Programa Nacional de
Imunização (PNI), até o início de outubro, a cobertura vacinal contra doenças
como sarampo, coqueluche, meningite e poliomielite, estava em 56,68%. A meta
mínima é entre 90% e 95%. Esses números reforçam uma preocupação que vem
crescendo desde o ano passado. Em 2019, pela primeira vez na história, nenhuma
vacina alcançou a meta mínima de imunização. Diante do Covid-19, o principal
motivo para essa queda é o medo de ir até o posto de saúde. Ainda sim, a
baixa percepção de risco da população sobre doenças erradicadas, a dificuldade
no acesso e desabastecimento dos postos de saúde também influenciam.
Nesse contexto, um recorte especialmente vulnerável
são os bebês prematuros, isto é, nascidos quando acontece antes de 37 semanas
de gestação. De acordo com Denise Leão Suguitani, fundadora e Diretora
Executiva da ONG Prematuridade.com, essas crianças devem receber todas as
vacinas do calendário do Ministério da Saúde, mas há também outras imunizações
essenciais para garantir que esses pequenos estejam protegidos contra infecções
potencialmente fatais.
“A situação como um todo precisa de atenção, mas se
tratando de prematuros o cuidado deve ser redobrado. Esses bebês são mais
vulneráveis, por isso é muito importante que o calendário vacinal seja seguido
à risca. Não vacinar o prematuro pode levá-lo à reinternação hospitalar e pode
ainda trazer graves e permanentes sequelas à sua saúde. É um quadro
gravíssimo”, destaca Denise.
Segundo a diretora da ONG, os prematuros possuem um
calendário de vacinação especial e contam com o apoio dos Centros de Referência
de Imunobiológicos Especiais (CRIEs), que são responsáveis por facilitar o
acesso da população na prevenção das doenças e imunização. “Entendemos a
questão do coronavírus e do distanciamento social, mas é preciso sensibilizar a
população de que a vacinação precisa continuar acontecendo. Não há negociação
quanto a isso e pais e profissionais de saúde devem estar conscientes disso”,
pondera.
ONG Prematuridade.com
A Associação Brasileira da Pais, Familiares, Amigos
e Cuidadores de Bebês Prematuros – ONG Prematuridade.com – nasceu em 2011 a
partir de um blog de experiência de mães e profissionais com a prematuridade e
suas consequências. Em pouco tempo, os conteúdos se tornaram cada vez mais
relevantes, ganharam espaço e surgiu o desejo de que o assunto fosse debatido
com urgência. Em novembro de 2014 foi fundada, por Denise Leão Suguitani, a ONG
Prematuridade.com, com sede em Porto Alegre (RS), a única organização a atuar
na causa em âmbito nacional.
O trabalho da ONG se baseia em ações dedicadas à
prevenção do parto prematuro, à educação continuada para profissionais de saúde
e à defesa de políticas públicas voltadas ao interesses das famílias de bebês
prematuros e dos profissionais que cuidam deles. Atualmente são cerca de 4 mil
famílias cadastradas, mais de 100 voluntários em 19 estados brasileiros e um
Conselho Científico Interdisciplinar de excelência. Mais informações: https://www.prematuridade.com/
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