O crescimento
da face é um processo complexo que evolui ao longo da infância e adolescência.
As características faciais e das arcadas dentárias dependem da harmonia no
desenvolvimento dos maxilares entre si e em relação ao resto da face e
crânio. Quando os maxilares crescem de maneira desordenada (em quantidade
ou direção), certas deformidades, ditas DENTOFACIAIS, podem surgir.
As DEFORMIDADES
DENTOFACIAIS são um grupo de condições caracterizadas pela associação entre
problemas ortodônticos (má-oclusão dentária) e estéticos, pois a causa do problema
reside não apenas nas arcadas dentárias, mas sim no esqueleto facial
(principalmente a mandíbula e maxila). Estas condições são agrupadas de acordo
com suas características clínicas e são representados por tipos faciais bem
conhecidos (e caricaturados) pelo público leigo. Os tipos mais comuns
são:
-Prognatismo
mandibular (queixo grande);
-Retrognatismo
mandibular (queixo pequeno);
-Mordida
aberta;
-Assimetrias;
-Excesso
vertical da maxila (sorriso gengival);
-Deficiência de
maxila (Falta de projeção da maçã do rosto);
-Dentes
anquilosados;
-Atresia da
maxila (dentes apinhados / mordida cruzada);
Os portadores
de DEFORMIDADES DENTOFACIAIS sofrem de uma série de problemas que dependem do
tipo e gravidade do caso, e podem envolver:
- Problemas
mastigatórios e disfunção têmporo-mandibular;
- Problemas
respiratórios (respiração bucal ou apnéia do sono);
- Alterações da
fala;
- Distúrbios
psico-sociais em virtude da deformidade estética;
A normalização
das formas e tamanhos dos maxilares, tornando-os proporcionais e trazendo
benefícios estéticos à face, se dá através de TRATAMENTO ORTO-CIRÚRGICO.
Inicialmente o ortodontista alinha e nivela os arcos dentários para que a
CIRURGIA ORTOGNÁTICA seja realizada. Esta cirurgia é realizada por um CIRURGIÃO
BUCOMAXILOFACIAL e uma equipe completamente treinada e capacitada para tal
procedimento. Nesta segunda etapa, cortes precisos são feitos em locais
previamente estudados do esqueleto facial para que os segmentos ósseos possam
ser posicionados adequadamente. Tudo é feito após horas de planejamento, que
envolve análise facial, das arcadas dentárias, das radiografias, e simulações
das diversas modalidades cirúrgicas em computador e em réplicas de resina do
crânio dos pacientes. Tudo isto é feito para que se consiga precisão
milimétrica e fidelidade absoluta na cirurgia.
Os segmentos
ósseos são fixados na nova posição através de placas e parafusos muito
delicados mas bastante rígidos, feitos de titânio (o metal mais biocompatível
que existe) que não necessitam remoção no pós-operatório. Este método de
fixação, quando indicado, dispensa o tradicional e desconfortável bloqueio
intermaxilar, em que as arcadas dentárias são mantidas amarradas entre si por 3
a 6 semanas, dependendo do caso.
A cirurgia é
realizada em ambiente hospitalar, sob anestesia geral e, na maior parte dos
casos, os pacientes permanecem hospitalizados por apenas 12 a 24 horas. Todo o
procedimento cirúrgico é coberto pelos planos de saúde. Após o controle
pós-operatório, realizado semanalmente por cerca de 1 mês, o ortodontista
reinicia os ajustes no aparelho ortodôntico para a finalização do tratamento (o
que pode levar alguns meses, dependendo do caso).
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