Crescimento se mantém acima do
PIB, mas será mais moderado que nos anos anteriores e fortemente impactado pelo
cambio. Destaque para o mercado de Telecom, que continuará quase 80% maior que
o de TI no país.
A IDC Brasil,
líder em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as
indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações, divulgou nessa
quinta-feira, 22/01, suas previsões sobre as principais tendências para o
mercado brasileiro em 2015. A chamada terceira plataforma, que envolve
tecnologias como IoT (Internet das coisas), impressão 3D, Sistemas Cognitivos,
Robótica, Interfaces Neurais e Segurança de Próxima Geração, será a base para
acelerar a inovação e os negócios nas empresas. O mercado brasileiro de TIC
continuará crescendo acima do PIB, porém, este ano, o avanço será mais
moderado, na ordem de 5%, em comparação ao ano passado, movimentando US$ 165,6
bilhões.
De acordo com a
IDC, o resultado será fortemente influenciado pelo câmbio e o País deve fechar
o ano como o sexto mais importante do mundo - em 2014, a expectativa era que se
consolidasse como o quarto maior mercado mundial de TIC. Globalmente, a
previsão é que serão movimentados US$ 3,8 trilhões. Na América Latina, o
crescimento deverá ser de 5,7% no segmento de TI e de 6,0% em Telecom.
"O mercado de
Telecom continuará em alta e ainda será quase 80% maior que o mercado de TI no
Brasil, atingindo US$ 104 bilhões de receitas. Os serviços móveis e
profissionais para redes corporativas impulsionarão a demanda, e o 4G deve
adquirir massa crítica, superando os 11 milhões de usuários até o fim do
ano", afirma João Paulo Bruder, gerente de pesquisas de Telecom da IDC
Brasil. A receita com dados móveis, impulsionada por aplicações e pagamentos
móveis, crescerá 16,2%, compensando a queda de 1,7% com serviços de voz fixa. A
"área cinza" entre Telecom e TI deve aumentar, com operadoras com
foco em data centers e integradoras aumentando receitas com dados fixos e voz
em redes convergentes.
A mobilidade
também é em destaque no estudo Predictions 2015, que indica que as empresas que
buscam eficiência operacional e redução de custos deverão focar na mobilização
de processos, em vez de em quais pessoas devem contar com mobilidade. Segundo
Pietro Delai, gerente de pesquisas e consultoria de Enterprise da IDC Brasil,
atualmente aproximadamente 1/5 dos funcionários usam dispositivos corporativos
para trabalhar. Considerando a prática de BYOD (Bring Your Own Device ou 'traga
seu próprio dispositivo'), a proporção alcança 1/3 (33,5%) dos empregados.
Entretanto, Delai ressalta que as soluções de gerenciamento e controle nas
empresas são muito pouco usadas. "As aplicações, geralmente, são muito
simples, a integração com os sistemas é difícil e o investimento acaba sendo
alto".
O aumento de
investimentos em mobilidade e nuvem acarretará na ampliação do mercado de
segurança, já que o mercado corporativo está cada vez mais preocupado em
assegurar que seus dispositivos (BYOD ou contratados diretamente) tenham mais
proteção. Para a consultoria, a adoção de cloud pelas empresas vai impulsionar
a demanda por "endpoint security" em 2015 e, de acordo com as
projeções, esse mercado atingirá US$ 117 milhões no Brasil.
Para o consumidor
final, os dispositivos móveis continuarão em alta. De acordo com Reinaldo
Sakis, gerente de pesquisas e consultoria de Consumer da IDC Brasil, o varejo
seguirá como o principal canal de vendas dessa categoria de produtos, com
destaque para as lojas específicas de smartphones. O volume de vendas de
computadores, tablets e smartphones, somados, representarão aproximadamente 45%
dos investimentos de TI no Brasil em 2015, ou seja, US$ 27,5 bilhões.. Uma nova
tendência neste segmento para 2015 serão os produtos vestíveis ("wearables"),
que deverão se difundir no país, com início de importação e produção em grande
escala.
