A previsão é que
sejam vacinados 4,6 milhões de animais somente no estado de São Paulo
Termina na próxima segunda-feira, 30/11, a segunda
etapa da vacinação contra a febre aftosa. A meta é imunizar cerca de 70 milhões
de bovinos e bubalinos, de até dois anos de idade, conforme prevê o Calendário
Nacional de Vacinação 2020 para a maioria dos estados brasileiros. Em São
Paulo, a expectativa é que 4,6 milhões de animais sejam vacinados, de acordo com
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado.
Tão importante quanto a vacina é o preenchimento e
envio da declaração de vacinação dentro dos prazos estipulados. É o que informa
o médico-veterinário Odemilson Mossero, vice-presidente do Conselho Regional de
Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).
“O produtor deve ficar atento à data (07/12) em que
se encerra o prazo para a entrega da declaração da vacinação ao escritório de
Defesa Agropecuária da Secretaria da Agricultura”, diz Mossero, que também é
presidente da Comissão Técnica de Saúde Animal do CRMV-SP.
Ele ressalta que, com esse registro, o produtor
poderá cumprir com os compromissos sanitários junto ao órgão de defesa
sanitária animal de seu Estado. Em São Paulo, as declarações devem ser
realizadas preferencialmente por meio do sistema informatizado Gestão de Defesa
Animal e Vegetal (www.gedave.sp.gov.br).
Uma ferramenta a ser valorizada
Para o médico-veterinário Fábio Alexandre Paarmann,
membro da Comissão Técnica de Saúde Animal do CRMV-SP, a imunização é a
principal ferramenta para evitar a presença da doença nos rebanhos bovinos e
bubalinos. “Foi com a aplicação da vacina que pudemos acabar com a doença no
território nacional e nos estabelecermos como País livre de febre aftosa.”
Paarmann explica que esse avanço também permitiu ao
Brasil derrubar barreiras sanitárias contra nossos produtos e, assim, ampliar
as vendas de animais e subprodutos para diversos países.
Mossero reitera a eficácia da vacinação e o avanço
do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa, iniciado em 1992. “As
condutas para a imunização visam evitar o risco uma reintrodução dessa doença
tão séria e tão devastadora para a sociedade, para economia e para a saúde
animal”, afirma.
No momento, são considerados livres da febre aftosa
sem vacinação os estados do Acre, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia e Santa
Catarina, além de regiões do Amazonas e de Mato Grosso.
Como agir em caso de suspeita da doença
Diante de uma suspeita de animal infectado pela
febre aftosa, os médicos-veterinários responsáveis devem avaliar o rebanho,
colher amostras para testes laboratoriais e fazer uma investigação sobre os
prováveis meios de entrada da doença e os pontos de risco para o seu
espalhamento.
“As amostras seguem ao laboratório pelo meio mais
rápido possível e a análise dos materiais é tratada com prioridade para que
todos recebam a resposta no tempo mais curto possível”, diz Paarmann.
Segundo Mossero, qualquer suspeita de enfermidade
vesicular também deve ser apurada. “Bolhas na língua e boca do animal, nos
espaços interdigitais e no ubre, no caso das fêmeas, podem ser sinais de doença
vesicular, entre elas a febre aftosa”, lembra.
O alerta aos médicos-veterinários é que estejam
atentos a esses sinais e que orientem tratadores e produtores. “Lembrando que a
notificação é obrigatória para que se possa identificar a doença que está
acometendo o rebanho na propriedade”, enfatiza Mossero.
O compromisso do médico-veterinário
Ainda sobre o papel dos médicos-veterinários,
Paarmann reforça que a atuação dos profissionais é crucial para a vigilância
desta e de outras doenças. “Diante de uma suspeita de doença contagiosa, o
médico-veterinário deve entrar em contato com as autoridades para que as ações
necessárias sejam adotadas o mais breve possível.”
Para Mossero, esse cuidado reflete o bom resultado
que o estado de São Paulo está obtendo em relação à defesa sanitária animal. “A
notificação não pode ser omitida para que possamos controlar, erradicar e atuar
em situações emergenciais sempre que for necessário. O fato de o Estado não ter
registro da doença há 24 anos não significa que podemos ficar desatentos”,
conclui o médico-veterinário.
Primeira etapa teve cobertura superior a 97% do
rebanho
Dados parciais da primeira etapa de vacinação,
divulgados em setembro, mostraram que a cobertura vacinal estava em 97,81% do
rebanho de bovinos e bubalinos de todas as idades naquele mês.
Esse percentual corresponde à imunização de 166
milhões de animais, segundo informações da Divisão de Febre Aftosa da
Secretaria de Defesa Agropecuária, do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa).
A pasta também informou que a retirada da vacina
contra a febre aftosa, prevista para 2021, foi suspensa em decorrência da
pandemia de Covid-19, que prejudicou o andamento de todas as ações e medidas
que estavam em execução nos Estados brasileiros.
Sobre o CRMV-SP
O CRMV-SP tem como missão promover a Medicina Veterinária e a Zootecnia, por
meio da orientação, normatização e fiscalização do exercício profissional em
prol da saúde pública, animal e ambiental, zelando pela ética. É o órgão de
fiscalização do exercício profissional dos médicos-veterinários e zootecnistas
no estado de São Paulo, com mais de 42 mil profissionais ativos. Além disso,
assessora os governos da União, estados e municípios nos assuntos relacionados
às profissões por ele representadas.
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