·
Estudo
global da Deloitte “Women
in the Boardroom” mostra
que, na média, apenas 15% dos assentos nos conselhos de administração são
ocupados por mulheres;
·
O Brasil aparece na 37ª
posição entre 44 nações listadas em ranking, com somente 7,7% de participação
feminina no topo das organizações.
As
mulheres ainda estão sub-representadas nos conselhos de administração de
empresas do mundo todo, apesar dos esforços contínuos de algumas organizações
para melhorar a diversidade de gênero nessas instâncias corporativas. Esta é a
principal conclusão da quinta edição do estudo “Women in the Boardroom – a global perspective”,
realizado pela Deloitte.
De
acordo com o levantamento, apenas 15% dos assentos dos conselhos de
administração das mais de 7.000 companhias analisadas globalmente são ocupados
por mulheres. Esse resultado é apenas três pontos percentuais melhor do que os
12% registrados no estudo anterior, cujos dados foram apurados em 2014 e
divulgados em 2015.
No
mesmo período, o Brasil teve uma pequena evolução de 1,4 ponto percentual entre
os dois estudos, passando de 6,3% das cadeiras de conselhos ocupadas por
mulheres no estudo anterior para 7,7% atualmente. Essa progressão é,
proporcionalmente, abaixo da média global do indicador.
Com
o percentual de 7,7%, o Brasil aparece na 37ª posição dentre os 44 países
listados em ranking pelo estudo da Deloitte, à frente apenas do Chile, México,
Rússia, Marrocos, Japão, Coreia do Sul e Emirados Árabes Unidos, nesta ordem.
Além disso, somente 1,5% dos cargos de presidente dos conselhos das empresas do
país que participaram da pesquisa eram ocupados por mulheres.
Vale
destacar a situação da Noruega, país que lidera a lista mas, mesmo assim, não
consegue garantir equidade de gênero às mulheres presentes nos conselhos de
administração das empresas locais, com apenas 42% dos postos ocupados por
profissionais do sexo feminino.
“Hoje,
as mulheres detêm pouco menos de 8% dos assentos dos conselhos no Brasil. Há um
longo caminho a seguir quando se trata de diversidade. Mas as mulheres estão
ocupando espaços no mercado de trabalho em maior número do que os homens e com
grande vontade de desenvolver suas carreiras. Este fator, combinado aos
esforços individuais das empresas, o apoio de ONGs (organizações não
governamentais) e o interesse demonstrado pela sociedade, me faz acreditar que
podemos ver grandes mudanças no futuro próximo”, afirma Camila Araujo, sócia da
área de Consultoria em Riscos da Deloitte Brasil.
Pela
primeira vez, o estudo da Deloitte incluiu uma análise por região da relação
entre liderança corporativa e diversidade. Foi apurada uma correlação direta
entre a liderança feminina nas empresas, que relaciona a presença de CEOs
mulheres e diretoras com o estímulo à ocupação feminina de um maior número de
cadeiras em conselhos.
As
organizações com mulheres em posições de liderança superiores (como presidentes
ou CEOs) têm quase o dobro do número de assentos nos conselhos ocupados por
profissionais do sexo feminino, segundo o levantamento. Isso ilustra uma
tendência importante: de acordo com a ocupação do cargo de CEO e um maior
número de cadeiras da diretoria ocupadas por executivas, é provável que a
empresa promova uma maior diversidade de gênero na diretoria. No entanto, a
percentagem de mulheres que ocupam os principais cargos de liderança permanece
ainda muito baixa, com a ocupação por elas de apenas 4% dos cargos de CEO e de
alta diretoria globalmente, indica a pesquisa.
Regionalmente,
entre os destaques da lista estão os países europeus, região com maior
representatividade feminina proporcional (22,6%, na média) nos conselhos
empresariais, e que ocupa grande parte das dez primeiras posições do ranking
(com exceção da Nova Zelândia, em sexto lugar, e a Nigéria, em décimo).
A
América Latina aparece como a região de menor equidade de gêneros nos conselhos
de administração, com 7,2% de presença feminina, próximo dos 7,8% da Ásia,
menos da metade dos 14,5% da América do Norte e bem abaixo dos 18,8% da África.
Como
as organizações têm enfrentado mudanças tecnológicas e sociais significativas,
que estão transformando o futuro do trabalho, os conselhos de administração
terão um papel essencial a desempenhar. Diversidade de pensamento - e de
pessoas - será fundamental para garantir que as diretorias encarem
adequadamente os desafios a partir de percepções de variados ângulos,
promovendo consistentemente novos pontos de vista, aponta o estudo.
Como
já citado, os conselhos de administração de empresas das Américas não
demonstram muita diversidade de gênero em suas composições. A seguir, alguns
destaques dessa realidade:
·
Nos Estados Unidos, apenas 14% dos assentos de conselhos são ocupados por
mulheres, aumento de dois pontos percentuais sobre a edição anterior do estudo;
·
O Brasil, com seus 7,7% de ocupação, está pouco acima da média apurada na
América Latina, com apenas 7,2% dos assentos de conselhos ocupados por
mulheres.
A
empresa MSCI ESG Research Inc. apurou para a Deloitte Global os dados sobre a
diversidade nos conselhos de administração de cerca de 7.000 empresas em 44
países diferentes, abrangendo as regiões Ásia-Pacífico, Américas e a EMEA
(Europa, Oriente Médio e África).
Para
complementar os dados apurados, a Deloitte Global compilou informações sobre
quotas de diversidade e outras iniciativas relacionadas a outros 20 países.
Assim, no total, a publicação explora os esforços de 64 países para promover a
diversidade de gênero nos conselhos.
As
informações foram coletadas a partir de 15 de dezembro de 2016. Com base nelas,
o estudo “Women in the
Boardroom” inclui análises global, regionais e nacionais dos
progressos realizados na direção de uma maior diversidade nas lideranças
corporativas.
O
levantamento inclui também um recorte sobre o quão bem as mulheres são
representadas em conselhos de administração de seis importantes indústrias:
serviços financeiros; consumo; tecnologia, mídia e telecomunicações; indústria;
ciências da vida e cuidados de saúde; e energia e recursos naturais.
Finalmente,
foram realizadas entrevistas com quatro diretores da Austrália, Japão, Reino
Unido e Estados Unidos para fornecer uma perspectiva editorial sobre os
resultados da publicação e informações adicionais sobre como a diversidade em
cargos de alta direção está progredindo em suas regiões.
Deloitte
Nenhum comentário:
Postar um comentário