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Diagnóstico precoce de melanoma é fundamental para tratamento
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Guarda-sol comum oferece proteção de, no máximo, FPS 7
Mais comum em pessoas acima de 40
anos, o câncer de pele pode surgir devido ao excesso de exposição ao sol, mas
também por fatores genéticos. Em muitos casos, tanto o câncer de pele não
melanoma (carcinomas basocelulares e espinocelulares) quanto o melanoma
apresentam fator genético envolvido na sua patogênese. Dessa forma, quem tem
história familiar de câncer de pele pode ter maior risco de desenvolvê-lo.
Há diversos tipos de câncer de pele,
porém, os três mais comuns no Brasil são: carcinoma basocelular, carcinoma
espinocelular e melanoma, sendo esse último o mais grave, com risco de
desenvolver metástase e podendo levar o paciente a óbito.
- Carcinoma
basocelular: o mais comum, cerca de 80% dos
casos, pode ser mais agressivo localmente, porém - normalmente - apresenta
uma evolução mais lenta. Pode-se apresentar como uma pinta, mancha, nódulo
ou ferida na pele.
- Carcinoma
espinocelular: com origem na camada mais
superficial da pele também pode aparecer em mucosas e até em áreas de
cicatrização prolongada, como uma ferida que nunca fecha. Mais comum
surgir nas áreas do corpo que ficam mais expostas ao sol, como rosto,
orelhas, lábios, pescoço e dorso da mão. Às vezes, pode até ser necessário
radioterapia no complemento do tratamento.
- Melanoma: É o menos frequente, representa 3% dos cânceres de pele no Brasil, porém, é o mais agressivo, com risco de
metástase. O prognóstico pode ser bom se descoberto na fase inicial.
Devido aos novos medicamentos e a detecção precoce da doença, houve uma
melhora na sobrevida desses pacientes nos últimos anos.
O
cirurgião plástico e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Plástica, Dr. Fernando Amato, orienta que se deve procurar um médico
especialista quando encontrar as seguintes alterações em uma lesão ou pinta
suspeita, método conhecido como ABCDE:
A – Assimetria: quando uma parte da lesão é diferente da
outra
B – Borda: irregularidades no contorno
C – Cor: cores diferentes na mesma pinta ou lesão
D – Diâmetro: quando for maior de 6 milímetros
E – Evolução: perceber se a lesão apresenta crescimento,
muda de formato ou cor
“Feridas que não cicatrizam depois de
três semanas ou que sangram facilmente também devem ser investigadas”, alerta
Dr Amato.
Normalmente, o dermatologista é quem
faz a suspeita do diagnóstico pela dermatoscopia, exame realizado com lente de
aumento. Sendo necessário o estudo anatomopatológico para definição do
diagnóstico.
Dependendo do local onde está a lesão,
no caso de regiões do corpo mais delicadas e expostas, como a face, por
exemplo, o paciente é encaminhado para o cirurgião plástico, que faz a remoção
e reconstrução se necessário.
“Todo material retirado do paciente
deve ser enviado para estudo anatomopatológico (biópsia), e dependendo do
resultado, pode ser necessário outros procedimentos como por exemplo no
melanoma, em que é necessário a retirada de toda lesão para se definir a
necessidade ou não de cirurgia nos linfonódos (gânglios). Depois que é feito o
estadiamento da doença, ou seja, identificado até onde ela avançou, pode ser
necessário o envolvimento de outros especialistas, como o oncologista para dar
seguimento no tratamento”, explica o Dr. Fernando Amato.
Dermatologista orienta sobre
quantidade adequada do protetor solar
Os raios ultravioletas (UVA e UVB,
responsáveis pelo aumento do risco de câncer de pele, estão presentes ao longo
do dia. A médica dermatologista Dra. Luciana Malzoni Langhi, da equipe do Dr.
Fernando Amato, explica que o raio UVA, mais relacionados ao fotoenvelhecimento
(surgimento de manchas e rugas), está presente de forma continua durante o dia,
enquanto o raio UVB, mais relacionado ao câncer de pele, tem sua concentração
maior entre 10 e 16 horas. “No entanto, ele também está presente ao longo dos
outros períodos do dia, embora em menor quantidade”, conta a especialista.
Evitar o sol nesses horários não é a
única forma de se prevenir o câncer de pele. A melhor prevenção é o uso correto
de filtro solar, ao longo do dia, associado a proteções físicas como roupas e
chapéus.
A Dra. Luciana lista algumas dicas que
contribuem muito para a prevenção do câncer de pele:
- Usar filtro solar diariamente, mesmo que em dias nublados, e reaplicá-lo a cada duas ou
três horas ou antes se houver suor excessivo e atividades em água.
- Recomenda-se aplicar protetor na quantidade que corresponde aproximadamente a 1 colher de chá para rosto,
pescoço e couro cabeludo; 1 colher de chá para a parte da frente do tronco
e 1 colher de chá para a parte de trás do tronco; 1 colher de chá para
cada braço; 1 colher de chá para a parte da frente de cada perna e 1
colher de chá para a parte de trás de cada perna.
- Aplicar filtro solar adequado ao seu fototipo - pessoas de fototipo 1 ou 2 (pele clara, olhos claros, que
sempre se queimam e nunca se bronzeiam) precisam de uma fotoproteção de no
mínimo FPS 50; pessoas de fototipo 3 ou 4 (pele clara e cabelos castanhos
ou pele mais morena e cabelos castanhos, que se bronzeiam e nem sempre se
queimam) necessitam de fotoproteção entre FPS 30-50 e pessoas de fototipo
5 e 6 (peles morenas mais escuras e negras) apresentam fotoproteção eficiente
com FPS 30. Lembrando que esses fatores são suficientes desde que se
aplique o filtro em quantidades adequadas.
- Aplicar filtro solar mesmo embaixo do guarda-sol, pois o guarda-sol comum oferece uma proteção de no máximo
FPS 7, de modo que só ele não é suficiente para proteger a pele dos danos
solares.
- Não usar o mesmo filtro solar por vários verões, pois os componentes se deterioram com o tempo, perdendo o
seu efeito de proteção.
- Evitar ao máximo queimaduras solares durante a infância. Um dos fatores de risco para o desenvolvimento de melanoma
é a ocorrência de queimaduras solares importantes, principalmente com
formações de bolhas, portanto, é essencial a proteção solar adequada das
crianças quando expostas ao sol.
- Não esquecer de aplicar o filtro solar em áreas mais
escondidas ou periféricas, como axilas,
pescoço, orelhas, região inguinal, cotovelos e pés.
Dr. Fernando C. M. Amato – Graduação, Cirurgia Geral, Cirurgia Plástica e Mestrado pela Escola Paulista de Medicina (UNIFESP). Membro Titular pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, membro da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS) e da Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos (ASPS).
https://www.instagram.com/meu.plastico.pro/
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