O
leite materno contém nutrientes importantes, inclusive anticorpos, enzimas e
hormônios de crescimento que oferecem benefícios ainda não disponíveis em
outras fontes alimentares. Muito se fala das vantagens da amamentação, tanto
para a mãe quanto para o bebê. Mas é fundamental, também, analisar o papel da
amamentação do ponto de vista mecânico. A forma com que a criança usa os
maxilares, a língua e os músculos faciais para mamar faz toda a diferença no
seu desenvolvimento, resultando em uma saúde oral melhor do que aqueles bebês
que usam mamadeira desde cedo.
Alguns
especialistas da saúde já vinham divulgando como é crítico o papel do
aleitamento materno no desenvolvimento da mordida, dos dentes e da respiração.
Depois de examinar mais de mil crianças em idade pré-escolar, pesquisadores
perceberam que aqueles amamentados no peito por pelo menos seis meses
apresentavam menos problemas relacionados ao alinhamento e apinhamento dos
dentes.
Na
opinião da odontopediatra Sandra Kalil, professora da Escola de Aperfeiçoamento
Profissional da APCD (Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas), a amamentação exige do bebê uma sofisticada
coordenação de músculos e movimentos de mandíbula e língua. “O uso de mamadeira
e garrafinhas é totalmente diferente, já que o líquido passa com muita
facilidade pelos respectivos orifícios, não exigindo movimentos tão importantes
por parte da criança. Ou seja, o bebê tem de trabalhar mais se quiser mamar no
peito, tanto que em algumas situações se mostram cansados”.
Unanimidade
entre as principais organizações de saúde, a amamentação deve durar seis meses,
podendo se estender até a criança completar um ano, ainda que ela já esteja se
alimentando de outras formas. “Algumas mães desistem de amamentar logo de
início, principalmente quando a criança demora para sugar o peito. Temem que a
criança vai ser prejudicada por isso. Mas é o desmame precoce que traz
consequências negativas para o bebê, principalmente no desenvolvimento
motor-oral, na oclusão e na respiração. A amamentação contribui, inclusive,
para que o processo de mastigação seja isento de problemas no futuro. Daí a
importância de se insistir mais no aleitamento materno”, alerta a
cirurgiã-dentista.
Prof. Dra. Sandra
Kalil - cirurgiã-dentista,
professora de Odontopediatria na Escola de Aperfeiçoamento Profissional
da APCD – Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas (www.apcd.org.br/eap)
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