Foi aprovada em dezembro, a portaria que prevê a inclusão do
implante Baha e implante coclear bilateral pelo Sistema Único de Saúde (SUS) -
com a regulamentação de novos centros de implantes e indicações, implante
coclear bilateral, próteses ativas de ancoragem ao osso e a cobertura da
manutenção dos processadores do IC (implante coclear) e BAHA.
A equipe da UNICAMP apresentou
em 2008 o pedido para a inclusão da tecnologia BAHA (Aparelho Auditivo de
Ancoragem Óssea, em tradução livre) no Sistema Único de Saúde (SUS) com o objetivo de oferecer
tratamento aos pacientes que nascem com microtia, atresia de conduto auditivo
externo e patologias congênitas que afetem transmissão por via condutiva,
possibilitando, desta forma, mais uma maneira de reabilitar a perda auditiva
aos usuários da rede pública. Além disso, a portaria inclui o implante coclear
bilateral.
O
projeto teve de passar por várias etapas necessárias para a confirmação da
eficácia deste tratamento até ser aprovado. “A ideia é que alguns centros do
SUS credenciados para realização de implante coclear possam incluir este
tratamento em seu portfólio”, afirma o otorrinolaringologista Dr. Arthur
Castilho, um dos responsáveis pelo projeto.
Os
implantes cocleares estão disponíveis tanto em clínicas e consultórios
particulares como pelo SUS. Também é possível ressaltar que muitos já
conseguiram seus implantes cocleares pelos convênios, e seguros de saúde,
mediante indicação e relatório médico específico.
Sobre o Sistema Baha:
O
Sistema Baha utiliza o processo denominado condução óssea direta: um pequeno
pino de titânio é implantado no crânio, atrás da orelha. A cirurgia é simples e
pode ser realizada, na maioria dos casos, com uma anestesia local. Após ocorrer
a osseointegração do pino de titânio ao crânio, em aproximadamente 4 meses, um
processador de som é conectado ao pino. O processador de som pode ser utilizado
e retirado a qualquer momento. O processador capta os sons e transfere
diretamente pelo osso à cóclea sem passar pelas áreas afetadas. A qualidade do
som é muito melhorada quando comparada aos vibradores ósseos e o processador de
som Baha é confortável e discreto.
É
indicado também para perdas unilaterais. O processador de som Baha é colocado
no ouvido surdo. O aparelho captura o som e o transfere à cóclea da outra
orelha através da condução óssea direta. Isso resulta na sensação de audição na
orelha surda. Os pacientes relatam que, através do processador de som Baha,
eles conseguem distinguir os sons recebidos do lado surdo dos sons recebidos
diretamente da orelhado outro ouvido. Também pode ser utilizado para quem tem
perda mista (quando a perda condutiva ocorre junto com a perda
neurossensorial).
Sobre o Implante
Coclear:
Trata-se de uma prótese eletrônica que é introduzida
cirurgicamente, e que substitui totalmente o ouvido das pessoas que têm surdez
total ou quase total. Ele é capaz de realizar as funções das células ciliadas
lesadas ou ausentes da cóclea, por meio do estímulo elétrico das fibras
remanescentes no nervo auditivo, a fim de ser decodificado pelo córtex
cerebral. Seu funcionamento difere do Aparelho de Amplificação Sonora
Individual (AASI) – um dos mais comuns – por fornecer impulsos elétricos para
estimulação das fibras neurais remanescentes em diferentes regiões da cóclea,
possibilitando ao usuário a capacidade de perceber o som, enquanto que o AASI
só amplifica o som. O implante é recomendado para paciente que tem perda
auditiva bilateral e que a recuperação de parcial da audição não seja possível
com aparelhos convencionais.
Dr. Arthur Castilho -
Possui graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (1996),
Residência Médica em Otorrinolaringologia no Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da Universidade de São Paulo (1998-2000) e Doutorado em
Otorrinolaringologia pela Universidade de São Paulo (2006). Tem experiência na
área de Medicina, com ênfase em Otorrinolaringologia - Otologia. Realizou
estágio de complementação especializada em Cirurgia Otológica e da Base do
Crânio (FMUSP/2003-2005). Médico assistente do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Ciências Médicas da UNICAMP. Título de especialista em
otorrinolaringologia pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e
Cirurgia Cérvico Facial. Concentração na área de cirurgia da reabilitação da
audição: Implante Coclear.
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