Em
março, o Ministério da Saúde apontou um crescimento de 264% dos casos de dengue
no Brasil em 2019. Em Minas Gerais, 248 cidades apresentam uma incidência alta
ou muito alta da enfermidade, o que configura um quadro de epidemia, segundo o
decreto de emergência editado e divulgado pelo Governo do Estado. No estado, já
foram registrados 14 mortes e mais de 140 mil casos de dengue desde o início
desse ano, e cerca de outros 57 óbitos estão sendo investigados. A capital
mineira concentra 45% do total de registros e 50% das mortes no estado.
Com
este contexto, as pessoas começam a se questionar. Não existe uma vacina para
evitar a dengue? De que maneira posso evitar a doença? Para sanar estas e
outras dúvidas, a infectologista da clínica de vacinação Maximune, Cláudia
Murta, aponta as principais características, sintomas, formas de prevenção e
tratamento da doença. A médica, que também é membro da Sociedade Brasileira de
Infectologia e da Sociedade Brasileira de Imunizações, irá explicar quem pode
tomar a vacina e quais são suas contraindicações.
Tida
como um dos problemas mais sérios e complexos da saúde pública mundial, a
dengue pode ser definida como uma doença infecciosa, que é transmitida por meio
da picada do mosquito Aedes aegypti e apresenta um maior número de casos
em áreas tropicais e subtropicais. Geralmente, suas epidemias ocorrem no verão,
ao longo ou logo depois dos períodos de chuva.
Murta
explica que existem duas formas de dengue, a clássica e a hemorrágica. Em sua
forma tradicional, a doença pode causar febre alta, dores na cabeça, nas costas
e articulações, incômodo na região atrás dos olhos e manchas vermelhas no
corpo. “Podendo ser identificada em crianças e adultos, essa variação da dengue
dificilmente gera óbitos. A febre pode durar cerca de cinco dias, com uma
melhora gradual dos sintomas em torno de dez dias”, ressalta.
Já
a dengue hemorrágica é a configuração mais agressiva da doença, pois, além de
ocasionar os sintomas comuns, pode haver dor abdominal e surgimento de
sangramentos no nariz, boca e urina, e a queda da pressão arterial. Caso não
seja tratada, pode levar a morte do paciente.
Segundo
a infectologista, a dengue possui quatro variações de sorotipos: DEN-1, DEN-2,
DEN-3 e DEN-4, que causam os mesmos sintomas. “No entanto, cada vez que uma
pessoa é infectada por um tipo do vírus, não pode mais ser contaminado por ele,
ou seja, uma pessoa pode ter dengue somente quatro vezes durante a vida”,
salienta.
Para
se prevenir a diseminação da doença, Cláudia Murta orienta que as pessoas
evitem o acúmulo de água parada e limpa em vasos de plantas, pneus velhos,
garrafas, embalagens e sacolas abandonadas. Outras dicas a serem seguidas, são
a de que as pessoas coloquem telas nas portas e janelas para se protegerem da
picada do mosquito, lavem a vasilha de água dos animais de estimação, utilizem
areia nos vasos das plantas, descartem o lixo de forma adequada, realizem a
limpeza de calhas, piscinas e aquários, façam o uso de inseticidas, larvicidas
e desinfetantes para eliminar o desenvolvimento do mosquito no ambiente da casa
e, por fim, não se esqueçam de fazer uso de repelentes.
De
acordo com Cláudia Murta, atualmente, também podemos nos imunizar contra a
doença por meio da vacina intitulada Dengvaxia. “Recomendada para a prevenção
da doença em suas quatro variações viróticas, a vacina é indicada para pessoas
com idades entre 9 a 45 anos e que sejam residentes em áreas endêmicas”,
lembra.
Murta
ainda adverte que a vacina é contraindicada para quem nunca teve contato com a
doença, pois segundo ela, alguns estudos recentes apontaram o risco de que as
pessoas desenvolvam formas mais graves de dengue, após tomarem a vacina, caso
nunca tenham tido a doença. Assim, a vacina só deve ser aplicada com receita
médica, em pessoas que tenham exame de sangue prévio positivo para a dengue.
“É
preciso destacar que não existe um tratamento especifico para a doença. Então,
em casos de contaminação, os pacientes devem procurar por ajuda médica e
intensificar a ingestão de água. Na ocorrência de dores intensas e febre,
também é sugerido o uso de medicamentos antitérmicos, após a avaliação médica
”, conclui.
RT Drª Cláudia
Murta – CRM MG 27.582 -
Especialista em Clínica Médica e em Infectologia - Mestre em Medicina Tropical pela UFMG -
Membro da Sociedade Brasileira de Infectologia - Membro da Sociedade Brasileira
de Imunizações
Maximune –
Clínica de Vacinação
Rua Lagoa da Prata, 1188 – Salgado Filho
– BH/MG
Instagram: @clinicamaximune
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