Você já parou para pensar por que sente atração por determinadas pessoas e por outras não? Afinal, por que quero estar com José e não com João? Ou por que prefiro a Maria e não a Ana? O interesse em um indivíduo depende de muitos fatores, que podem ir desde questões biológicas até as sociais. Sendo assim, as razões pelas quais achamos alguém atraente podem ser confusas para todos os envolvidos. Se fizermos uma retrospectiva de nossas vidas, é possível perceber que nos atraímos, na maioria das vezes, por características semelhantes.
No entanto, isso não ocorre apenas
por coincidência. O deslumbramento, muitas vezes, pode ser explicado pelos
nossos padrões de experiências na vida - e isso pode ser traçado desde a
primeira infância. Isso porque relacionamos nossas memórias com as pessoas que
encontramos no presente. Dessa forma, pensamos na atração como algo que vem do
coração, mas na realidade o cérebro que é o responsável por determinar o nosso
interesse ao processar todos os sentidos envolvidos durante a nossa vivência,
até chegar o momento em que ficamos encantados.
Dentro deste processo, é a partir do
aspecto visual que tudo se inicia. Quando nossos olhos se deparam com algo
agradável, nosso instinto busca a aproximação para que os demais sentidos
possam "investigar" também. Em seguida, o nariz desempenha uma função
muito importante, ao captar sinais conhecidos como feromônios. São essas
substâncias químicas secretadas pelo corpo que permitem a comunicação com
outros indivíduos de uma mesma espécie.
A serotonina, neurotransmissor
presente no organismo responsável pela regulação do nosso humor, também é
liberada quando nos deparamos com alguém que nos atrai. Para se ter uma ideia,
estudos indicam que a serotonina é tão poderosa neste sentido, que podemos
pensar na pessoa desejada por até 65% do nosso dia. Não à toa, é conhecida por
aí como um dos "hormônios da felicidade".
Além disso, a dopamina também surge
em peso no começo de uma paixão. Isso porque o sentimento é impulsionado pelos
mesmos mecanismos que controlam a sensação de recompensa, o que pode explicar a
"fase de lua de mel" e o porquê que do começo de namoro ser tão estimulante.
Entretanto, o processo de atração
também pode ser mais emoção e menos química. Sendo assim, podemos nos sentir
emocionalmente atraídos por alguém, pelos sentimentos que essa pessoa nos
desperta e pelo que nos faz sentir. Contudo, mais cedo ou mais tarde, é
inevitável a entrada de todo processo químico.
Existe ainda a tendência de nos
sentirmos atraídos por pessoas semelhantes a nós em termos de atitudes e
valores. Existem diversas variáveis que influenciam nesse processo, mas também
é comum um interesse maior em pessoas geograficamente próximas e que nos
lembram os nossos pais.
A atração pelo próximo, então, é um
conjunto de fatores que se interligam e isto somente nos mostra como tudo no
ser humano é complexo. Se formos analisar pelo ponto de vista psicológico,
sabemos que a construção do interesse depende de experiências presenciadas em
nossas vidas. Por essa razão, é necessário atentar-se para não sabotar suas
escolhas. Essa análise é fundamental, pois é possível identificar se há
interesse somente por determinados padrões que ferem e magoam.
Por isso, caso perceba que está
envolvido emocionalmente apenas por pessoas que lhe causam mais sofrimento do
que felicidade, não hesite em procurar ajuda profissional. Aqui, o papel do
psicólogo pode ser fundamental para ajudá-lo a encontrar a melhor maneira de
ressignificar memórias e buscar relações mais saudáveis e felizes!
Flavia Romano - psicóloga da Telavita, clínica
de psicoterapia online, e possui mais de 15 anos de experiência na área clínica
Nenhum comentário:
Postar um comentário