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sexta-feira, 26 de abril de 2019

Diferença no comprimento das pernas de crianças pode comprometer o desenvolvimento


Segundo especialista, essa alteração pode ser sinal de algum tipo de doença mais grave, sendo importante o tratamento já na infância


É importante sabermos que todas as pessoas podem apresentar diferença de comprimento entre uma perna e outra. “Nos indivíduos que já pararam de crescer, uma diferença de até 1,5cm é considerada normal”, explica o médico ortopedista pediátrico Dr. David Nordon. Segundo ele, a diferença de membros entre os dois lados do corpo, maior que 1,5 cm, se não tratada ainda na infância, pode comprometer toda a vida de uma pessoa, já que pode ser sinal de alguma doença.

Quando se trata de crescimento além do normal de uma das pernas, uma das possíveis causas é a Síndrome de Klippel-Trenaunay, doença rara que altera ramificações de veias e artérias. Ela é caracterizada por: manchas cor-de-rosa pelo corpo, varizes e hipercrescimento ósseo e dos tecidos moles, envolvendo, na maioria das vezes, apenas um dos membros. “As lesões geralmente estão presentes desde o nascimento ou costumam se manifestar durante a infância”, afirma o médico. Segundo ele, a doença não tem cura, mas tem tratamento - na maioria das vezes, cirúrgico.

Outra possibilidade para o crescimento além do normal de uma das pernas é a Síndrome de Proteus, doença também rara que causa o crescimento exagerado da pele, gigantismo de mãos e pés (muitas vezes de um só lado do corpo) e tumores subcutâneos, entre outros aspectos. “O tratamento pode ser feito com cirurgias corretivas”, explica Nordon.

Agora, quando acontece o inverso, ou seja, quando há menor crescimento de uma das pernas, por exemplo, isso pode ocorrer por alguns fatores. Entre eles, o desenvolvimento menor do fêmur. “Neste caso, há uma má formação com um fêmur diminuído ou inexistente”, diz o ortopedista pediátrico. Ele informa que a alteração consegue ser descoberta por ultrassom, já entre o segundo e terceiro trimestre de gestação e pode indicar a presença de doenças como nanismo ou a rara doença dos ossos de cristal, por exemplo. Também pode caracterizar apenas a falta de desenvolvimento do fêmur, sem nenhum outro problema de saúde. “No tratamento pode ser necessária a realização de cirurgias corretivas ao longo da vida, mas que devem ter início já na infância”, alerta.

Outros problemas de menor crescimento de um dos membros podem ser: o desenvolvimento deficitário da fíbula e deformidades em geral causadas por doenças do metabolismo ósseo e doenças do quadril. “É importante que os pais realizem todos os exames pré-natais, bem como observem de perto o desenvolvimento da criança. O acompanhamento periódico com o ortopedista pediátrico é tão importante quanto com o pediatra. O membro menor provoca sobrecarga no membro maior e na coluna, gerando dores e um desgaste mais precoce. Por isso, muita atenção com a saúde de seu filho já que pode comprometer seriamente toda a vida dele”, finaliza o médico ortopedista pediátrico David Nordon.

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