SOCIEDADE
BRASILEIRA DE PATOLOGIA E INSTITUTO ONCOGUIA TÊM ATUAÇÃO DETERMINANTE PARA
MUDANÇA NA DIRETRIZ DIAGNÓSTICA E TERAPÊUTICA
Descobrir o câncer de mama, geralmente, é uma situação delicada e que exige a máxima assistência à paciente para tranquilizá-la perante os futuros procedimentos. Para isso, o tratamento deve ser iniciado o quanto antes, reduzindo riscos e traumas, e aumentando as taxas de cura.
Por esforços da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), juntamente com o Instituto Oncoguia, recentemente, o Brasil teve uma grande conquista para o enfrentamento da enfermidade: a maior agilidade para o início do tratamento específico contra o câncer de mama HER2-positivo, a terapia com drogas anti-HER2.
“Existem subtipos diferentes de câncer de mama e o tratamento é direcionado conforme este subtipo”, explica Marina De Brot, Secretária Geral da SBP, complementando que esta definição é feita pelo médico patologista, através da avaliação de exames imuno-histoquímicos e testes moleculares, quando necessários.
Desde 2013, quando foi publicada a Portaria do Ministério da Saúde que estabeleceu o protocolo de uso do trastuzumabe no tratamento do câncer de mama HER2-positivo pelo SUS, havia a exigência de teste molecular confirmatório através do exame de hibridização in situ (ISH: FISH, DDISH, etc) para todos os casos de câncer de mama com resultado imuno-histoquímico positivo (três cruzes ou 3+) para HER2, o que prolongava o tempo de espera para o início da terapia anti-HER2. “O ideal é que o tratamento adjuvante comece até 60 dias depois da cirurgia. Após este período, há redução da eficácia da terapia. A exigência do FISH para este grupo de pacientes é uma etapa a mais que prolonga desnecessariamente o começo do tratamento, dificultando e algumas vezes privando as pacientes da terapia anti-HER2”, afirma Marina, que salienta não haver embasamento científico para a exigência do teste de ISH nos casos 3+ à imuno-histoquímica.
“No mundo todo, nos casos de câncer de mama em que o exame de imuno-histoquímica é positivo em três cruzes, não há indicação de confirmação pelo exame de FISH. A alteração da Diretriz Diagnóstica e Terapêutica do Câncer de Mama facilitará o acesso de pacientes à terapia anti-HER2”, ressalta Clovis Klock, Presidente da SBP.
Por meio de envio de ofício ao Ministério da Saúde, a SBP e o Oncoguia indicaram tecnicamente a não necessidade do exame de ISH para situações em que o resultado do exame imuno-histoquímico for positivo em três cruzes para HER2. Desse modo, o Ministério aceitou a solicitação e está tomando as devidas providências para efetivar a modificação da Diretriz, seguindo a linha adotada em diversos países. O parecer foi informado às entidades por meio do Ofício n° 322/2019/SAS/GAB/SAS/MS.
“A grande importância dessa mudança é agilizar todo o processo e permitir que as pacientes possam iniciar o tratamento sem atrasos. Isso faz muita diferença na vida dessas mulheres”, esclarece Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia.
Clube da Mama da SBP
O câncer de mama é o segundo mais incidente entre as mulheres no Brasil, com estimativa de 59.700 novos casos apenas neste ano, segundo o Instituto Nacional de Câncer. Reconhecendo a relevância da doença e a importância do diagnóstico preciso, a SBP desenvolve atividades de Educação Continuada como o Clube da Mama, que terá o próximo encontro no 32° Congresso Brasileiro de Patologia, realizado entre os dias 2 a 5 de maio, em Fortaleza (CE).
“Seja durante reuniões presenciais ou através de atividades online, patologistas participantes do Clube discutem sobre os desafios no diagnóstico de casos difíceis ou raros, compartilham experiências e trocam referências bibliográficas. Além disso, a SBP está sempre promovendo cursos, tutoriais e palestras para o aprimoramento de seus associados, tanto na Patologia Mamária como em outras áreas”, conclui Marina, que também será coordenadora do encontro.
Sobre a SBP
Fundada em 1954, a Sociedade Brasileira de Patologia (SBP) é uma instituição prioritariamente científica, que promove cursos, congressos e eventos para atualização, desenvolvimento e qualificação da especialidade. Além do mais, orienta, normatiza e valoriza a atuação profissional dos médicos patologistas.
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