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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Esquizofrenia é a terceira causa de perda da qualidade de vida




Doença merece atenção especial e deve ter acompanhamento médico 
Abordada em filmes e novelas - recentemente nas novelas da TV Globo das 19h e 21h - a esquizofrenia vem sendo discutida e questionada com mais frequência e intensidade. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a patologia é a terceira causa de perda da qualidade de vida entre os 15 e 44 anos de idade, considerando-se todas as doenças. A esquizofrenia é caracterizada por uma desestruturação psíquica onde o indivíduo perde a sua capacidade de integrar suas emoções com seus pensamentos, podendo ter delírios, alucinações e/ou comportamentos que demonstram a perda do juízo crítico.
"A esquizofrenia é um dos principais transtornos mentais e seus indícios podem surgir já na infância ou na adolescência. A doença acomete com mais frequência homens entre 15 e 25 anos. Já em mulheres, os sinais da doença, geralmente, surgem mais tarde, mas há exceções. Os médicos até agora não conseguiram descobrir e comprovar as causas exatas da esquizofrenia, mas acredita-se que fatores genéticos estejam envolvidos no seu desenvolvimento. É uma doença que ainda carrega muitos preconceitos, estigmas e tabus", afirma o psiquiatra da Clínica Maia, Dr. Isidoro Cobra do Santos.
Segundo o especialista, a doença compromete, principalmente, o pensamento e o comportamento, mas outros sintomas podem surgir, os chamados sintomas acessórios, como as alucinações (percepções falsas do ambiente), o esfriamento afetivo, distúrbio de conduta, de memória e de cognição, a diminuição da fala, isolamento social, entre outros.
O psiquiatra explica que a esquizofrenia não tem cura, mas com tratamento adequado a pessoa pode ter uma vida normal.  "Lamentavelmente ainda não existe um medicamento capaz de curar definitivamente a doença. Hoje, existem alguns que melhoram o comportamento permitindo que o paciente conviva melhor em sociedade e com sua família, ficando fora dos hospitais e, até mesmo tenha um trabalho para não se tornar ou se sentir inválido."
O tratamento é realizado por meio de medicamentos, psicoterapia, terapias ocupacionais e conscientização dos familiares, que na maioria das vezes acabam ficando com a maior parte das tensões geradas pela doença. Para Dr. Isidoro, as pessoas mais sensíveis da família também precisam ser tratadas em virtude de um parente que está doente. "É necessário que a família tenha orientação adequada, o responsável pelo paciente deve chamar os outros membros da família e explicar toda a situação. O ideal é pedir uma conversa com o psiquiatra que está cuidando do caso para que ele oriente sobre a melhor conduta a ser seguida e para que o familiar não exija do paciente algo que ele não pode dar, já que sua capacidade de organização e concentração está comprometida", finaliza o médico.

Dr. Isidoro Cobra - psiquiatra da Clínica Maia 

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