Segundo levantamento do Trata Brasil,
moradores de locais sem acesso a saneamento estão mais vulneráveis a doenças
como diarreias e verminoses
Moradores de locais sem acesso a
saneamento estão mais vulneráveis a doenças comuns, como diarreias, verminoses,
hepatite A, leptospirose e esquistossomose. A constatação, que não é uma
novidade, faz parte de um novo levantamento do Instituto Trata Brasil,
divulgado nesta semana.
Com isso, a falta de serviços
básicos, como água tratada e coleta de esgoto, tem impacto na saúde pública do
país. Segundo o Trata Brasil, apenas com essas enfermidades, o Brasil gastou R$
1,1 bilhão com internações entre 2010 e 2017, o que representa uma média anual
de R$ 137,5 milhões.
Segundo o presidente do Instituto
Trata Brasil, Édison Carlos, centenas de prefeitos ainda não se deram conta que
muito dos gastos que as prefeituras têm com saúde pública poderiam ter sido
resolvidos construindo redes de água e de coleta de tratamento de esgoto.
“O Brasil tem aproximadamente 100
milhões de pessoas que não tem acesso a coleta de esgoto. Então, é uma
infraestrutura muito atrasada, metade do país praticamente não tem. A gente já
sabe, historicamente, que lugares onde o saneamento básico não chegou ainda, as
pessoas adoecem mais. E a gente não pode adiar mais esta infraestrutura”,
disse.
De acordo com o presidente do Trata
Brasil, por quase 20 anos se discutiu no país o melhor modelo para o setor. Ele
ressalta que a política municipal de saneamento representou um avanço, mas que
o dispositivo ainda não é adotado pelas cidades como previsto na lei.
“O correto é: quando a gente tem uma
residência, um apartamento, na rua tem que ter uma rede de água potável, uma
tubulação que leve água potável para a sua casa e uma outra tubulação para
retirar o esgoto das casas. Esta é a rede de coleta de esgoto. Esta rede de
coleta tem que estar ligada a uma estação de tratamento para o esgoto ser
coletado e depois tratado e aí a água poder ser devolvida à natureza para
continuar com o seu ciclo. Isso é o que uma cidade normal deveria ter”,
ponderou.
O “Painel Saneamento Brasil”, lançado
pelo Trata Brasil, traz indicadores de cidades com mais de 50 mil habitantes.
No momento, estão contemplados os 200
maiores municípios do Brasil. Até 2020, a meta é chegar a 839 cidades, o que
representa cerca de 70% da população do país. A plataforma permite que qualquer
pessoa tenha acesso fácil a indicadores de saneamento ligados a saúde e renda,
educação, valorização imobiliária e impactos ao turismo, por exemplo. Para mais
informações, acesse painelsaneamento.org.br.
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