Pacientes em
período menstrual relatam desafios mensais. Aprenda a identificar as variações
hormonais e como lidar com cada fase
Todos os meses as mulheres passam por um período de
variação hormonal, a famosa e temida tensão pré-menstrual (TPM). O que muitas
pessoas desconhecem, no entanto, é que o estrogênio, a testosterona e a
progesterona agem em maior ou menor grau durante o mês inteiro no corpo
feminino. Esses hormônios influenciam o comportamento e podem até interferir na
performance profissional das mulheres, ainda mais, quando se trata de mulheres
que possuem uma doença chamada Miastenia Gravis. Esses sintomas nas pacientes
tornam-se mais acentuados causando muito desconforto e mal-estar.
Para ele, a preocupação com a saúde, bem-estar e
qualidade de vida das mulheres miastênicas deve ser constante. “Cada fase
destes 28 dias é um desafio, por isso, entender melhor o seu ciclo pode
contribuir para medicação assertiva e sintomas mais amenos. Nem todas as
pacientes de Miastenia Gravis apresentam esses sintomas tão acentuados”,
reforça Dr Estephan.
Segundo Dr Estephan, os sintomas podem variar de
mulher para mulher. Como miastênicas, dois dias antes de menstruar algumas
começam a sentir como se estivessem doentes. Relatam sensação de peso nas
pernas, a pele fica “devastada”, entre outros sintomas. Entretanto, como todos
esses sintomas surgem, eles vão embora depois de três dias e se repetem no mês
seguinte, ou não.
“Embora ainda não tenha sido comprovado,
acredita-se que essa piora ocorra na maior parte das mulheres com miastenia.
Isso acontece por conta do aumento dos níveis principalmente de progesterona,
mas também do estrogênio em menor importância”, afirma o Dr. Eduardo Estephan.
Essa explicação justifica porque a maioria dessas
miastênicas experimentam melhora dos sintomas a partir do 3º dia da
menstruação, quando os níveis de progesterona estão já bem mais baixos.
Estudos já foram realizados nas tentativas de
ministrar anticoncepcionais para impedir que as pacientes miastênicas
menstruassem a fim de amenizar os sintomas. Porém, os resultados não foram
positivos, nem eficazes. No entanto, quando há muito incomodo no período é
importante procurar atendimento médico especializado. Conforme destaca o Dr.
Estephan, pode-se aumentar a dose da piridostigmina - medicação para os
sintomas da miastenia - durante o período mais crítico. Com doses maiores da
medicação há uma compensação, ao menos em parte, dos efeitos das mudanças
hormonais da menstruação.
Segundo estudos:
Pesquisadores conduziram um estudo na Universidade
Hebraica de Israel para averiguar o assunto. Eles verificaram que
aproximadamente 2/3 das mulheres que menstruam experimentam piora dos sintomas
miastênicos 2 a 3 dias antes do início do sangramento.
Essa piora persiste até o 3º dia de sangramento em pelo menos 50% dos casos. E
em praticamente 20% a piora é suficientemente importante para que seja
necessário aumentar a dose da piridostigmina.Esse estudo contou com a
participação de 42 mulheres, com a doença generalizada e que não estavam na
menopausa. Os resultados foram os seguintes:
- 28 pacientes (67%) relataram exacerbação dos
sintomas da Miastenia Gravis 2 a 3 dias antes do período menstrual.
- 22 dessas pacientes continuaram com sintomas
exacerbados até o terceiro dia do ciclo menstrual.
- 9 dessas pacientes precisaram aumentar a
ingestão de piridostigmina nos dias anteriores à menstruação, em razão do
agravamento clínico.
Além disso, diferentes tratamentos da Miastenia
Gravis, assim como contraceptivos orais, não influenciam o quadro clínico.
Dependendo da intensidade da exacerbação pode levar a mudanças no tratamento,
conforme critério do médico especialista.
‘’Portanto, se você é mulher tem Miastenia Gravis e se sente pior às vésperas
de menstruar, você não está sozinha e nem significa que algo está fora do
previsto. É importante manter seu médico informado desses acontecimentos.
Juntos, é possível bolar a melhor estratégia para lidar com esses efeitos da
menstruação, com aumento de medicação ou repouso programado, por exemplo”,
finaliza Dr Esthephan.
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