Data é comemorada em 29 de novembro e eleva a atenção para o maior felino das Américas
Criado a partir da Portaria do Ministério do Meio
Ambiente (MMA) número 8, de 16 de outubro de 2018, o Dia Nacional da
Onça-Pintada, celebrado em 29 de novembro, foi estabelecido para chamar a
atenção para a espécie. A data é importante para relembrar os brasileiros da
importância da preservação do animal, que é um dos símbolos da fauna do Brasil,
país que abriga cerca de 50% das populações de onças-pintadas ainda existentes.
Maior felino das Américas e terceiro maior felino do mundo, atrás apenas do
tigre (Panthera tigris) e do leão (Panthera leo), a onça-pintada (Panthera
onca) é considerada “quase ameaçada” pela IUCN (União Internacional para a
Conservação da Natureza). Atualmente, a espécie sobrevive graças a iniciativas
de preservação realizadas por projetos como o Onçafari, que atua no estudo e
conservação do animal.
Dia Nacional da Onça-Pintada foi estabelecido para chamar a atenção para a espécie
Onçafari
O Onçafari, desde 2011, conta uma base dedica à espécie, localizada no Refúgio Ecológico Caiman, no Pantanal sul-mato-grossense. “No local, realizamos a coleta de dados e compilamos informações que levam ao melhor entendimento do comportamento das onças-pintadas, assim como a descoberta de melhores estratégias para a conservação do felino. Essas informações nos permitem entender suas áreas de vida, territórios e hábitos”, explica Mario Haberfeld, fundador do Onçafari.
Mais um destaque é a reintrodução na natureza de grandes felinos que o Onçafari promove desde 2014. O primeiro caso de sucesso foi o das irmãs Isa e Fera, onças-pintadas que perderam a mãe ainda filhotes e foram reintroduzidas no Pantanal. Em 2016, o projeto recebeu, na Amazônia, as irmãs Pandora e Vivara com poucos dias de vida. Após o trabalho desenvolvido com os animais, aconteceu a soltura na natureza. Em 2019, o Jatobazinho foi recebido pelo Onçafari e no momento passa pelo processo de reintrodução na Argentina.
Ameaças
A fragmentação de habitats e a perda de áreas de floresta em razão da ação
humana são as principais ameaças às onças-pintadas. Áreas desmatadas para a
produção agropecuária e a expansão de cidades diminuem as áreas de vida desses
predadores, diminuindo também a disponibilidade de presas naturais.
Outra ameaça a esses felinos é a caça. Antigamente, as onças eram mortas para a
retirada e venda de sua pele como item de decoração. Na década de 1960, cerca
de 15 mil peles de onça-pintada eram exportadas por ano. Durante esse período,
as populações reduziram drasticamente. Apesar de hoje a comercialização de
peles ser proibida, as onças continuam sendo mortas por caçadores.
“Com o trabalho desenvolvido no Refúgio Ecológico Caiman, entendemos que a
educação ambiental e a pesquisa científica, aliadas ao ecoturismo, são uma das
principais e mais poderosas ferramentas para reverter o avanço das ameaças. O
ecoturismo responsável também é um dos pilares do Onçafari. Além de gerar renda
para família inteiras na região, os encontros do público com os animais
permitem que os visitantes aprendam mais sobre as espécies, para que saibam da
importância desses animais na natureza e se envolvam em seu processo de
proteção”, ressalta Haberfeld.
Curiosidades
Considerada um predador do topo da cadeia, a onça-pintada reina absoluta
nos ambientes onde vive, alimentando-se desde pequenos tatus e cutias até
jacarés e antas. A espécie controla populações de presas e é de extrema
importância no equilíbrio dos ecossistemas onde está inserida. São carnívoras
estritas, ou seja, alimentam-se exclusivamente de carne.
Maior felino das Américas, a onça-pintada (Panthera onca) é considerada “quase ameaçada” pela IUCN
Onçafari
Os indivíduos possuem uma coloração amarelo-dourada e pintas na cabeça, patas e pescoço. No resto do corpo, têm rosetas com pintas no interior (uma das características que os distinguem dos leopardos), conferindo uma camuflagem quando está no interior da mata. O padrão de pintas é único para cada animal. Cada onça-pintada possui uma malha diferente de rosetas, funcionando como uma espécie de “impressão digital”.
São animais grandes e musculosos, com peso e tamanho variando de acordo com o ambiente. Em média, pesam entre 65 e 100 kg. Entretanto, já foram registrados no Pantanal machos com mais de 148 kg.
Taxonomia
Classe: Mammalia
Ordem: Carnivora
Família: Felidae
Gênero: Panthera
Espécie: Panthera onca
Nome comum: Onça-pintada, Jaguar, Jaguaretê
Sobre o Onçafari
O Onçafari atua no Pantanal, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica com o
objetivo de promover a conservação do meio ambiente e contribuir com o desenvolvimento
socioeconômico das regiões em que está inserido por meio do ecoturismo e de
estudos científicos. O projeto é focado na preservação da biodiversidade em diversos biomas brasileiros, com
ênfase em onças-pintadas e lobos-guarás.
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