Procedimento reúne o desvio de septo e a
rinoplastia
A rinosseptoplastia é uma cirurgia que combina o
tratamento de desvio do septo com a correção de defeitos estéticos do nariz.
Quando existe a indicação dos dois procedimentos, o ideal é que sejam
realizados numa mesma cirurgia, já que o pós-operatório costuma ser muito
melhor, tanto da parte estética quanto da parte respiratória.
A correção de desvio do septo é indicada quando
há problemas na respiração de uma das narinas, ou dos dois lados, no caso de
desvios acentuados e sinuosos.
“É raro encontrar uma pessoa que tenha o septo
totalmente reto, mas isso não significa que qualquer desvio mereça correção. Em
geral, quanto mais próximo das narinas for o desvio do septo, mais obstrutivo
ele é, pois esta área é mais estreita. Esses desvios, principalmente quando
localizados na ponta do nariz, podem deixar a ponta do nariz caída. Nesses
casos, a correção, além de melhorar a parte funcional, deixa a ponta nasal mais
projetada ou arrebitada”, explica o cirurgião plástico Fernando Bianco, membro
especialista da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP) e do Colégio
Brasileiro de cirurgiões (CBC).
A rinite é uma doença muito comum e que dá a
sensação de nariz entupido, por causa do aumento dos cornetos nasais, conhecida
como carne esponjosa. Se a cirurgia do septo for recomendada, ela será também
associada a um procedimento para redução do volume dos cornetos, a turbinectomia.
“Existe uma preocupação com a parte funcional do
nariz. Se houver risco da cirurgia estética prejudicar a respiração, vai
precisar ser revisto com o paciente. Por exemplo, existem técnicas de
estreitamento do dorso nasal, nos casos de nariz largo, que podem ficar
esteticamente bonito, porém com pouca passagem do ar”, ressalta Bianco.
A cirurgia pode ser feita de forma aberta ou
fechada. Na via aberta, é feita uma incisão na pele e o nariz é descolado. Esse
processo é mais utilizado quando são necessárias correções mais complexas,
porque a visualização das estruturas nasais fica melhor. Em geral, o corte é
muito discreto, quase imperceptível com a cicatrização.
Na forma fechada, a incisão é feita dentro do
nariz, sem pontos externos. Sua utilização acontece quando os problemas são
mais fáceis de corrigir ou quando a pessoa tem histórico de problemas de
cicatrização da pele.
Das duas formas, a cirurgia começa com a correção
do desvio de septo. A cartilagem desviada ou removida é usada como enxerto para
remodelar a parte estética
“Os passos seguintes variam conforme o que se
pretende modificar. São feitas correções como retirada da giba óssea,
estreitamento ou alargamento do dorso nasal e remodelamento da ponta nasal. A
ponta nasal, por ter estruturas delicadas, requer mais cuidados”, completa o
cirurgião.
A anestesia pode ser local com sedação ou geral.
Cada método apresenta vantagens e desvantagens. A anestesia local com sedação é
menos invasiva, o paciente não sente dor, mas permanece acordado, podendo ouvir
barulhos dos instrumentos e do médico realizando a cirurgia, o que pode ser
muito incômodo para alguns pacientes.
O pós-operatório da rinosseptoplastia costuma ser
moderado, acompanhado de dor leve, que pode ser resolvida com analgésicos. Uma
queixa comum é a sensação de nariz entupido, devido ao inchaço das estruturas
nasais internas pela manipulação durante a cirurgia. A dificuldade respiratória
tende a melhorar nas primeiras semanas.
“O nariz é uma estrutura muito vascularizada.
Sangramentos em pequena quantidade são muito comuns nos primeiros dias de
pós-operatório, por isso é indicado repouso de uma a duas semanas. O uso de
tampões nasais pode ser necessário se o risco de sangramento for maior”,
completa.
O inchaço da face demora mais tempo para regredir.
O resultado final varia de seis meses até um ano, mas com um ou dois meses o
nariz bem delineado já aparece. Como cuidado adicional, é recomendado evitar
exposição ao sol e usar protetor solar mesmo em ambientes internos. Hematomas
desaparecem em duas ou três semanas, sendo importante a proteção solar para não
manchar a pele.
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