Cloud, Internet
das coisas e Big Data/Analytics
"A
infraestrutura e serviços para cloud estarão no centro das atenções em
2015". A afirmação é do gerente de pesquisas e consultoria de Enterprise
da IDC Brasil, Pietro Delai, que acredita que a convergência de infraestrutura
e armazenamento serão os elementos com maior interesse no mercado. Além disso,
a maioria das empresas que adotarem cloud em 2015 o farão em ambientes
híbridos, ou seja, em redes públicas e privadas.
A constante
divulgação de cases de sucesso demonstrando os benefícios de adoção de cloud
fará com que a IaaS (Infrastructure as a Service ou "Infraestrutura como
Serviço") contribua para crescimento da cloud pública - a expectativa é de
um crescimento de mais de 50% em 2015 no Brasil. Por outro lado, a integração
entre os diversos ambientes irá aumentar a complexidade para implantação de
SaaS (Software as a service ou "Software como serviço").
Em 2015 a
"Internet das coisas" continuará em expansão no país. Até o fim do
ano, a IDC Brasil estima que 130 milhões de dispositivos estejam conectados, o
correspondente a quase metade de 'coisas' conectadas na América Latina. Delai
afirma que os CIOs estão cada vez mais atentos a esse mercado, mas pondera que
ainda há muitas dúvidas, especialmente em relação à cloud, segurança,
networking e ao modelo de negócios. Ainda assim, a expectativa é que as grandes
empresas sejam as principais investidoras neste modelo - 19% têm planos para os
próximos 12 meses - em busca de melhoria da qualidade de produtos e serviços,
além do aumento de produtividade.
Em relação ao Big
Data/Analytics, a IDC acredita que a aproximação dos executivos de linha de
negócio (LOB) e o melhor entendimento das possibilidades que a tecnologia
oferece farão com que os novos projetos mudem seu foco de avaliação e resolução
de problemas para inovação e diferenciação competitiva - 35% do orçamento para
projetos de Big Data virão dos executivos das áreas de negócio - que também
deverão impulsionar projetos relacionados a iniciativas de IoT. "A
tendência é uma participação mais ativa dos vendedores no processo de definição
de projetos junto aos seus clientes, trazendo muitas vezes uma proposta de
compartilhamento de risco", afirma Delai. O mercado de Business
Intelligence and Analytics deverá encerrar o ano com US$ 788 milhões de
investimentos no Brasil.
O desenvolvimento
e implementação de aplicações seguirá acelerado em 2015, e para 2018 a previsão
é que movimente US$ 1,344 milhão. A 3ª plataforma exigirá evolução dos
desenvolvedores, por conta da mudança da arquitetura das aplicações, que deixam
de ter foco na previsão de uma determinada capacidade de processamento para
mirar na elasticidade. Para a IDC, ainda há poucos profissionais preparados
para essa transição, o que pode acentuar a escassez de mão de obra de boa
qualidade e levar a uma valorização dessa mão de obra. Metodologias ágeis de
desenvolvimento e DevOps vão ganhar destaque nesse contexto.
Finalmente, a IDC Brasil destaca que o conceito e as soluções de SDx
("Software-defined Everything", ou "tudo definido por
software") continuarão ganhando espaço em 2015, seja para armazenamento,
rede ou automação e aprovisionamento de recursos de Datacenter. Isso porque o
SDx está relacionado à transformação gradual da TI tradicional para o modelo de
ITaaS ("IT as a Service", ou "TI como seviço") - outra
tendência apontada por Luciano Ramos, coordenador de pesquisas de Software da
IDC Brasil para 2015 - e pela crescente demanda por ambientes de nuvem -
pública, privada ou híbrida. Diante desse cenário, a IDC Brasil acredita que o
segmento de software de gerenciamento de sistemas deve atingir US$ 411 milhões
em 2015.
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