Nos
dois últimos verões a baixa umidade aumentou em 10% o diagnóstico de olho seco.
Especialista dá dicas de como prevenir o ressecamento da
lágrima e a perda de água pelo organismo
Nosso corpo é composto
em 60% de água. Perder 1,5% disso já indica uma leve desidratação, problema
comum no verão, que tem reflexos no corpo todo, inclusive na visão. De acordo com o oftalmologista
do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, os principais sinais de
desidratação ocular conhecida como síndrome do olho seco são: coceira,
ardência, sensação de areia nos olhos, irritação, fotofobia e visão embaçada.
Ele afirma que a doença é mais comum no inverno por causa da estiagem, mas nos
dois últimos verões o calor intenso
somado à baixa umidade aumentou em 10%
os diagnósticos de olho seco em relação ao verão do início de 2013.
O especialista explica
que a falta de lágrima pode causar ceratite (inflamação da córnea), alergia,
agravar o abaulamento da córnea em portadores de ceratocone e facilitar o
aparecimento de conjuntivite. Isso porque, a lágrima tem a função de proteger
as porções externas do olho, córnea e conjuntiva. É composta por 3 camadas:
aquosa, lipídica e proteica. Qualquer desequilíbrio em um desses ingredientes
causa a desidratação dos olhos.
Causas
Queiroz Neto ressalta
que algumas causas do olho seco evaporativo são óbvias. A de a maior
prevalência é o uso prolongado do computador. Dois estudos conduzidos pelo
médico mostram que a fadiga visual e ressecamento da lágrima atinge 75% das
pessoas com até 40 anos de idade que permanecem por mais de duas horas olhando
para as telas dos monitores e 90% dos que têm idade superior.
Durante o verão, outros
fatores de risco citados pelo oftalmologista são:
• Tomar pouca água.
• Excesso de ar
condicionado ou ventilador.
• Exposição ao ar
quente do secador de cabelo.
• Tomar sol sem
proteger os olhos.
• Fazer exercícios em
locais muito poluídos.
Como prevenir
Queiroz Neto afirma que
estes são os gatilhos mais conhecidas, mas existem outros ignorados pela
população. As dicas do médico para evitar que estes gatilhos provoquem a perda
de água pelo organismo e a desidratação dos
olhos são:
Atenção às flutuações hormonais: O estrogênio e a progesterona influenciam a hidratação do corpo. Isso
explica porque o olho seco é mais comum entre mulheres. A dica é aumentar o
consumo de água no período menstrual e
na pós-menopausa.
Mantenha o diabetes sob controle: A alta da glicose na corrente sanguínea faz com que o portador de
diabetes urine mais. Por isso. se você tem diabetes acompanhe os níveis de
glicemia no sangue com seu médico. Além de evitar o olho seco e a desidratação,
previne o aparecimento da retinopatia diabética que pode cegar.
Fique alerta aos efeitos colaterais de medicamentos: Se você faz tratamento para hipertensão
arterial ou toma qualquer outro medicamento com efeito colateral diurético, usa
com frequência antialérgicos que ressecam os olhos, toma pílula
anticoncepcional ou faz TRH (Terapia de Reposição Hormonal), consome remédios
que causam vômito ou diarreia, a
recomendação médica é reforçar o consumo de água.
Cuidado com a síndrome do cólon irritável: Isso porque é caracterizada por diarreia e
vômito crônicos que facilitam a desidratação se não for reforçado o consumo de
água.
Controle o estresse: Para
evitar o esgotamento das glândulas suprarrenais que respondem pela produção
do hormônio aldosterora. Suprarrenais
esgotadas diminuem a produção deste hormônio cuja função é regular os níveis
de líquido no corpo.
Evite bebidas alcoólicas e outros alimentos com efeito
diurético como a salsa, agrião, sementes de aipo e dente de leão.
Consuma 5 porções de frutas e verduras ao dia. Se o consumo for menor beba mais água.
Tratamento
O médico diz que o
tratamento de síndrome do olho seco é feito com colírio de lágrima artificial,
preferencialmente com conservante virtual que desaparece em contato com o olho
e por isso evita irritações. Incluir na dieta fontes de ômega 3 como a semente
de linhaça. nozes, salmão, bacalhau e sardinha
melhora a produção da camada lipídica da lágrima e evita sua evaporação.
O médico ressalta que esta suplementação só é contraindicada para homens com
hiperplasia prostática porque pode
piorar a doença.
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