Pesquisa Decisores da Amazônia mostra que
atividade com mais potencial é o turismo
A
preservação ambiental é condição fundamental para o desenvolvimento econômico
na avaliação de 86% dos dos brasileiros que vivem na Amazônia Legal, mostrou a
pesquisa Decisores da Amazônia, realizada pelo Ideia para o Instituto O Mundo
Que Queremos e o Instituto Clima e Sociedade.
De
acordo com o levantamento, os entrevistados acreditam que a preservação
ambiental é muito importante pois o crescimento e o desenvolvimento do país
também dependem do meio ambiente conservado. A constatação foi feita em todos
os municípios, independentemente das condições econômicas e de desmatamento.
O
percentual é semelhante ao dos entrevistados que acreditam que as atividades econômicas
estão de alguma forma ligadas à exploração de recurso naturais (80%), o que se
leva a crer que eles acreditam em uma exploração sustentável da região, daí a
importância de entendimento entre preservação e conservação da floresta.
Seguindo nessa linha, a pesquisa mostrou que a atividade econômica com maior
potencial para ser explorado na Amazônia é o turismo (oportunidade de lucro com
baixa necessidade de desmatamento), seguido do melhor uso do solo por meio da
pecuária com o objetivo de reduzir a pressão do desmatamento.
Do
outro lado, apenas 8% dos entrevistados acreditam que a preservação ambiental
interfere no crescimento econômico do país.
Ameaças e cuidados
A
pesquisa Decisores da Amazônia mostrou também que a floresta representa o maior
bem da humanidade para 66%, segundo os entrevistados, sendo a principal ameaça
à natureza atualmente o desmatamento das florestas (56%). Como ameaças, em
segundo lugar aparece a poluição das águas, rios e mares (12%) e, em terceiro,
o descarte inadequado, geração de lixo e de resíduos sólidos (11%).
De
acordo com metade da população da região, houve uma piora na situação do meio
ambiente nos últimos anos (35% acham que piorou um pouco e 21% acham que piorou
muito).
Para
23% deles, os cuidados com a produção e destino do lixo é a melhor ação que a
população pode tomar para melhorar o uso dos recurso naturais.
Quase
metade dos entrevistados afirmam ainda que a opinião da população não é levada
em consideração pelos políticos locais. Além disso, para 24% dos entrevistados
os governos estaduais, em primeiro lugar, e o governo federal, em segundo
lugar, são os responsáveis pela situação atual do meio ambiente. Já para 51%, o
cuidado com a floresta é responsabilidade de todos, mas as decisões sobre
futuro da Amazônia dizem respeito somente aos brasileiros (soberania).
Outro
ponto a ser levado em consideração é que a população avalia que a preocupação
dos ambientalistas com a conservação é mais positiva do que negativa (34%). Os
ambientalistas são o grupo com maior grau de confiança na região, à frente de
imprensa, políticos, líderes internacionais ou mesmo moradores de outras
regiões do país.
Necessidades
Na
Amazônia, as maiores demandas são saúde, educação e geração de emprego. A
primeira é apontada como a mais carente de atenção por parte da atual
administração municipal para 3 de cada 4 moradores da região.
Por
fim, vale citar que 1 em cada 5 entrevistados não receberam informações sobre o
desenvolvimento econômico da "floresta em pé" (77%). A Prefeitura
municipal foi citada como o call mais efetivo para receber informações a
respeito do desenvolvimento econômico com a floresta em pé (43%).
A Pesquisa
A
pesquisa foi realizada entre os dias 11 a 23 de outubro de 2020, com 1400
entrevistados. A margem de erro é de três pontos percentuais.
Um
dos critérios adotados para a escolha dos entrevistados foi a classificação dos
municípios a partir do desempenho registrado por eles no Relatório Imazon para
o Índice de Progresso Social (IPS) de 2018, bem como a condições destes
municípios diante dos registros referentes à taxa de desmatamento, sendo assim
definidas em três categorias: sem pressão (desmatamento acumulado menor que
5%), com pressão (desmatamento acumulado nos últimos 3 anos maior que 40 km²
ano) e já desmatados (desmatamento acumulado maior que 70%).
Nenhum comentário:
Postar um comentário