Soriso Venko Carlos Herton |
Ignorado por quase metade da população brasileira, seu uso é importante para se evitar a gengivite, doença que acomete nove em cada dez brasileiros
Segundo dados da Sociedade Brasileira de
Periodontologia (Sobrape), nove a cada dez brasileiros são acometidos pela
gengivite, uma inflamação na gengiva. A doença tem tudo a ver com a falta de
higiene da boca, que não deve se resumir a escovação, mas incluir também o uso
regular do fio dental. É ele que faz o contorno anatômico dos dentes,
alcançando locais onde a escova não chega e tirando de lá os resíduos.
O problema é que, de acordo com informações do
Conselho Federal de Odontologia (CFO), apenas 57% dos brasileiros declaram usar
o fio dental diariamente para a limpeza dos dentes. Essa é uma realidade com a
qual os dentistas se deparam diariamente, diz a cirurgiã dentista Carla
Rockenbach. “As pessoas ainda encontram resistência diante do fio dental, seja
por falta de tempo ou acesso financeiro ao produto”, diz;
A profissional alerta para a forma correta do uso,
pois é comum dúvidas se ele deve ser utilizado antes ou depois da escovação. “O
ideal é que a limpeza com o fio dental seja feita antes da escovação, e não o
contrário, pois você retira a sujeira que a escova não consegue eliminar e traz
ela para a flora da boca. A escovação vem em seguida como finalizador, nos
dentes, gengiva, bochecha e língua”.
Existem dois tipos de fio dental: o de nylon
(multifilamento) e o fio PTFE (monofliamento). No mercado é possível encontrar
variações enceradas ou não, com sabores, além de uma infinidade de preços.
"Como são de espessuras diferentes, é importante verificar a estrutura da
boca, se os dentes são muito juntinhos", explica a dentista.
Ela lembra ainda que o fio dental pode servir de
alerta para o paciente, caso a gengiva sangre com sua utilização. “É preciso
ficar atento, pois pode se tratar de uma gengivite - estágio inicial para a
doença periodontal”, diz. Nessa hora, o dentista deve se procurado, mas Carla
lembra que o ideal é não esperar uma emergência para se ir ao consultório. O
ideal é que as pessoas façam consultas de rotina duas vezes por ano.
“Além das cáries e problemas periodontais,
que afetam gengivas e ossos, existem doenças graves como câncer de boca que
pode ser pré-diagnosticado pelo odontólogo, além de infecções bacterianas que
podem atingir a corrente sanguínea e chegar ao coração”, detalha.
Para quem almeja a beleza do sorriso, a dentista lembra também que ter uma boca saudável é o primeiro passo para um tratamento estético bem sucedido e rápido. “Um paciente que precisa colocar aparelho ou deseja melhorar o sorriso com facetas, obrigatoriamente vai passar por exames para constatar a ausência de cáries e caso elas existam, elas precisam ser tratadas antes dos procedimentos estéticos”.
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